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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- David, vem rezar o terço!
- Agora? Mas estou a jogar o "quatro em linha"!
- Sim, agora. Logo a Clarinha tem ginástica, e já que estamos de férias, aproveitamos para rezar todos juntos com calma.
Suspiros.
- Tem mesmo de ser? Não podemos rezar no coração? Eu vou rezando ao longo do dia! Estou sempre a falar com Jesus. Não preciso de ir rezar o terço agora!
- Lembras-te quando ontem quiseste jogar o "quatro em linha" comigo?
- Sim...?
- Eu também estou sempre junto de ti, David, não é verdade? Estou cá por casa, a cozinhar, a arrumar, a lavar, a passar a ferro, e vamos conversando. Mas às vezes tu pedes-me para parar com tudo e brincar contigo. É ou não é assim?
- É.
- Ontem, por exemplo, parei tudo para vos contar uma história. E tu ficaste muito contente!
- Pois fiquei.
- Acho que ficavas um bocadinho triste se a mãe nunca parasse tudo para brincar contigo...
- Pois ficava. É que eu gosto de brincar contigo! Gosto muito quando contas histórias. E também gosto porque ganho quase sempre a jogar o "quatro em linha".
- Bem, David, com Deus é a mesma coisa. É muito bom passarmos o dia junto de Deus, falando com Ele no meio dos nossos afazeres, como tu falas comigo. Mas Deus e nós precisamos de um tempo diário juntos, em que não fazemos mais nada senão isso mesmo: estarmos juntos. É isso que acontece quando rezamos, no Canto de Oração, em família!
Silêncio...
- Acho que percebi. Vamos lá rezar o terço!
- Vamos lá então.
"Tu que habitas nos jardins
com companheiros a escutar a tua voz,
deixa-me ouvi-la!"
(Cc 8, 13)
E por falar em tempo para Deus: já decidiram ir ao Retiro do Natal? Na coluna lateral direita, em cima, encontram tudo o que é preciso saber sobre o retiro. Não esqueçam o pormenor de confirmar a sua realização na manhã do próprio dia, antes de sair de casa!
- Mãe, jogas às charadas connosco?
Um dos nossos jogos preferidos em família é o jogo das charadas: cada um, à vez, faz a mímica de um objecto, pessoa ou animal, e todos tentamos adivinhar. Não pensem que é um jogo fácil! Deviam ver a mímica altamente elucidativa do António para representar, imaginem, uma rocha a cair de uma falésia, ou os esforços do David para representar um pedal de bicicleta... As coisas de que eles se vão lembrar! Valha-nos a Lúcia, que geralmente é sempre uma mãe ou uma princesa, e a Sara, que costuma ser a última coisa que os outros foram, o que torna a adivinhação bastante simples.
- OK, jogo convosco, mas hoje fazemos umas charadas diferentes.
- Como?
- Charadas com as histórias da Árvore de Jessé! Vocês olham para os símbolos e representam-nos. Depois, contam a história!
- Boa!
- Que giro!
- Vamos lá então...
Adivinhem lá o que são estes meninos?
O David agitou as mãos e os braços. Sim, adivinharam: a Sarça Ardente! E este agora?
Claro! A queda de Jericó, ao som da trombeta! Quanto à Lúcia...
Balançando-se no tapete azul, a Lúcia foi a Arca de Noé sobre as águas do Dilúvio. Não custou a adivinhar!
A boa surpresa foi que os meninos conheciam bem todas e cada uma das histórias da Árvore de Jessé, que tinhamos contado ao longo de todo o Advento. É engraçado ouvir uma criança a repetir uma história, pois apercebemo-nos de que ela não memorizou apenas o enredo: memorizou a entoação e os pequenos detalhes que tornaram a história mais interessante. As crianças escutam as histórias como nós somos chamados a escutar a Palavra de Deus: com o coração.
Estaremos nós, famílias católicas, a contar suficientes histórias desse livro tão recheado de aventuras que é a Bíblia? Conhecerão os nossos filhos suficientemente a Palavra de Deus? Brincaremos suficientemente à volta desta Palavra de Vida? Trazemo-la para o nosso Tempo de Família? No Deuteronómio, o Senhor deixou um mandamento a todas as gerações de crentes:
“Trarás no teu coração todas as palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás muitas vezes a teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em casa ou andando pelos caminhos, quando te deitares ou te levantares. Hás de prendê-las á tua mão para servirem de sinal, e hás de escrevê-las no portão da tua casa.” (Deut 6, 4-7)
Aproveitemos as férias para brincar com os nossos filhos, enquanto lhes ensinamos a Palavra de Deus!
