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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Poucos dias antes do Natal, um vizinho anónimo (as crianças andam à procura de pistas sobre a sua identidade) ofereceu-nos uma gatinha preta. "Ofereceu-nos" não é bem a palavra. O que ele fez mesmo foi despejá-la no nosso jardim, sabendo que aqui ela encontraria um lar. E não se enganou! Esta foto foi tirada dois minutos depois de a encontrarmos:
E esta foi tirada na manhã seguinte, depois do Niall e eu corrermos toda a casa à sua procura, antes das crianças acordarem:
Conseguem distinguir qual destes dois "peluches" é verdadeiro?
A Bella entrou nas nossas vidas, e agora faz parte da família. Sabemos, naturalmente, que em qualquer momento podemos ficar sem ela, pois é comum os nossos gatos morrerem atropelados na estrada. A morte faz parte da vida e vamo-nos acostumando a ela. Mas por enquanto, alegramo-nos com a sua visita.
No salmo 84/83, o salmista canta assim as maravilhas do Templo do Senhor:
"Como são amáveis as tuas moradas, ó Senhor do universo!
Até os pássaros encontram abrigo
E a andorinha um ninho para os seus filhos,
Junto dos teus altares, Senhor Deus do universo.
Felizes os que habitam em tua casa
E te louvam sem cessar!"
Jesus tinha um coração maior do que o mundo, acolhendo com amor infinito quem d'Ele se aproximava. E a seu exemplo, a Igreja procura ser esta casa de portas abertas, onde até o mais pequeno dos filhos dos homens é acolhido. Ao longo dos séculos da sua aprendizagem na escola do Senhor, a Igreja cometeu muitos erros, mas também foi ela a primeira a chegar lá aonde ninguém queria chegar: aos pobres, aos abandonados, aos famintos. Foi a Igreja que fundou as primeiras escolas, os primeiros hospitais, os primeiros orfanatos. Quando o supertufão atacou as Filipinas,o mundo levou algum tempo a encontrar formas de voar até às ilhas para ajudar os sobreviventes. Mas ao chegar, descobriu que as Missionárias da Madre Teresa de Calcutá já lá estavam, de mangas arregaçadas e sorriso no rosto.
Também as portas das nossas casas precisam de se abrir a quem bate. E não apenas a gatinhos "perdidos": é preciso acolher todos os que procuram um abrigo, um ombro amigo, uma palavra, um saco de roupa, um cabaz de comida, ajuda para encontrar emprego, ou apenas uma oração...
O inevitável aconteceu: o gatinho descobriu o presépio e... deixou um belo e cheiroso presente no musgo! Tivémos de refazer o presépio...
... e aproveitámos para colocar nele uma "personagem" nova: a nossa família! Não queremos olhar para o presépio como alguém que assiste a uma peça teatral, a uma representação de Natal, sem qualquer envolvimento da nossa parte. Queremos estar lá, a caminho de Belém, desejosos de ver o Recém-Nascido e de Lhe oferecer os presentes que, entretanto, vamos preparando com amor. Assim, a Clarinha lembrou-se de imprimir a nossa fotografia e de a colocar sobre o musgo limpinho:
E com tudo isto, o presépio ficou bem mais bonito do que estava antes do gatinho o destruir! Olhem bem para este rio, as conchas trabalhadas...
Deus é mesmo o Senhor das Novas Oportunidades! Quando lhe confessamos o nosso pecado, através do sacramento do perdão, Ele restaura a nossa vida e o nosso coração, tornando-nos ainda mais belos do que antes. Na verdade, se não fosse o pecado de Adão, Deus não se teria "lembrado" de nascer num presépio pobrezinho, na nossa humilde Terra pecadora! E ainda hoje estaríamos sem conhecer até que extremos vai a loucura do amor de Deus, que por nós Se fez menino! Diz S. Paulo,
"Tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8, 28), até o pecado que humildemente confessamos!
A Lúcia e o António estavam a brincar no jardim. De repente, a Lúcia correu para o António:
- Queres saber um segredo?
- Quero! - Respondeu o irmão.
A Lúcia então colou a sua boca ao ouvido do António e segredou - em voz alta, que eu bem ouvi:
- Um dia, António, vamos brincar no céu com o Tomás e a Kitty tal como estamos a brincar agora!
Depois regressou à brincadeira.
A Kitty era uma linda gatinha preta, que morreu atropelada no nosso pátio (!) com apenas algumas semanas de vida. O Tomás era o nosso terceiro filho, que morreu com um ano e meio e um tumor celebral. A Lúcia nunca o conheceu, mas aguarda ansiosamente o dia em que o irá encontrar e brincar com ele no céu. Ela tem a certeza, do alto dos seus cinco anos, que a nossa verdadeira casa familiar não é aqui, mas no céu, onde estaremos todos juntos e imensamente felizes. Entretanto, continua a brincar!
As leituras desta última semana do ano litúrgico, depois da Solenidade de Cristo Rei, falam-nos mais do céu do que da terra. Caminhando para o fim do ano litúrgico, somos chamados a olhar para aquilo que começa onde tudo parece acabar: a Vida.
Como explicar às crianças o que é o céu? Para nós tem funcionado a parábola de Jesus:
"Não acumuleis riquezas na terra, onde a traça e a ferrugem as corroem e os ladrões assaltam e roubam. Juntai riquezas no céu, onde não há traça nem ferrugem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí também estará o vosso coração" (Mt 6, 19-21)
Explicamos então aos mais pequeninos que colocamos um tijolo na nossa casa do céu sempre que fazemos uma boa acção na terra. Pouco a pouco, gesto a gesto, vamos construindo no céu a nossa casinha. Eles gostam de imaginar que estão a construir um palácio de cada vez que praticam o bem...
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