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Retiro no norte a 16 de maio

por Teresa Power, em 30.04.15

No dia 16 de maio, sábado, teremos como anunciado o nosso Retiro Famílias de Caná em Castelo de Neiva. Inscrevam-se online aqui, através do link disponível no programa:

Programa do retiro de Neiva_2015

 

Será um dia de encontro profundo em família, com Jesus. Todos estão convidados, dos mais pequeninos aos mais velhos. Tragam os vossos bebés! Já tivemos nos nossos retiros bebés com um ou dois meses, e temos tido muitos bebés ainda na barriga das suas mamãs. Temos tido muitas crianças, adolescentes e jovens, famílias inteiras, casais sem filhos, mães divorciadas com os seus filhos, mães e filhos sem a companhia do pai... Esperamos que se inscrevam também casais de namorados e de noivos, para inspirarem os seus sonhos nesta fonte de Água Viva que são as Bodas de Caná.

Venham, sem receio! A Casa de Férias onde estaremos tem todas as condições do mundo para o nosso encontro, incluindo o som do mar... O Niall já está cheio de ideias para trabalhar com os jovens! E as mamãs que vão cuidar das crianças também estão encantadas com todo o espaço que têm à disposição (mas não se preocupem, que ninguém irá para a praia!).

Que é preciso trazer? Para além da vossa família, tragam uma Bíblia e um terço, se tiverem; tragam uma boa merenda para partilharmos à hora do almoço, não esquecendo de acrescentar coisas apetitosas para os lanches (as crianças e os jovens lancham muitas vezes...); e sobretudo, tragam um coração aberto e doses extra de boa disposição. No dia do retiro pedimos, como sempre, pontualidade, porque os trabalhos estão todos planeados ao minuto (ou perto).

As coordenadas GPS da Casa de Férias do Colégio dos Órfãos de S. Caetano, onde decorrerá o retiro, são: 41.615659, -8.809521.

Inscrevam-se depressa! Nós contamos convosco, mas Jesus conta ainda mais...

Casa de Castelo de Neiva.png

 

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publicado às 06:15

Cuidado, obras no cabeçalho!

por Teresa Power, em 29.04.15

É isso mesmo - andamos a tentar atualizar a nossa fotografia familiar no cabeçalho do nosso blog, e não está a ser fácil :) A fotografia já lá está, mas não no tamanho certo... Aguardem, aguardem... Havemos de conseguir!

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publicado às 23:17

Disparates

por Teresa Power, em 29.04.15

Não sei se todos os leitores deste blogue sabem ou recordam o que é viver com uma criança de dois anos em casa. Para os mais esquecidos, aqui ficam algumas pistas...

Num destes dias, a Sara veio do jardim muito contente, acompanhada do António e da Lúcia. Na mão, segurava isto:

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 Aproximei-me para ver mais de perto o curioso objeto. A Clarinha entrou nesse momento na sala e os gritos que deu fez a nossa casa parecer um filme de terror. Querem ver mais de perto também?

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 Sim, é um rato morto, certamente pelos nossos gatos...

Outro dia, deixei a Sara sentada na sanita. Passados alguns minutos, ela correu para junto de mim, muito satisfeita, a dizer: "Mamã, disparate! Mamã, disparate!" Dirigi-me à casa de banho para ver o disparate... E deparei-me com isto:

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Já não é a primeira vez que a Sara se entretem a desenrolar o papel higiénico, claro!

De outra vez, o telemóvel tocou, tocou, e eu não o conseguia encontrar. Sempre atrás do toque, fui levada até ao jardim, e no jardim, até à oliveira. O som vinha abafado e contínuo. Poderia o telemóvel estar... dentro da oliveira? De repente, vi isto:

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Aproximei-me... E encontrei o que tão desejado telemóvel!

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 Nessa mesma tarde, o Niall tinha recebido uma mensagem supostamente minha, a dizer: "aoytm,m ghrmme yeertidm"... Bem... Tive sorte a mensagem ter ido ter ao Niall e a mais ninguém!

Mas ontem passou das marcas. A Sara apareceu junto de mim sem sapatos, sem meias, sem calças e sem cuecas. "Sara, onde tens a roupa?" Perguntei. "Não sei!" Foi a resposta. Corri a casa toda à procura, mas sem sucesso. Decidi vesti-la com outra roupa, e não pensei mais no assunto. Até que horas depois, no pátio, tive esta visão:

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 Sim, são as casotas dos cães e os seus pratinhos... Mas há mais alguma coisa no recipiente da água. Querem ver mais de perto?

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- Deve ter aprendido contigo, Teresa - Disse-me o Niall a rir, quando o chamei para ver - Passas a vida a lavar roupa! A Sara só te quis imitar!