A Clarinha lembra-se bem do momento em que surgiu a inspiração: eu estava no carro sozinha com ela, pouco antes das férias começarem, e falávamos do Natal.
- Nossa Senhora e S. José tiveram um início de vida de casados tão difícil! - Comentei eu, ao guiar através da chuva. - Imagina, Clarinha, com um tempo frio assim, Nossa Senhora grávida sobre um burrinho, a caminho de Belém...
- Imagino-te a ti, quando estavas grávida, sobre um burrinho! - Riu-se a Clarinha, divertida - Devias ficar linda!
- Ora! Acho que às vezes se medita pouco nesta caminhada de Maria e de José. O Natal não foi um acontecimento tão romântico quanto o fazemos parecer, nos nossos postais ilustrados! Foi duro. Duro mesmo! Duro para Maria e José, que tiveram tanto que caminhar, e depois tiveram de procurar um abrigo entre o povo de Belém...
- Para terminarem num estábulo... Realmente, não foi fácil!
- E logo depois do nascimento de Jesus, nova caminhada: no meio da noite, José chamou Maria e disse-lhe que tinham de fugir o mais depressa possível, que Herodes queria matar Jesus!
- Parece um filme de acção...
- Foi o começo da nossa salvação. Jesus sofreu ainda antes de nascer!
A Clarinha cantarolava no carro. De repente, gritei:
- Já sei! É isso!
- Isso o quê?
- Vou escrever uma Via Sacra de Natal! Vou escrever catorze estações, para podermos meditar como deve ser em cada um dos pequeninos episódios da vida da Sagrada Família!
- Vais escrever o quê?
- Deixa lá. Depois eu conto!
Habituada aos meus devaneios, a Clarinha encolheu os ombros.
Meditamos pouco nos textos do Natal. Contamo-los às crianças, encenamo-los para elas, mas meditamos pouco neles enquanto adultos. Durante estes dias de férias, decidi escrever uma curta meditação para cada um dos catorze passos desta primeira Via Sacra, esta primeira caminhada da Sagrada Família, onde começou a nossa salvação.
No Retiro de Natal, para o qual todos, todos os nossos leitores estão convidados, no próximo sábado dia 3, em Fátima, iremos fazer o Caminho dos Pastorinhos, meditando nas catorze estações da Via Sacra do Natal. Venham meditar connosco! Deixo aqui o PDF com a Via Sacra, para poderem descarregar e trazer convosco para o retiro - ou para descarregarem e fazerem em casa, na vossa oração pessoal ou familiar. Se alguém quiser ir ao retiro e não tiver oportunidade de imprimir este texto, por favor diga-mo para o mail (ntpower@sapo.pt), para eu tratar disso! Aqui fica: Via Sacra do Natal
E por falar em Natal...
Que dizem deste presépio? Repararam nos anjos pendurados na Árvore de Jessé? A Lúcia pediu ajuda à Clarinha, e as duas presentearam-nos com esta belíssima representação do Natal! Depois veio a Sara, pegou no Menino e declarou: "É meu!" E levou-o consigo.
E fez ela muito bem
Uma das coisas que gostamos de fazer nas férias, sobretudo com os mais velhos, é ver filmes de qualidade. Deitamos os mais novos, fazemos um chá quentinho, e ali ficamos, a lareira acesa e o ecrã da televisão a contar-nos histórias que valham a pena escutar.
Hoje, domingo da Sagrada Família, não resisto a sugerir-vos que vejam este filme natalício, a preto e branco, de Frank Capra (1946): "It's a Wonderful Life", em Portugal traduzido como "Do céu caiu uma estrela", e no Brasil "A felicidade não se compra". Vimo-lo sexta-feira à noite, e há muito tempo que não via um filme tão bonito... Vale bem a pena!
George Bailey tem um sonho que o persegue desde a infância: dar a volta ao mundo, enriquecer, gozar a vida, sair dos muros estreitos da sua cidadezinha e do escritório pequeno do negócio da sua família. Mas a cada oportunidade que a vida lhe dá de realizar o seu sonho, a mesma vida dá-lhe também a oportunidade de renunciar a ele para fazer o que deve ser feito... George vê os amigos partir para longe e realizar aquilo que seriam também os seus sonhos de estudos e viagens, enquanto ele permanece no lugar onde jurara nunca ficar. Fá-lo por dever, e fá-lo por amor. A seu lado, vai crescendo uma família belíssima...
