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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Há cerca de um mês, fui fazer dois ensinamentos num retiro para pais de meninos da catequese, no seminário de Santa Joana, em Aveiro. O convite veio de um casal de leitores do blogue, catequistas na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no Mamodeiro, uma terra perto de Aveiro. Aceitei com gosto, e regressei ainda mais feliz, ao ver o trabalho lindo de evangelização que a Jacinta e o Luís têm feito. Nesse dia, prometi-lhes que em breve entraria na sua igreja paroquial, situada à beira da estrada nacional entre Aveiro e Mogofores. Há anos que passo por ela sem nunca lá ter entrado!
Na quinta-feira passada aproveitei a tarde sem trabalho na escola e fui a Aveiro, visitar a minha avó. De regresso, no carro, vinha a pensar em qual seria a melhor citação bíblica para escrever nos postalinhos da primeira comunhão do David e do Crisma do Francisco. Tinha para cada um deles uma imagem do Cristo Jovem, e queria que a citação fosse apropriada. Ocorreu-me uma das minhas frases favoritas de S. Paulo:
"Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim." (Gl 2, 20)
E ainda outra, tão apropriada a este encontro profundo com Jesus nos sacramentos:
"Todos nós, com a face descoberta, refletimos a glória do Senhor como um espelho, e somos transformados nessa mesma imagem, cada vez mais gloriosa, por ação do mesmo Senhor, que é Espírito." (2Cor 3, 18)
Vinha eu assim a meditar, quando vi que passava junto da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Num impulso, e recordada da minha promessa, parei no estacionamento, decidida a rezar cinco minutos diante do Santíssimo. Ao sair do carro, tirei esta fotografia:
Qual não foi o meu desânimo ao ver que a porta estava trancada... Preparava-me para regressar ao carro, quando alguém se me dirigiu:
- Queria entrar?
- Sim, gostaria de rezar cinco breves minutos diante do Senhor - Expliquei à simpática senhora.
- Então venha, que eu sou catequista e tenho a chave! Também posso gastar cinco minutos a deixá-la rezar - Respondeu-me, enquanto abria a porta. - É a primeira vez que aqui vem? Ah, então vou mostrar-lhe a nossa igreja, que é tão bonita!
E é mesmo! Fiquei profundamente encantada. Mas mais belo que tudo, é o crucifixo sobre o altar. Nunca tinha visto nada igual! Ora reparem:
Sim, o Corpo de Jesus, suspenso na Cruz, é feito de múltiplos espelhos, e a luz nele refletida é a luz que entra a jorros pelas janelas superiores da igreja.
- Se caminhar pela coxia central, ver-se-á refletida no Cristo Crucificado - Explicava-me a catequista, enquanto na minha mente se misturavam as duas citações bíblicas em que eu refletia pelo caminho.
Diante da Cruz, na coxia central da igreja, tirei esta foto. Conseguem ver-me, refletida no Corpo do Senhor?
- Quando entramos na igreja, vamo-nos vendo refletidos no Corpo de Jesus - Continuava a catequista - Depois, durante a missa, todos nos podemos ver uns aos outros, refletidos na Cruz. Eu posso ver o meu irmão que está sentado no banco mais distante através do espelho de Jesus.
Quando a catequista me deixou só, para os meus cinco minutos - já bastante encurtados - de oração, caí de joelhos numa explosão de alegria. Meu Deus, acabava de encontrar o símbolo perfeito para a minha oração contínua: "Nós, Jesus!"
"Uma vez que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão." (1Cor 10, 17)
Comungar o Corpo de Cristo, na Eucaristia, e receber o Espírito da Unidade, no crisma, faz de nós participantes da vida de Jesus.
Pouco a pouco, cristificamo-nos, adquirindo os mesmos traços de Jesus, sorrindo como Ele sorria, amando como Ele amava, sofrendo como Ele sofria. A nossa vida, como o véu de Verónica ou o espelho de Paulo, torna-se reflexo do nosso Amado, que em nós vive, ama e sofre. Nós, Jesus!