 

As crianças de dois anos são verdadeiros artistas na arte de esgotar a nossa paciência. Nem sempre reajo pegando na máquina fotográfica... Às vezes, reajo com uma palmadita no rabo e um raspanete. Em dias de maiores disparates, quando a oração familiar é complicada e agitada, ao fazermos a invocação dos nossos santos protetores - Santa Clara, rogai por nós! Irmã Lúcia, rogai por nós! Etc - alguém acrescenta, brincalhão: "Santa Paciência!" e todos respondemos a rir, "Rogai por nós!"

 

Os disparates da Sara fazem-me sempre, sempre meditar no amor de Deus - embora nem sempre na hora...

Diz o Senhor através do profeta Oseias:

 

"Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egito o meu filho. Mas quanto mais o chamei, mais ele se afastou. Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconhecia que era Eu quem cuidava dele. Segurava-o com laços humanos, com laços de amor, fui para ele como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto, inclinei-me para ele para lhe dar de comer..." (Os 11, 1-4)

 

Os disparates da Sara, que às vezes me fazem rir, e outras vezes me fazem perder a paciência, em nada beliscam o imenso amor que tenho por ela. Por ela, eu sou capaz de dar a minha vida. E de cada vez que ela corre para mim, dizendo com simplicidade e confiança: "Disparate!" Eu aperto-a contra o peito e parece-me amá-la ainda mais.

Os meus disparates, que às vezes fazem sorrir, outras vezes entristecem o Senhor, em nada beliscam o imenso amor que me tem. Por mim, o Senhor é capaz de dar a vida. Por mim, aliás, Jesus já deu a sua Vida... E de cada vez que corro para os seus braços, dizendo com simplicidade e confiança: "Perdoa-me!" Ele aperta-me contra o peito e ama-me ainda mais...

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publicado às 06:24

Famílias de Caná

por Teresa Power, em 28.04.15

As Bodas de Caná


“Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a Mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados.” (Jo 2, 1-2)


Quem seriam os noivos destas Bodas? Naturalmente que eram grandes amigos de Jesus e Maria, que com a sua presença, santificaram esta família nascente, antecipando toda a força e beleza do sacramento do matrimónio. Mas o autor do quarto Evangelho, das Cartas e do Apocalipse aponta para outras bodas: as Bodas do Cordeiro, anunciadas ao longo de toda a Bíblia, da primeira à última página. Nelas, Jesus é o Esposo, e cada um de nós e a Igreja inteira é a Esposa.
As Bodas de Caná são a celebração da família, que se abre ao amor infinito de Deus; mas são também a celebração do amor único e eterno entre Deus e cada um de nós.


Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná


Nas Bodas de Caná, Maria antecipou a hora de Jesus; mas antecipou também a sua hora como Aquela que intercede por nós junto de Deus. A Mãe de Caná é assim, nos Evangelhos, a imagem mais perfeita da Senhora Auxiliadora dos cristãos.
As Famílias de Caná nasceram à sombra do Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, em Mogofores, e têm na Mãe de Caná a sua Rainha.

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Famílias de Caná


Ser Família de Caná é um estilo de vida, uma forma particular de ser família na grande família da Igreja Católica.
A Família de Caná nasce das raízes hebraicas da fé cristã e cresce no jardim de Nossa Senhora. Como toda a árvore, conhece-se pelos frutos (cf. Mt 12, 33). O fruto distintivo da família cristã é o amor. Diziam os pagãos ao falarem dos primeiros cristãos, segundo Tertuliano: “Vede como eles se amam!” E assim deve continuar a ser hoje.
No Judaísmo, a fé vive-se e celebra-se primeiramente em família. “Eu e a minha família serviremos o Senhor” (Jos 24, 15) proclamou Josué ao chegar a Canaã. As Famílias de Caná querem ser Igrejas Domésticas, pequenos oásis de fé cristã verdadeiramente vivida e celebrada, onde educar seja desafiar para a santidade e crescer seja uma aventura rumo ao Céu.


As seis talhas de Caná


Os servos de Caná ofereceram a Jesus, com a fé que Maria neles despertou, seis talhas vazias. À Palavra de Jesus, encheram-nas com água. E foi então que o milagre aconteceu.
Cada Família de Caná oferece a Jesus seis pequenas “bilhas”, que procura esvaziar de tudo o que é mundano. À Palavra de Jesus enche-as de “água” até transbordarem, numa obediência pronta e generosa. Finalmente, experimenta a abundância do amor de Jesus, que por intercessão de Maria, não permitirá que o “vinho” da fé, da esperança e do amor acabe na sua casa.


As seis bilhas das Famílias de Caná

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1 – Comunhão – Nós, Jesus


A Família de Caná procura viver a alegria das “Bodas do Cordeiro” no concreto das suas vidas, construindo a comunhão entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos entre si, a família e a Igreja, cada um de nós e Jesus. Várias vezes por dia, para aprofundar este mistério de comunhão, a Família de Caná reza esta curta oração: “Nós, Jesus!”.