Quando George, num momento de desespero na véspera de Natal, se julga um fracassado, um anjo vem em seu auxílio (o Francisco e a Clarinha riram à gargalhada com o anjo). "Quem me dera nunca ter nascido!" Suspira George. O anjo leva-o então a visitar a sua comunidade como ela teria sido se George nunca tivesse nascido. George vê, como num pesadelo, a tristeza que teriam conhecido aqueles que o seu amor salvara, o seu dinheiro ajudara, a sua renúncia alegrara.
De volta à sua vida, a tempo de celebrar o Natal com a sua linda família, George é um homem novo: afinal, ele sempre fora feliz, e não o soubera! Pela primeira vez, George toma consciência de tudo o que tem, e da felicidade que espalhou à sua volta ao renunciar precisamente à sua ilusão de felicidade. Porque a verdadeira felicidade não nasce da realização dos nossos sonhos, mas do cumprimento honesto e humilde do nosso dever para com o próximo.
Qual o nosso maior desejo para os filhos? Hoje, a maior parte dos pais responde: "Que sejam felizes". Há algumas décadas atrás, na altura de Frank Capra, a resposta mais comum seria: "Que tenham carácter" "Que cresçam responsáveis, honestos, bons." Nessa altura, havia a consciência de que a felicidade é uma recompensa, não um fim.
"Muitos de nós, apesar das nossas boas intenções, enfatizam demasiado, por formas subtis, a felicidade dos nossos filhos, dando muito pouca atenção à sua responsabilidade pelas outras pessoas. Ao tornarmos as crianças menos morais, também as tornamos, ironicamente, menos felizes." (Richard Weissbourd, "Os Pais que Desejamos Ser")
Jesus foi tão claro, no Evangelho!
"Quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de Mim, há-de salvá-la." (Mt 16, 25)
A meta de um cristão é o céu. Para o alcançarmos, precisamos muitas vezes de renunciar àquilo que julgamos ser a nossa felicidade... Cuidar de uma família pode impedir-nos de alcançar os nossos objectivos profissionais, acolher um pai ou uma mãe idosos pode roubar-nos o tempo livre, a honestidade pode fazer-nos empobrecer, ter muitos filhos pode impedir-nos de viajar ou fazer férias. Mas então, só então, seremos verdadeiramente felizes. Porque Deus nunca Se deixa vencer em generosidade!
PS - Se ainda não sabem do Retiro de Natal, leiam aí na coluna lateral direita! Vamos, não percam tempo...
Durante as férias do Natal, o Niall e eu procuramos que pelo menos um de nós vá à missa todos os dias. Ontem, por ser dia de Santo Estêvão, o padroeiro do Niall, coube-lhe a vez. Assim, enquanto eu fiquei na cama - ou melhor, num cantinho da cama, que àquela hora já estava rodeada de crianças a brincar sob o edredão - o Niall foi à missa.
Regressou quando tomávamos o pequeno-almoço.
- Foram bonitas as leituras hoje? - Perguntaram os meninos.
- Sim, claro, mas é estranho... Estamos no Natal, e as leituras falam de perseguição e morte! Por que razão se festejará o martírio de Santo Estêvão no dia imediatamente a seguir ao Natal?
Ficamos em silêncio por instantes.
- Bem, Niall, enquanto nós passámos o Natal em festa e em família, na Síria, no Iraque e em muitos outros lugares do mundo, o Natal foi um dia de perseguição, de medo, e até de terror...
- E faz hoje precisamente dez anos que aconteceu aquele desastre terrível, o tsunami na Indonésia!
- Natal não é luzinhas a brilhar e casinhas de Pai-Natal, prendas na lareira e perú recheado!
- O nascimento de Jesus não nos traz a paz que gostaríamos de viver, realmente... O nascimento de Jesus traz-nos uma outra paz, a paz do Senhor, a paz que resulta da luta contínua por construir o Reino de Deus.
"Penseis que vim trazer a paz? Eu não vim trazer a paz, mas a espada." (Mt 10, 34)
Celebrar o Natal não pode ser ficar no quentinho da lareira, a pensar nas ovelhinhas de lã e nos anjinhos do presépio. Celebrar o Natal também não pode ser ficar a recordar os Natais da nossa infância, numa nostalgia do passado sem qualquer proveito para o presente.
