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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Hoje o António faz seis anos. Ena, é difícil acreditar que já passaram seis anos desde aquele dia em que o tomei nos meus braços pela primeira vez, bebé pequenino mas tão cheio de força, de doces olhos castanhos... Seis anos!
- Há quanto tempo não escrevo um post sobre as birras do António! - Comentei eu outro dia com o Niall.
- É verdade! Até nos esquecemos de que ele fazia tantas, tantas birras! Quando foi a última vez que fez uma?
- Nem consigo lembrar-me...
O António cresceu. Um crescimento cheio de desafios e lutas interiores, que ele, apesar da sua tenra idade, tão bem tem sabido gerir. Birra após birra, o António foi tomando consciência de como o seu comportamento precisava de afinação. Rezou, com a sua confiança infantil, pedindo a Jesus que o ajudasse a ser bom.
- Todos os dias peço ao Jesus para ser bom, sabes, mãe? Quando me deito, antes de adormecer...
E Jesus atendeu a sua oração pura. Já vão longe, as birras que duravam uma manhã inteira, ou que deixavam o António especado no chão, imóvel e inamovível, a gritar, perante os olhares surpresos de quem passava e a minha triste impotência. Já vão longe, as birras que nos faziam perder a paciência e reagir com palavras ou gestos violentos, de tão cansados ficávamos. Agora, as birras do António duram apenas alguns segundos, o suficiente para ele se dominar e acalmar. E nós suspiramos de alívio.
O mesmo carácter forte que se manifestava em birras sucessivas, revela-se agora numa força interior invejável. De todos os nossos filhos, nenhum supera o António em fortaleza! Confiante e seguro de si, o António adora novos desafios e não tem medo de nada. Se o Francisco encontrar uma salamandra no jardim, é o primeiro a ter coragem para pegar nela, antes de a devolver à natureza:
Se é preciso cuidar da horta, levar os cães a passear, limpar o galinheiro, ajudar o pai a montar qualquer coisa ou simplesmente varrer o chão da garagem, o António é o primeiro (ou o único...) a oferecer-se. Assim, teve direito, no ano passado, a considerar suas as flores que nasceram no nosso jardim, pois foi ele quem as semeou e quem as acompanhou, desde a terra à jarra no Canto de Oração:
Patins, bicicletas, bolas, árvores, nada o assusta e tudo ele gosta de dominar com mestria.
As lágrimas sempre prontas deram lugar a gargalhadas também sempre prontas, e o António enche a casa de felicidade.
O António mostrou-me que lá onde residem as nossas maiores fraquezas podem também residir as nossas maiores virtudes, se nos abrirmos à graça divina; porque a teimosia pode ser transformada em fortaleza, a mesma vontade insistente que nos faz persistir na birra pode ser transformada na vontade insistente que nos torna santos. Não foi assim que S. Paulo passou de perseguidor dos cristãos para o seu maior apóstolo, e que Pedro passou de pescador de peixes a pescador de homens?
Aprendi com o António a pedir o auxílio da graça divina na construção do meu caráter. Como ele, também eu peço ao Senhor todos os dias que me faça boa, e que transforme os meus maiores defeitos nas minhas maiores virtudes. Disse o Papa Francisco:
"Se levantarmos o olhar humilde do nosso pecado e das nossas feridas para o Senhor, e deixarmos pelo menos uma abertura à acção da sua graça, Jesus faz milagres também com o nosso pecado, com aquilo que somos, com o nosso nada, com a nossa miséria." (in O Nome de Deus é Misericórdia). Como diz S. Paulo:
"Onde abundou o pecado, superabundou a graça." (Rm 5, 20)
Bem hajas por tudo o que me ensinas a cada dia, querido filho. Parabéns, António!
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