2 – Vida sacramental


A Família de Caná procura encontrar-se com Jesus através dos sacramentos: o matrimónio, fundador da família; o baptismo dos filhos; a eucaristia dominical e a adoração eucarística frequente; a confissão frequente; a unção dos doentes sempre que necessária.

 

3 – A Bíblia


Para fazer tudo o que Jesus disser, a Família de Caná escuta diariamente as Escrituras Sagradas, estudando e meditando a Palavra e contando aos mais novos histórias da Bíblia.

 

4– O canto de oração


A Família de Caná constrói em casa um lugar para a oração e aí se reúne uma vez por dia, em clima de alegria e simplicidade, para catequisar os filhos, para aprofundar a fé e para rezar. Todos os dias, a sua oração começa com a afirmação do primado de Deus, manifestado no amor ao próximo:

 

Shemá
“Escuta Israel
O Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás o Senhor com todo o teu coração
Com toda a tua alma e com todas as tuas forças
E amarás o próximo como a ti mesmo.
Faz isto e serás feliz.
Ámen!” (Lc 10, 27-28)


5 – Visitação


Como Maria em casa de Isabel, em Nazaré, em Caná e em Jerusalém, a Família de Caná “visita” o seu próximo, tornando-se "pessoas-cântaro" (Papa Francisco em A Alegria do Evangelho nº86) e servindo a todos o "vinho novo" de Jesus. Pode fazê-lo individualmente, em família ou integrada nos mais diversos apostolados, de acordo com o que Jesus disser a cada um.


6 – Consagração e Rosário


A Família de Caná renova diariamente a sua consagração a Maria, e na sua companhia, medita nos Mistérios da Vida de Jesus, através da oração do Rosário. Com Maria, a Família de Caná quer aprender a fazer tudo o que Jesus disser.


Invocação
“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,
ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser!”

Consagração
“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,
Consagramos-te hoje e sempre a nossa família.
Confiamos na tua intercessão de mãe,
Para que o vinho da fé, da esperança e do amor
Nunca acabe em nossa casa.
Faz de nós servos do Senhor, como tu,
E ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser.
Ámen!”

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Que é preciso fazer para ser Família de Caná?

 

É preciso querer celebrar as Bodas de Caná todos os dias da vida, convidando Jesus e Maria para a festa, e levando a Jesus, com a ajuda de Maria, as nossas seis bilhas de Caná. Se escutarem a voz de Jesus chamando a vossa família a esta festa, escrevam-me para o mail!

Sempre que possível, as Famílias de Caná participam num retiro Famílias de Caná e nos vários retiros e encontros que vão sendo propostos, bem como nos encontros Aldeias de Caná na sua área geográfica. Mas os encontros maiores e mais importantes acontecem bem mais perto de cada uma das Famílias de Caná: na sua casa, diariamente, e na sua paróquia, na missa dominical. Não faltem às Bodas!

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publicado às 06:23

A sexta bilha

por Teresa Power, em 27.04.15

No sábado, os crismandos estiveram grande parte da tarde no santuário, a preparar-se para receber o crisma. O senhor bispo D. António Moiteiro veio para estar com eles e suas famílias pelas cinco horas, e falou-lhes com simplicidade e alegria do sacramento que iam receber. Aproveitei a sua estada entre nós para lhe apresentar as "bilhas" das Famílias de Caná.

Não sei se estão lembrados: no Retiro de Quaresma, o senhor bispo sugeriu-nos a mudança do tema das "Cinco Pedrinhas" para as "Seis talhas de Caná", para que as Famílias de Caná se centrassem verdadeiramente no mistério das Bodas de Caná. Como a palavra do nosso Pastor é, para nós, interpretação viva da Palavra do Senhor, nós aceitámos a sugestão como vinda de Jesus. Hoje, não temos qualquer dúvida de que foi o Senhor a inspirar o nosso Pastor, porque imediatamente se abriram para nós as torrentes de Água Viva presentes no mistério de Caná, e de repente, o nosso singelo movimento foi inundado de Espírito.

Pensámos longamente na palavra a utilizar. As talhas parecem-nos demasiado grandes para a simplicidade das nossas famílias. Sobretudo, não podem ser transportadas por crianças muito pequeninas, e o nosso movimento pretende desafiar todos à santidade, incluindo as crianças muito pequeninas. Pensámos então em bilhas, aquelas bilhas de barro que os nossos avós tinham nas aldeias cheias de água fresquinha.

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 A sexta bilha, a bilha em falta, surgiu magnífica e luminosa diante dos nossos olhos, num breve momento de oração: como não tínhamos pensado nela antes? Hoje sabemos que ela sempre ali esteve, central na vida de cada Família de Caná.

O senhor bispo escutou-me com imensa alegria e atenção. Disse-me que já falara a outros bispos do movimento, e que todos esperavam agora pelos frutos, para que sejam os frutos a dar testemunho. Fiquei feliz: se a aprovação do movimento está dependente dos frutos, então ela acontecerá brevemente, porque os frutos são doces, belos e abundantes, e estão espalhados um pouco por todo o país!