Celebrar o Natal é prepararmo-nos para a espada - a espada da dor, da luta contínua contra os valores deste mundo, do combate da fé. O nascimento de Jesus em Belém não teve nada de burguês! Jesus nasceu fora de portas, num estábulo, longe da sua terra e da sua casa, e poucos dias depois já era um refugiado no Egito, perseguido por um louco assassino, o Rei Herodes... O Natal de Jesus foi muito pouco romântico!
E no entanto, nada houve de mais sublime, de mais belo, de mais verdadeiro: ali, deitado na manjedoura, refugiado, pobre, esquecido, estava o Amor; ali, deitado na manjedoura, sinal de contradição, estava a Paz.
Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, deu a vida por este Amor e por esta Paz.
Jesus nasceu para dar a vida por nós; e nós celebramos o Natal porque estamos dispostos a dar a vida por Ele. Deixemo-nos de romantismos: tudo o que não for isto, não é Natal.
(A Sara a evangelizar a sua boneca: "Vês, é o Jesus no ó-ó...")
O dia 25 desponta sempre muito cedo cá em casa. Alguns meninos até acordam a meio da noite, a perguntar se já é de manhã! Quando, finalmente, autorizamos o despertar, lá pelas seis e pouco, todos correm para a sala, onde é preciso aguardar em fila até o pai abrir a porta, que sabiamente fechou à chave...
A alegria do abrir dos presentes, os gritos de excitação perante coisas tão simples, a descoberta de quem enviou o quê a quem, as pequenas surpresas inesperadas que os manos fazem uns aos outros, os papéis de embrulho espalhados por todo o lado e as sentenças da Sara, correndo de brinquedo para brinquedo e repetindo: "É meu!" - independentemente, claro está, de ser ou não... Tudo isto faz da manhã de Natal uma festa.
Mas a festa a sério acontece algumas horas mais tarde, na missa... É Natal!
À tarde, houve tempo para brincar com os primos, estreando jogos, contando histórias e inventando aventuras:
Durante o jantar, acendemos as cinco velas da nossa Coroa de Advento. Ficou tão bonito...
Antes de dormir, a oração familiar à volta do presépio foi de acção de graças. Bendito sejas, Jesus, porque Te fizeste pequenino, para que nós, os pequeninos, Te possamos encontrar! Bendito sejas, Jesus, porque Te fizeste humano, para que nós, os humanos, nos possamos tornar divinos...
"Vede que amor tão grande o Pai nos concedeu,
a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus;
e realmente, o somos!" (1Jo 3, 1)
"E Deus encarnou, e armou a sua tenda entre nós." (Jo 1, 14)
Como os pastores, apressemo-nos a ir a Belém, no fundo dos nossos corações, para aí adorarmos o Menino recém-nascido. Talvez tenhamos de subir alguns degraus, tropeçando como crianças que ainda mal sabem andar. Que importa? Da sua manjedoura, Pão oferecido para saciar a nossa fome de infinito, Jesus sorrir-nos-á. E de repente, os nossos desertos florirão, e a nossa tenda será habitada...
Deixo-vos hoje com o vídeo do Natal de há alguns anos atrás, e que alguns conhecerão. O nosso pároco filmou, eu escrevi o cântico, o Francisco (ainda com voz infantil), a Clarinha e eu cantámos, e todos juntos construímos o presépio de Jesus. Feliz Natal!
ENCARNAÇÃO
Mi Lá Si7 Mi
E Deus encarnou, e armou a Sua tenda entre nós! (2x) (Jo 1, 14)
Mi Lá Si7 Mi
1 – “Faz-Me uma tenda onde possa habitar
Dó#m Fá#m Si7 Mi
No teu deserto, Eu contigo quero estar!
Faz-Me uma tenda onde venhas adorar
Pois o Meu sonho é Eu contigo caminhar!” (Ex 25, 8)
2 – O povo de Deus o Teu pedido escutou
E uma tenda no deserto ele armou! (Ex 35, 21-29)
Então vieste e com Teu povo acampaste
E peregrino, entre nós Tu caminhaste! (Ex 40, 34-38)
3 – E ao chegar o tempo que só Tu marcaste
Um corpo humano Tu quiseste...e encarnaste! (Heb 10, 5)
Tu és, Senhor, o Deus-connosco, o Emanuel (Mt 1, 23)
Tu és, Jesus, a Nova Tenda de Israel!