Pouco a pouco, a Palavra de Deus, feita carne no Amor até ao fim da Cruz de Jesus, torna-se o espelho que nos permite contemplar a nossa própria vida. Cada um dos nossos gestos precisa de ser confrontado com a Cruz do Senhor. Nós Jesus!
E quanto mais nos unimos a Cristo, comungando o seu Corpo e recebendo o seu Espírito, mais nos unimos aos irmãos - ao marido ou à mulher, à família, à paróquia, aos amigos, ao mundo inteiro. Na Cruz de Jesus podemos encontrar todos os irmãos em Cristo, por muito distantes que vivam, no tempo ou no espaço, em qualquer periferia da vida, como gosta de dizer o nosso querido Papa Francisco. O Corpo de Jesus somos todos nós. Nós, Jesus!
Nós, Jesus: Tu e eu, eu e a minha família, a minha família e a Igreja, Tu e o mundo inteiro: a verdadeira comunhão, aquela pela qual Tu rezaste ao Pai antes de partires, só pode acontecer quando todos nos refletirmos na tua Cruz, e a tua Cruz se refletir em todos nós. Ámen. Aleluia!
Hora de oração familiar. Na sala, diante do Canto de Oração, rezamos o salmo da missa do dia. Um dos versículos diz assim:
"Saboreai e vede como o Senhor é bom!" (Sl 34/33)
- David, que te lembra este versículo? - Pergunto.
O David fica confuso, depois reage com alegria e surpresa:
- A hóstia! Saborear o Senhor! Ver como Ele é bom...
- Claro! Vais fazer a tua primeira comunhão. Vais pela primeira vez saborear e ver como o Senhor é bom!
- Mas eu já sei que Ele é bom.
- Agora falta saborear o Pão que Ele te dá, o Pão que é a sua carne, o seu próprio corpo entregue por ti.
- Como é saborear? Tenho de deixar a hóstia na boca muito tempo?
- Não. Jesus vai entrar na tua boca, mas Ele quer chegar ao teu coração. Saborear um alimento significa comer com gosto, pensando no que estamos a fazer, não é? Saborear o Senhor significa tomar gosto no seu amor, pensar na sua Palavra, estar consciente da sua presença. Quando Jesus entrar no teu coração, podes dizer com toda a verdade: "Nós, Jesus." Porque a partir desse momento, Jesus e tu estarão para sempre unidos.
O David deitou-se cheio de alegria, a pensar na sua primeira comunhão, tão próxima. Eu fui para a sala e procurei na estante um livro magnífico: O Preço a Pagar por me tornar Cristão, de Joseph Fadelle. Já referi várias vezes este livro. Conta a história verídica e atual de um muçulmano que se converteu ao cristianismo, e as torturas e os tormentos por que teve de passar a partir de então, até finalmente conseguir ser batizado e refugiar-se em França, onde vive com a mulher e os filhos. Na base da sua conversão esteve um sonho, e foi esse sonho que me fez procurar de novo o livro na estante. Passo a citar:
"Este sonho - e lembro-me dele muito nitidamente - coloca-me na margem de um rio, não muito largo. Na outra margem, uma personagem com cerca de quarenta anos, talvez mais velha, vestida com uma roupa bege de uma só peça, à oriental, sem gola. E sinto-me irresistivelmente impelido para aquele homem, desejando passar para o outro lado, para me encontrar com ele.
Quando começo a atravessar o regato, fico suspenso no ar, durante alguns minutos que me parecem uma eternidade. E receio até com algum horror não poder descer à terra.
Como tinha sentido que o meu mal-estar aumentava, o homem da outra margem estende-me a mão, para me ajudar a atravessar o curso de água e aterrar ao seu lado. Nesse instante, posso facilmente observar o seu rosto: olhos azuis acizentados, uma barba rala e cabelos meio longos. Fiquei impressionado com a sua beleza.