Tenho estado ansiosa por vos apresentar a "bilha" em falta, mas não o queria fazer sem antes a apresentar ao nosso bispo, que no sábado me encorajou a avançar com confiança e determinação. Ora aqui vai:

 

As Bodas de Caná foram celebradas entre dois noivos, provavelmente amigos de Jesus e de Maria, visto terem-nos convidado para a festa. Mas S. João, autor do quarto Evangelho, das Cartas e do Apocalipse, não falava apenas nestas bodas singelas: na sua mente e no seu coração estavam outras Bodas, as Bodas anunciadas e preparadas ao longo de toda a Bíblia, da primeira à última página: as Bodas do Cordeiro. Diz o Apocalipse:

 

"Alegremo-nos e exultemos, demos glória a Deus, porque estão para realizar-se as Bodas do Cordeiro, e a sua esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente. Felizes os convidados para as Bodas do Cordeiro!" (Ap 19, 7-9)

 

Assim, o mistério de Caná é também o mistério profundo da nossa comunhão com o Senhor, que quer ser para cada um de nós o Amado, o Esposo, Aquele que se deixou apaixonar profunda e eternamente por cada um de nós. É connosco que o Senhor quer viver uma história de amor, bela, verdadeira, mesmo que acidentada e cheia de aventura como a história do seu povo, narrada ao longo de toda a Bíblia.

A sexta bilha das Famílias de Caná - que passa a ser a primeira - é, portanto, a bilha que nos permite viver a alegria das Bodas do Cordeiro no concreto das nossas vidas, construindo a comunhão entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos entre si, família e Igreja, Jesus e cada um de nós. Várias vezes por dia, para aprofundar este mistério de comunhão, a Família de Caná reza esta curta oração: “Nós, Jesus!”.

Eis então a bilha que nos faltava, e que o Senhor já fizera nascer no nosso coração há tanto tempo: "Nós, Jesus!"

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Tenho a certeza de que o vinho novo derramado nesta bilha será verdadeiramente fecundo nas Famílias de Caná... À medida que provarem deste vinho e tiverem histórias para contar, escrevam-me para o mail!

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publicado às 06:20

Primeira Comunhão

por Teresa Power, em 25.04.15

O dia dezanove de abril está gravado no crucifixo que o David, desde então, traz ao peito; e está gravado no seu peito. Neste post, escrevi sobre a tranquilidade e a alegria pura deste dia. Hoje vou falar-vos um bocadinho daquilo que vivemos na Eucaristia...

Os meninos da primeira comunhão começaram o dia com uma breve procissão diante do santuário. Na mão, levavam uma flor, para no final da Eucaristia oferecerem a Nossa Senhora. O David ia, como costume, muito compenetrado:

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A entrada solene no santuário emocionou-me, e foi com dificuldade que continuei a cantar ao microfone. "Vinde e louvai-O!" Cantavamos todos, com voz sonora e decidida. E os meninos vieram e louvaram Jesus, sempre em procissão. Na coxia central, pararam cada um ao lado do banco onde se encontrava a sua família, e depois de uma genuflexão bem feita, mantiveram-se de pé.

Uma das belas surpresas que tive nesta paróquia foi a forma como, na primeira comunhão, as crianças permanecem junto dos pais e da sua família, e não em grupo nos primeiros bancos. Assim, nem elas, nem os pais se distraem, e o momento mais belo das suas curtas vidas acontece a nosso lado e sob o nosso olhar. Estar ao lado do David - como já estive ao lado da Clarinha, que também fez a sua primeira comunhão neste santuário - foi para mim um enorme privilégio.

A Clarinha cantou o salmo, o David leu uma oração dos fiéis, e todos participámos de coração na cerimónia. Às vezes, a voz faltava-me e sentia os olhos molhados, mas acho que ninguém deu conta...

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- David e Matilde, querem mostrar a todos o painel que o grupo construiu? - O senhor padre falava aos meninos do encontro profundo com Jesus, o Bom Pastor. - Cada um de vós é uma ovelhinha diferente, especial, única; e cada um de vós quer viver a sua vida nos prados do Bom Pastor, Aquele que dá a sua vida...

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Depois da comunhão, as catequistas tinham uma lembrança para os meninos: um livro de orações feito por elas e muito personalizado. Os meninos adoraram! Desde então, todos os dias o David se senta com o seu livro, acompanhando com ele os mistérios do Rosário.