4 – E eis que uma porta na Tua tenda Tu fizeste:
Na cruz, por mim rasgaste o Teu coração! (Jo 19, 34)
E eu entrei, e na Tua tenda me acolheste
Em Ti, Jesus, eu encontrei a salvação!
(Cantem connosco: E Deus encarnou...)
- Teresa, por favor, hoje à noite precisava que tirasses uma folga dos teus trabalhos para prepararmos o Natal.
- Mas, Niall, eu tenho tudo pronto: confessei-me no domingo, e levei os meninos à confissão durante a semana; tenho o Retiro de Natal quase escrito; tenho a Via Sacra de Natal bastante adiantada; tenho conseguido ir à missa todas as manhãs, agora que não é preciso levar ninguém à escola; o céu sobre o presépio está cheio de estrelas, os postais para os vizinhos estão escritos, e...
- Teresa, por favor, eu estou a falar do Natal, sabes, daquelas coisas que é preciso fazer, cozinhar, comprar, enfeitar, embrulhar... O corpo, o corpo, Teresa, não o espírito, vá lá, só por hoje!
- Ah... Oh meu Deus! É já amanhã? Tenho de ter tudo comprado amanhã?
- Descansa, eu já adiantei algum serviço. Mas precisas de embrulhar muita coisa... Vamos, tiras ou não a noite para preparar o que falta?
-...
O Natal chegou. Maria e José estão lá fora ao frio, batendo de porta em porta, à espera que alguém abra... As ruas estão cada vez mais apinhadas de gente, as lojas cheias e desarrumadas, as casas enfeitadas e as cozinhas bem recheadas. Maria e José continuam a bater às portas...
"Veio para o que era seu, e os seus não O receberam." (Jo 1, 11)
Maria e José vão bater à nossa porta, e estão quase, quase a passar...
"... mas a quantos O receberam, aos que n'Ele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus." (Jo 1, 12)
Iremos abrir?...
Temos uma pequena surpresa para vós neste Natal... Andamos a prepará-la com carinho há algum tempo, e finalmente podemos anunciá-la: vamos fazer, com todos os que nos quiserem acompanhar, um RETIRO DE NATAL!
Será no dia 3 de janeiro, sábado, em Fátima. Pensámos no dia 3 para que todos estivessem mais disponíveis - o Natal e o Ano Novo já passaram, com toda a sua azáfama, e as aulas dos mais novos ainda não começaram. Pensámos em Fátima por ser a terra de Maria, mas também para ser central e nos podermos encontrar sem preocupações com quantos somos, pois o espaço é grande. Dia 3 ainda é Natal, portanto, estamos muito a tempo de meditar e rezar sobre o Presépio de Belém!
O retiro é para TODOS - novos e velhos, casados e solteiros, viúvos e divorciados, Famílias de Caná e famílias de outros movimentos ou de nenhum movimento, católicos, de outras confissões cristãs ou de nenhuma religião. Tragam os filhos e tragam os avós! Sabemos que temos leitores de todos os tamanhos, cores e religiões, e a todos queremos convidar para este belo dia.
Começamos às 9h15 da manhã, com o acolhimento no Centro Paulo VI. Teremos oração da manhã, e pelas 10h eu farei um ensinamento sobre o Natal. Às 11h participaremos na missa na Basílica da Santíssima Trindade. Depois, haverá um tempo livre para o almoço, que cada um fará como entender. Nós os oito, como sempre, levaremos a nossa merenda! Quem quiser, terá nesse tempo ocasião para se confessar no Santuário.
Pelas 14h, encontrarmo-nos-emos no Caminho dos Pastorinhos, junto da rotunda sul (a rotunda que tem uma estátua com os três pastorinhos) e fazermos a via sacra a pé (ou de carrinho de bebé, ou de patins, ou de bicicleta, ou de cadeira de rodas, ou às cavalitas...). Como estamos em tempo de Natal, estou a escrever uma via sacra especial: a via sacra do Natal! É mais uma pequena surpresa que vos quero oferecer. Quando estiver pronta (ando a trabalhar nela aos bocadinhos), coloca-la-ei aqui no blog em PDF para que todos a possam imprimir e levar consigo.