Pousando sobre mim um olhar de uma doçura infinita, o homem dirigiu-me suavemente uma única frase, enigmática, com um timbre de voz tranquilizador e convidativo: «Para atravessares o ribeiro, precisas de comer o pão da vida.»"
Nesse mesmo dia, este jovem muçulmano tem pela primeira vez na mão o Novo Testamento (terão de ler o livro para perceber como teve acesso a ele!). Sem saber por onde começar, decidiu-se pelo último evangelho, o de João:
"Quando chego ao capítulo seis, paro repentinamente a minha leitura, atordoado, no meio de uma frase. Tenho o cérebro em ebulição: "Eu sou o Pão da Vida", leio. Então passa-se em mim algo extraordinário, como se repentinamente, uma luz deslumbrante iluminasse a minha vida de maneira inteiramente nova e lhe desse todo o seu sentido. No mesmo instante, compreendo que o meu sonho da noite anterior era mais do que um sonho: sinto, muito nitidamente, que havia nele como que um chamamento ou uma mensagem pessoal que me era dirigida através daquelas palavras..."
Saborear e ver como o Senhor é bom... Comer o Pão da Vida para podermos passar para a outra margem, a margem da eternidade e da perfeita felicidade... É já amanhã, a primeira comunhão do David!
(David e Lúcia ontem de manhã na Gruta de Lourdes, no seu Colégio)
O nosso jardim tem sofrido muito ao longo dos anos. Coitado dele! Este pedaço de terra à volta da nossa casa é alvo das mais acérrimas lutas entre flores e bolas de futebol, relva a crescer e sopas para bonecas em panelinhas de plástico, couves verdinhas e galinhas que se soltam do galinheiro. No outro dia de manhã, à hora do pequeno-almoço, os nossos filhos assistiram, boquiabertos, a esta discussão entre o Niall e eu:
- Niall, há galinhas à solta no jardim, olha só pela janela!
- O quê???? Depois de eu ter passado o fim-de-semana curvado a plantar a horta? Será possível? É desta que acabamos com o galinheiro.
- Nem penses! Eu adoro escutar o cacarejar das galinhas logo de manhã!
- Mas eu adoro ver uma horta bonita, e olha só para a desgraça da nossa horta! E esta primavera vou ter de vedar parte do jardim para a relva poder recuperar.
- Não vedas não, que os meninos precisam de espaço para jogar à bola.
- E como queres que tenham relva para jogar à bola se eu nunca lhe der uma oportunidade para recuperar?
- Mãe, pai, está na hora de irmos para a escola - Interrompeu a Clarinha, trocando olhares divertidos com o Francisco.
- OK, falamos de galinhas e crianças mais tarde - Concluí.
Pela hora de almoço, como costume, telefonei ao Niall.
- Niall, desculpa esta manhã. Se achas melhor destruir o galinheiro, eu aceito - Disse-lhe. - E se quiseres, vedamos parte do jardim também.
- Oh, não, eu queria mesmo telefonar-te para te pedir desculpa - Respondeu-me ele - Eu sei que tu gostas das tuas galinhas e que as achas fofinhas. No sábado vou arranjar o galinheiro e refazer a horta. E a relva há-de crescer, deixa lá!
- Não, destruímos o galinheiro.
- Não, não é preciso. As tuas galinhas são umas queridas...
- Mas eu aceito!
- Mas eu não aceito!
E lá discutimos nós novamente... Desta vez, para decidir quem era o primeiro no amor!
O jardim, as bolas de futebol, as sopas de ervinhas para as bonecas, as galinhas e a horta lá continuam a conviver, e nós vamos gerindo tudo isto com muita paciência e, sobretudo, muito amor.