Ao receber o seu livrinho, o David sussurrou à Carla, sua querida catequista: "Também tenho um presente para ti!" O presente era um simples cartãozinho, feito com muito esforço e carinho. Nele, o David escreveu o versículo da Carta de S. Paulo aos Gálatas:

 

"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim!" (Gl 2, 20)

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Depois, nós, os pais, oferecemos às duas evangelizadoras dois lindos ramos de flores, com esta mensagem:

 

"Queridas evangelizadoras
Hoje, Jesus vive de modo especial no coração dos nossos filhos. A nossa alegria é profunda, e a nossa gratidão imensa: sabemos que este dia aconteceu graças também à vossa fé, ao vosso carinho, às horas que ambas passaram a preparar as evangelizações, a imaginar formas diferentes e interessantes de trabalhar com os nossos filhos as histórias de Jesus. Agradecemos a paciência com que os ensinam todas as semanas. Agradecemos, acima de tudo, o vosso amor por Jesus, pois é esse amor que vos faz trabalhar com os nossos meninos. Por tudo, e sempre, o nosso obrigado!"

 

E neste obrigado sentido, fica aqui a minha homenagem a todos os catequistas e evangelizadores que trabalham com as crianças cristãs. É um trabalho gratuito, difícil, demorado, às vezes sem ver frutos imediatos, e mais vezes ainda sem ouvir um "obrigado". Mas o Senhor, que vê o que está oculto, não os deixará sem a sua recompensa. Bem-hajam especialmente a Carla, aTeresa, o João e a Isabel, catequistas dos nossos filhos; e a Paula, na Barra, onde o Francisco fez a sua primeira comunhão há alguns anos atrás! 

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E a comunhão do David? A mesa está posta, o Pão e o Vinho preparados. Jesus já entregou a sua vida. Tudo está consumado. Falta a nossa parte... É preciso deixar o nosso lugar e correr ao manancial da vida, à Fonte de Eternidade. O David dá um passo e fica diante de Jesus. Depois, cheio de felicidade, recebe Jesus em sua casa.

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A seu lado,o Niall e eu acompanhamos o David em oração intensa. Depois, também nós comungamos.

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De volta ao lugar, o David reza, muito compenetrado.

Regresso ao meu lugar na condução do coro, cantando com emoção um cântico que escrevi há alguns anos, e escolhi de propósito para este dia: "Nada me separará do teu amor, ó Senhor!" Porque como diz S. Paulo,

 

"Nem a morte, nem a vida,

nem a altura, nem a profundidade,

nem a largura, nem o abismo,

nem o passado, nem o futuro,

nem os anjos, nem os principados,

nem qualquer outra criatura

nos poderá separar do amor de Deus,

manifestado em Jesus Cristo, Nosso Senhor."

(Rm 8, 35-39)

 

 

Que nada separe estes meninos do amor de Jesus!

Que cada Eucaristia seja um renovar da comunhão intensa com o Senhor!

Que cada comunhão seja a primeira e a última, a única, a definitiva. Ámen! Aleluia!

 

E se quiserem ver e escutar a alegria com que cantámos e dançámos o cântico final, vão ao blogue da Lena, nossa acólita e mãe de uma linda Família de Caná. Do altar, onde servia, ela filmou este belo cântico... Cantem connosco!

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publicado às 06:16

Uma rádio e uma praia

por Teresa Power, em 24.04.15

Ontem passei uma manhã especial: estive em Vagos, uma vila do distrito de Aveiro, nas dependências da igreja paroquial. Não, não estive a rezar: estive a gravar um programa de rádio, para a Rádio Vagos FM, 88.8,  a convite da Susana Pires. O programa de rádio chama-se O Mundo nas Tuas Mãos. Foi a primeira vez que gravei uma entrevista em estúdio, e achei tão engraçado, que pedi licença à Susana para lhe tirar uma fotografia, e assim vos poder mostrar como era simpática a minha interlocutora:

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A nossa conversa na rádio foi franca e profunda, e continuou muito para além do programa. Fiquei encantada com esta rádio de inspiração cristã. "Procuro transmitir os valores cristãos em todos os temas abordados", explicou-me a Susana, que é leiga consagrada na Verbum Dei. "Gosto de comunicar boas notícias, notícias que tornem as pessoas mais felizes. Gosto de me centrar no tu, naquele que me escuta, e chegar ao seu coração." Para mim, foi um prazer imenso poder falar das famílias cristãs com esta tonalidade alegre e positiva, distante de moralismos farisaicos ou de pessimismos derrotistas. O mundo está nas nossas mãos, diz a Susana, e ao ver como ela faz uso da sua profissão para evangelizar, só lhe posso dar razão.

Saí da entrevista com o coração cheio. Percebi que estivera a trabalhar lado a lado com a Susana para o mesmo Reino, e percebi que partilhávamos a mesma ânsia de anunciar o Evangelho, embora em apostolados diferentes. O mundo está polvilhado de cristãos simples e alegres, como nós as duas naquele estúdio, desejosos de levar a Boa Nova ao seu próximo. Quando dois ou mais cristãos assim decididos se encontram, podem causar um verdadeiro "terramoto"... Precisamos de nos encontrar mais vezes uns com os outros em projetos de evangelização, dentro e fora das Famílias de Caná, cruzando caminhos entre os diversos movimentos de leigos na Igreja. Disse Jesus:

 

"Onde dois ou três se reunirem em meu nome, Eu estou no meio deles."