O Caminho dos Pastorinhos vai levar-nos, naturalmente, até bem perto das suas casas, que podemos visitar no final, enquanto convivemos, nos conhecemos e brincamos juntos. Peçam ao Senhor o dom de um dia lindo, como os que temos tido! Ele não faltará com o sol e a sua graça!
(Casa dos pastorinhos)
O aluguer de uma sala no Centro Pastoral Paulo VI, durante uma manhã, é de trinta euros. Este preço será dividido por todos os que aparecerem. Assim, se aparecerem muitos, pagaremos um ou dois cêntimos por pessoa... Se não aparecerem, a Família Power paga os trinta euros e pronto :) A reserva está feita.
Tragam a vossa alegria e o coração aberto para as surpresas do Senhor! Convidem amigos e venham rezar connosco! Sejam pontuais, porque a missa na Basílica não espera por nós, e por isso não podemos atrasar o ensinamento. Alinham? Descarreguem o PDF com o programa: Retiro em Fatima.pdf
Não precisamos de inscrições, pois temos bastante espaço, mas pedíamos que nos enviassem um mail a confirmar a vossa presença, apenas para termos uma ideia do número de pessoas: ntpower@sapo.pt. Agradecia também ser contactada pelos sacerdotes que nos quiserem acompanhar!
Pedíamos ainda para se certificarem no próprio dia de manhã que o retiro se realiza, lendo o blog. Porquê? Porque a minha avó está a chegar ao fim da sua vida, e nós estamos convencidos que a sua partida para o céu acontecerá muito em breve. Se for no dia 3 ou na véspera, o retiro terá de ser adiado, naturalmente, e a única forma de vos avisar é através do blog.
Nós estamos muito felizes por vos podermos oferecer esta pequena surpresa de Natal. Se nos quiserem oferecer a surpresa da vossa companhia, então a nossa felicidade fica completa...
Escrito pela Clarinha:
"Ontem tive a minha primeira prova de ginástica rítmica. Foi fantástico!
Acordei muito cedo, pois tinha cerca de 40 minutos de viagem para fazer e tinha de estar lá às oito da manhã. O meu pai foi comigo e também demos boleia a uma amiga nossa, que fez a prova e esteve espetacular. Pelo caminho, rezámos o terço.
Quando acordei não estava nervosa, mas quando entrei no "praticável" os nervos apoderaram-se de mim. A minha prova foi durante a manhã e no treino rezei uma Avé Maria a pedir a Maria que me ajudasse.
Foi um dia lindo! Fiz novas amigas, que me apoiaram sempre. O almoço estava delicioso, preparado pela mãe da menina a quem demos boleia. A minha melhor amiga foi ver a prova e no final, quando eu ainda estava a tremer, deu-me um grande abraço, que soube muito bem :)
Um dia assim passado a ver, a fazer e a realizar um sonho é maravilhoso... Obrigada, meu Deus, porque me deste esta oportunidade e por estares sempre comigo!
Partilho aqui convosco o vídeo da minha prova, para que possam alegrar-se comigo :)"
A Clarinha realizou um sonho antigo: estar em palco, dançando e fazendo ginástica! Quando o Niall chegou a casa e me mostrou o vídeo com a sua prova, fiquei muito comovida. E lembrei-me de uma palavra que um dia escutei num cântico:
"O sonho que hoje eu sonho, Senhor,
é apenas uma sombra dos sonhos que Tu sonhaste para mim,
se eu quiser seguir-Te..."
O sonho da Clarinha custou-lhe muitas horas de trabalho e de suor. Mas não basta fazer os exercícios correctamente; segundo a Clarinha me disse, há uma coisa que não pode falhar durante toda a prova: o sorriso! E não pensem que é fácil concentrar-se no sorriso quando se tem tanto em que pensar! Para ela, não foi.
Assim também na nossa vida: é preciso realizar os sonhos que Deus sonhou para nós, trabalhando e suando no palco que Ele nos destinou e nos exercícios que para nós desenhou, sem deixar transparecer a luta, a dor, o sacrifício; sem nunca, nunca deixar de sorrir...
"Quando jejuardes, não fiqueis tristes como os hipócritas que desfiguram o rosto, para os outros verem que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Mas vós, quando jejuardes, lavai o rosto e perfumai a cabeça, para que os outros não percebam que jejuais, mas somente o Pai que vê o oculto. E o Pai vos dará a recompensa." (Mt 6, 16-18)
(Clarinha e Matilde com medalhas de participação e um belíssimo sorriso no rosto!)