Ontem de manhã acordei com um perfume delicioso, vindo do jardim. Um perfume tão forte, que atravessava as janelas fechadas. Abri as cortinas e as portadas, e deparei-me com o jasmim todo em flor:
Lembrem-me então de um dos meus livros preferidos na Bíblia, o Cântico dos Cânticos. Diz o Amado:
"Levanta-te! Anda, vem daí, ó minha Amada!
Eis que o inverno já passou,
a chuva parou e foi-se embora;
despontam as flores na terra,
chegou o tempo das canções,
e a voz da rola já se ouve na nossa terra;
a figueira faz brotar os seus figos
e as vinhas floridas exalam perfume.
Levanta-te! Anda, vem daí, ó minha Amada!"
(Ct 2, 10-13)
Abracei o Niall. O jasmim florido era a prova de que necessitávamos para acreditar que mesmo os terrenos mais sofridos se podem deixar trabalhar e cobrir de perfume. O mundo, o outro, os meus defeitos e os problemas que se abatem sobre nós ameaçam destruir o pouco que vamos conseguindo construir? O poder de Deus é muito maior! Os jardins da nossa vida e do nosso sucesso teimam em murchar? O importante é que o nosso jardim interior esteja coberto de flores, e o Senhor se agrade passeando nele...
A Lúcia e a Sara brincavam animadamente na sala. A Lúcia era a professora, a Sara era a aluna. Eu passava a ferro, enquanto escutava.
- Agora vamos aprender a letra H - Dizia a professora - Sara, vem ao quadro!
E lá ia a Sara, toda contente, sem saber bem o que fazia.
- Sara, estás a portar mal! Tens de respeitar os outros!
E a Sara sorria, feliz.
- Sara, continuas a portar mal. Temos de ter uma conversa a sós. Vamos ali fora da sala, só nós as duas.
A Lúcia sentou-se no sofá - presumivelmente fora da sala de aula - e chamou a Sara para o seu colo. Depois de lhe dar um abraço, disse-lhe baixinho:
- Tens de aprender a portar bem e a respeitar os outros!
E com um beijinho, mandou-a de volta para a "sala". Eu pousei o ferro e tirei esta fotografia:
Enquanto a brincadeira prosseguia, e o ferro deslizava sobre a montanha de roupa a meu lado, fiquei a pensar no conteúdo da conversa da Lúcia. Eu já sabia que ela tinha uma ótima professora, pois tivera a mesma experiência com o Francisco. Mas a brincadeira fizera-me descobrir alguns pormenores importantes: quando a professora quer ralhar com algum menino, não o faz em público, diante da turma, mas chama-o à parte, fora da sala de aula. E aí não o trata com aspereza, mas com ternura, como a Lúcia fez com a Sara.
Que grande lição para mim! Quantas vezes ralho com um filho diante dos irmãos, ou com um aluno diante da turma inteira? No entanto, o Evangelho é muito claro:
"Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te der ouvidos, terás ganho o teu irmão." (Mt 18, 15)
Afinal, é assim que Jesus faz connosco, oferecendo-nos a oportunidade de confessarmos o nosso pecado a sós, de um para um, no confessionário... E fá-lo sempre com tanta ternura!
Obrigada, professora Rosário, obrigada Lúcia, obrigada Senhor, por mais esta lição. Que eu saiba repreender em privado e elogiar em público, sem aspereza e cheia de amor. Ámen!
- Vou contar-vos uma história verdadeira, que descobri outro dia na net.
Estávamos todos sentados num prado florido, a fazer o nosso piquenique em Fátima. A toda a volta, milhares de flores pequeninas e os sons da primavera.
- Conta, mãe, o que foi?
- A história de um casal de imperadores...
- Imperadores?
- Sim, imperadores santos do século vinte.
- O quê?
- Um deles está sepultado, imaginem, na Ilha da Madeira. Sabiam que havia um imperador já beatificado, Carlos da Áustria, sepultado no nosso país?