(Mt 18, 20)

 

Quando saí do estúdio, e porque Vagos é perto da praia, decidi fazer um curto desvio no meu percurso para ver o mar. Guiei durante alguns minutos por estradas de floresta. Podia escutar o marulhar das ondas e cheirar o seu perfume. A praia é só uma, estendida sem interrupção entre a Barra de Aveiro e a Figueira da Foz, mas os acessos são inúmeros e variados. Finalmente, estacionei o carro diante desta bela escadaria:

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Os degraus cobertos de areia fizeram-me sorrir. A Susana e eu, cada uma de nós no seu trabalho quotidiano e na sua vocação específica, estamos ambas empenhadas em construir, degrau a degrau, uma escada singela e artesanal, capaz de levar ao Céu... Subi, e emocionei-me diante da tranquilidade da praia banhada pelas ondas brancas e luminosas:

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Tantas escadas diferentes, tantas formas diferentes de alcançar a mesma praia!  De joelhos diante do mar, fiz uma oração... Que todos os degraus das nossas vidas, dispersos pelas mais variadas dunas e nascidos nos mais variados caminhos, conduzam à mesma praia do teu Amor, Senhor Jesus. Ámen. Aleluia!

 

O programa que a Susana gravou vai passar domingo, dia 26 às onze da manhã :)

 

 

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publicado às 06:20

Crismando

por Teresa Power, em 23.04.15

Na sexta-feira dia dez de abril, fui falar aos pais do Centro Comunitário da Paróquia de S. Pedro de Aradas, em Aveiro. Aos três anos, o Francisco frequentou aquele infantário, antes de optarmos pelo Colégio Nossa Senhora da Assunção, e eu nunca esquecerei o carinho e a dedicação com que foi acolhido ali. Assim, era grande a minha vontade de rever o espaço e as pessoas que, na altura, tanto me marcaram.

Antes de sair de casa, perguntei ao Francisco e à Clarinha se algum deles me queria acompanhar. Ambos se ofereceram. Fiquei feliz! Na viagem de meia hora, como costume, rezámos o terço. Depois conversámos.

- Gosto tanto de te ouvir falar - disse a Clarinha. - Mesmo que já saiba o que vais dizer.

- Não te parece longo demais? - Perguntei. Afinal, os meus ensinamentos costumam demorar três quartos de hora.

- Não. Como dás muitos exemplos e fazes rir no meio, o tempo passa depressa!

A Clarinha confirmou aquilo que eu penso há muito tempo. Os adolescentes e os jovens têm uma capacidade muito superior àquela que nós lhes atribuímos para escutar, em silêncio, ensinamentos sobre a fé. Não precisamos de reduzir os dias de encontros e retiros juvenis a uma sequência de atividades lúdicas, como infelizmente tanto acontece.

- Francisco, parece-me que já estás suficientemente crescido para dares o teu testemunho - Sugeri. - Vais ser um jovem crismado dentro de quinze dias! Achas que, depois de eu falar, podias testemunhar um bocadinho?

O Francisco ficou calado. Não insisti. Alguns minutos depois, respondeu-me:

- Sim, posso dar o meu testemunho. Posso dizer, por exemplo, como a Palavra de Deus está sempre presente na minha mente, ao longo do dia, ajudando-me a relacionar os acontecimentos da vida com o que Jesus nos ensina. Também posso dizer como a oração surge espontaneamente na minha mente. Outro dia estava em cima do cavalo, a meio de um salto, e a perfeição daquele momento fez-me dizer simplesmente: "Obrigado, Jesus!"

- Fantástico, Frankie! É mesmo isso! Um testemunho lindo. Fica então combinado: depois de eu falar, antes de abrir o debate, tu dás o teu testemunho.

E assim foi. O salão do centro paroquial estava cheio de mães e alguns pais sedentos de Deus. A sua adesão simples às minhas palavras e a forma como se questionaram depois de nos escutar fizeram-me perceber o quão importante é esta procura do irmão nas periferias da Igreja. Poucos ali frequentavam os sacramentos com regularidade, mas todos estavam cheios de sede, e ainda não se tinham dado conta. Pareceu-me escutar a voz de Jesus, de braços estendidos:

 

"Quem tem sede, venha a Mim e beba. E do seu seio jorrarão rios de água viva."

(Jo 7, 37-38)

 

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Quando acabei de falar, convidei, como combinado, o Francisco para dar o seu testemunho. Falou de ilusionismo, falou da oração sobre o cavalo, falou da oração de súplica que o Senhor sempre atende. No final, as pessoas romperam em aplausos. E eu senti-me orgulhosa do meu jovem crismando, capaz de testemunhar Jesus Ressuscitado como os Apóstolos no dia de Pentecostes. Depois, o Francisco cumprimentou as suas antigas educadoras, num momento muito bonito.

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Antes de sairem, muitos compraram um ou dois volumes do meu livro Os Mistérios da Fé (também disponíveis online), como introdução à Bíblia, que alguns não possuem, e introdução à meditação católica, que muitos se decidiram ali mesmo começar a fazer.

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 Regressámos a casa muito felizes. O Senhor, que chama os pecadores e os transforma em pescadores de homens, nunca Se deixa vencer em generosidade, e recompensa-nos sempre a cem por um. O Francisco já está maduro na fé. No dia 26, terá completado a sua iniciação cristã com a receção do sacramento do crisma...

 

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publicado às 06:20

Crismandos e o fogo do Pentecostes

por Teresa Power, em 22.04.15

O Niall é o catequista responsável pelo crisma, na nossa paróquia. Antes do último encontro que tiveram, vi o Niall muito atarefado em casa com um pedaço de cartão, tesoura e fita-cola. Depois vi-o no santuário, a receber os jovens. Era esta a sua figura:

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Com a ajuda do "bispo Niall" e num clima descontraído, os jovens ensaiaram os gestos da cerimónia do crisma, que está aí tão próxima. Depois conversaram sobre o Espírito Santo, capaz de incendiar o mundo inteiro, como fez no dia de Pentecostes, ao descer sobre um punhado de homens simples e rudes.

Poderão os jovens aspirar à santidade, vivendo numa sociedade com tantas solicitações contrárias? Claro que sim. Penso, por exemplo, no Beato Marcel Callo. Conhecem? É o primeiro santo escuteiro. Nasceu em 1921, em França, e morreu em 1945, no Campo de Concentração de Mauthausen...

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                                                  (Marcel Callo)

Marcel nasceu numa família católica de nove filhos e alimentou, desde criança, a sua amizade por Jesus. Se no outro dia vos falei num casal de imperadores, hoje falo-vos de um jovenzinho operário, que aos treze anos já trabalhava numa impressão gráfica. Desejoso de testemunhar a sua fé no mundo do trabalho, ligou-se à Juventude Operária Católica (JOC) e ao Escutismo. Nessa altura, como então, não era fácil ser testemunha de Cristo, e Marcel foi ridicularizado muitas e muitas vezes. Mas nunca desistiu do seu primeiro amor, Jesus. Marcel estava decidido a levar Jesus a todos os jovens trabalhadores, e nas quaresmas ia de porta em porta, com outros Jocistas, convidando as pessoas para a missa da Páscoa.

Aos vinte anos, Marcel apaixonou-se pela jovem Marguerite Derniaux. O seu namoro foi um namoro cheio de Deus: rezavam juntos as mesmas orações e participavam juntos na missa diária. Tencionavam casar-se no mesmo dia em que um dos irmãos de Marcel seria ordenado sacerdote.

Quando a Alemanha invadiu a França em 1940, Marcel decidiu agir. Com alguns amigos, tornou-se "missionário das estações dos comboios",  ajudando muita gente a fugir.

Mas em 1943, Marcel é deportado para a Alemanha, onde é forçado a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie. Marcel encontra na fábrica o local ideal para evangelizar. Sem se deixar abater, mete mãos à obra e descobre outros jocistas e escuteiros. Depois procura entre os prisioneiros um padre para celebrar a Eucaristia e confessar - um padre alemão. Sem receio, convida outros deportados para participar na Eucaristia, conseguindo converter muitos prisioneiros.

Marcel não sabe que a sua correspondência com a noiva está a ser intercetada, e que os seus gestos católicos estão a ser alvo de suspeita. Em abril de 1944, Marcel é enviado para o Campo de Concentração de Mauthausen. Mesmo aí, no meio dos mais duros trabalhos e das mais horríveis torturas, com fome, sede e frio, Marcel mantém a fé, a esperança e o amor. Procurando imitar os cristãos dos Atos dos Apóstolos, Marcel não deixa que nada destrua a sua felicidade. Todos os dias procura novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os companheiros. Assobiando a divisa escuta ou jocista, Marcel dá sinal para todos rezarem, silenciosamente, uma Avé-Maria. Às vezes, um amigo sacerdote também prisioneiro passa-lhe uma caixinha onde está escondida a Eucaristia: eis a sua maior alegria!

Por fim, Marcel cai doente, com tuberculose, e é transferido para uma "enfermaria", tendo direito a uma enxerga onde se amontoam aos cinco por cama. No último dia, Marcel cai nas latrinas. O coronel que o leva nos braços nunca esquecerá a expressão de felicidade pura do seu olhar moribundo. Tem vinte e três anos.