- Nunca tal ouvi falar!
- Pois nem eu. Carlos e Zita casaram-se em 1911, e em 1914 eram imperadores do império austro-húngaro. Zita cuidava dos pobres desde pequenina. Clarinha, ela também gostava de costurar, como tu. Quando tinha mais ou menos a tua idade, pediu como presente de anos uma máquina de costura. Imagina para quê? Para fazer roupas para as crianças pobres!
- Que lindo!
- Carlos governou sempre com justiça, empregando todos os esforços para alcançar a paz, antes do rebentar da primeira guerra. Ficou conhecido como "O príncipe da paz". Ele e Zita tiveram oito filhos, que educaram na fé católica todos os dias da sua vida.
- Os imperadores tinham tempo para educar os filhos?
- Tinham. Zita ensinava-lhes o catecismo e preparava-os para os sacramentos; Carlos contava-lhes histórias da Bíblia. Vêem, como nós gostamos de fazer cá em casa! Todos os dias rezavam em família.
- E depois, que aconteceu?
- Depois veio a guerra, a queda do império, e o exílio. Em 1921, Carlos e Zita foram exilados na Madeira, primeiro sem os filhos, depois com permissão de terem os filhos com eles. Juntos, conheceram a pobreza e até alguma fome. Mas tudo aceitaram com alegria e simplicidade. Tinham sido ricos e felizes, agora eram pobres mas continuavam felizes, porque queriam acima de tudo cumprir a vontade de Deus. O povo madeirence levava-lhes leite e ovos para ajudar a alimentar as crianças. Eles aceitavam e sabiam que era Deus a cuidar deles. Entretanto, Zita estava grávida do oitavo filho...
- E depois?
- Carlos apanhou uma pneumonia. Naquele tempo não havia antibióticos, e Carlos ficou de cama, gravemente doente, até morrer. Morreu dois meses antes do nascimento da última menina. Morreu com os olhos fixos no Santíssimo, dizendo ora a Jesus, ora a Zita o seu amor por eles.
- Que triste!
- Durante o seu funeral, o povo aglomerava-se para tocar na urna e prestar a sua homenagem a um príncipe que consideravam santo.
- E Zita? Ficou só?
- Zita cuidou dos filhos sozinha, com coragem, numa vida de oração profunda. Dedicou-se aos pobres e às causas da paz, aos orfãos e aos soldados feridos durante a Segunda Guerra Mundial, e até ao fim da vida esteve envolvida em causas humanitárias. Quando o marido morreu, Zita tinha vinte e oito anos, imaginem! Nunca mais voltou a casar, e pouco antes de morrer alegrava-se com o pensamento de em breve voltar a ver o seu Carlos. Morreu em 1989. Há tão pouco tempo!
- E são santos?
- Carlos já é beato; Zita está em processo de beatificação. Em breve teremos um casal de beatos, queira Deus! Precisamos de muitos casais de santos.
- Porquê?
- Porque eles existem, e é preciso que a Igreja no-los dê a conhecer. Jesus disse:
"Não se acende uma lâmpada para colocar debaixo da mesa, mas sobre o candelabro, e assim iluminar todos os que estão em casa." (Mt 5, 15)
- Em História, nós falamos no Império Austro-Húngaro e na dinastia dos Habsburg, mas ninguém nos fala deste casal!
- Tens, razão, Francisco, e eu lamento imenso que não haja em Portugal um punhado de cristãos capazes de editar livros de História, Português, Inglês, Ciências e todas as disciplinas escolares a partir de uma visão cristã, dando a conhecer os santos e divulgando os valores cristãos. Estes manuais fazem falta nas escolas católicas! Esperemos que surjam um dia, como já surgiram nos E.U.A. e noutros países...
- Eu ia adorar, aprender sobre a vida dos santos nas aulas de História!