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                                                       (Marcel Callo)

Os jovens que, no domingo, vão ser crismados na nossa paróquia, certamente nunca precisarão de testemunhar a sua fé dando a vida por Jesus. Mas certamente também que não lhes faltarão ocasiões para testemunhar a sua fé como Marcel fez: no trabalho, no namoro, com os amigos, na paróquia. O seu entusiasmo juvenil deverá ser capaz de incendiar o mundo. Como disse Jesus:

 

"Eu vim trazer o fogo à Terra, e que quero Eu senão que ele se ateie?"

(Lc 12, 49)

 

 

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publicado às 06:20

Um dia feliz

por Teresa Power, em 21.04.15

Há poucos dias mais belos na vida que o dia da primeira comunhão...

A manhã que desponta serena, luminosa e bela.

O jasmim florido e perfumado.

Os meninos transbordando entusiasmo.

A corrida contra o tempo, vestindo crianças e fazendo penteados, voltando a vestir e voltando a pentear, lavando a cara da Sara e do António e evitando as nódoas do leite com chocolate na roupa de festa, tudo isto ao som do salmo, que a Clarinha treina ininterruptamente.

Chegar ao santuário antes das nove e meia da manhã, suspirar de alívio, acalmar.

Levar o David junto da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora:

- David, antes de ires ter com os teus amigos, vamos rezar juntos, sim?

- A consagração?

- A consagração...

 

Assim que tenha as fotografias da missa, falar-vos-ei da Primeira Comunhão do David. Hoje falo-vos da serenidade do seu dia, da alegria com que, toda a tarde, brincou, interrompendo de vez em quando para, discretamente, contemplar o seu novo crucifixo, ler umas palavras nos livrinhos de orações recebidos, beijar a imagem do rosto de Jesus, na pagela que lhe oferecemos.

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Almoçámos em casa, na companhia dos padrinhos e da sua linda Família de Caná, da avó, dos tios e dos primos de Coimbra.

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Durante a tarde, o sol brilhou, os adultos puseram a conversa em dia, e os mais novos não pararam de correr e saltar:

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- Uma joaninha, mamã! E não quer voar! Quer ficar na minha mão!

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A meio da tarde, o senhor padre veio visitar-nos. Já tinha percorrido todas as casas e restaurantes onde havia festa, e a casa dos Power devia concluir as suas visitas de Pastor - de verdadeiro e bom Pastor! O David ficou cheio de alegria com a visita. Apressou-se a pedir a bênção para os terços e crucifixos recebidos, e a tirar uma fotografia para recordação:

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Antes do jantar, depois de todos irem embora, os meninos viram o DVD "David e Golias", em desenho animado, que oferecemos ao David. A Sara adormeceu no sofá...

- Mamã, acho que Jesus já está a trabalhar no meu coração - Disse-me o David, durante o jantar.

- Ai sim? E como sabes isso?

- Hoje, a jogar futebol no jardim, perdi contra o Martim. Sabes como costumo ficar irritado quando perco... Pois olha: hoje não fiquei irritado, e continuei alegre! Achas que vou ficar cada vez mais alegre, quando fizer a segunda, a terceira, a quarta, a quinta comunhão?

- Acho que sim, David...

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 À noite, depois de todos estarem deitados, enquanto o Niall e eu esvaziávamos e enchíamos a vigésima quinta máquina da louça (acho que estou a exagerar, mas só um bocadinho...), conversámos sobre a tranquilidade deste dia.

- No blogue temos muitos comentários, e no mail e telemóvel também, de amigos a enviar um abraço ao David - Disse ao Niall.

- Tantos amigos que Deus nos deu!

- Sinto-me a transbordar de gratidão... Gratidão para com tanta gente, gratidão, acima de tudo, para com o Senhor! Que dia tranquilo e belo passámos...

- Sabes, Teresa, neste mesmo dia em que Jesus entrou no coração do David, setecentas pessoas morreram ao largo de Itália. Refugiados, emigrantes, pobres... 

- A sério?

- Ouvi na rádio. Setecentas!

Ficámos em silêncio uns instantes. O Jesus que o David recebera em seu coração puro era o mesmo Jesus que morrera nas águas do Mediterrâneo, disfarçado de emigrante; o Jesus ressuscitado e glorioso do Apocalipse é o mesmo Jesus crucificado e abandonado do Calvário.

Mas a grande maravilha do amor de Deus é esta: cada criança que acolhe Jesus em seu coração, aproxima o mundo um bocadinho mais da Luz; cada criança que se santifica, santifica um bocadinho mais o mundo inteiro... O "Nós" da Comunhão, que nos une a Jesus, é a fonte primeira do "Nós" da humanidade, que nos une uns aos outros como filhos do mesmo "Pai Nosso, que está nos Céus"...

 

"Se dissermos que estamos em comunhão com Deus e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Mas se caminhamos na luz como Ele está na luz, estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." (1Jo 1, 6-7)

 DSC01999.JPG

Que cada Eucaristia e cada Comunhão nos aproximem mais uns dos outros, e todos de Deus. Ámen! Aleluia!

 

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publicado às 06:14

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