- Eu sei, Clarinha. Às vezes, ficamos com a ideia de que os imperadores e reis eram todos corruptos, e afinal havia - e há - santos entre eles. Tenho de investigar mais!
O piquenique estava muito saboroso, o sol brilhava, os sinos de Fátima tocavam as Ave-Marias, e os passarinhos cantavam no céu. A toda a volta, flores e mais flores...
Se quiserem ver um dos vídeos que eu encontrei na net, aqui fica:
No próximo domingo, teremos na nossa casa uma festa imensa: a primeira comunhão do David. E no domingo seguinte, nova festa grandiosa: o crisma do Francisco. Assim, a nossa família está em clima de festa!
Graças tão grandes como estes dois sacramentos precisam de um tempo de preparação, tal como a terra na primavera precisa de ser bem trabalhada antes de acolher a semente. Tínhamos combinado em família aproveitar o Retiro de Viana como preparação para estes dois domingos, mas o Retiro foi cancelado. Que fazer?
- Porque não fazemos um retiro só para nós? - Sugeriu a Clarinha.
- Só a nossa família? Tu gostavas? - Perguntei-lhe.
- Adorava! Sabes, adorava ir a Fátima só nós, em família.
- E eu tenho um sonho secreto há já alguns anos - Confessei-lhe - Adorava brincar nos campos floridos de Fátima, no Caminho dos Pastorinhos, com todos os meus filhos...
- Fátima deve estar cheia de flores agora!
- Sim, Fátima na primavera é ainda mais bela. Vamos dizer aos outros!
Dito e feito, claro! Todos ficaram entusiasmados com a ideia de um retiro familiar, um piquenique e muita brincadeira. Domingo da Misericórdia fomos como de costume à missa na nossa paróquia, recebemos Jesus no nosso coração, e partimos rumo a Fátima, onde chegámos pela hora de almoço. Pelo caminho, no carro, rezámos o terço, como sempre fazemos em viagens longas, e pusemos a conversa em dia com os mais velhos, enquanto os mais novos faziam as suas brincadeiras e davam gargalhadas.
Que alegria, fazer um piquenique no meio de milhares e milhares de pequeninas flores brancas, amarelas e violetas...
Depois fizemos a Via Sacra pelo Caminho dos Pastorinhos. Em cada estação, ajoelhámos e meditámos espontaneamente, citando as Escrituras de cor. Foi giro constatar o grande conhecimento que os seis têm da Palavra de Deus, capazes de citar pequenos versículos de cor e de contar histórias inteiras.
- Jesus disse "Tenho sede!" Não foi, mamã? - Perguntou o António na décima segunda estação.
- Foi, António.
- Eu também tenho sede!
- Mas Jesus não tinha sede de água, António! - Explicou a Lúcia.
- Eu sei. Eu também tenho sede de amor! - E com estas palavras, o António fez o gesto de querer colo.
- Ah, tens sede de amor, porque estás cansado de andar, é isso? - Todos sorriam, enquanto o António saltava para o meu colo, e depois para as cavalitas do pai. A Palavra de Jesus pode ser lida de muitas maneiras, claro!
Entre cada estação, rezámos juntos uma dezena do Terço da Misericórdia. Afinal, domingo foi o grande dia da misericórdia divina, e nós quisemos terminar a nossa novena em beleza.
No Calvário Húngaro, rezámos a nossa consagração a Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná:
E junto à belíssima imagem da Cruz de Jesus, saltámos de alegria pascal:
A partir daí, brincámos alegremente, no caminho de regresso, sem pressas nem outras preocupações. Concretizando o meu sonho, os meninos subiram e desceram, como outrora o Francisco, a Jacinta e a Lúcia, junto à Loca, brincando nos penedos que, um dia, testemunharam a aparição do Anjo de Portugal:
Por fim, passámos no Santuário para concluir a nossa oração, e chegámos a casa à hora de jantar, felizes, transbordando de paz. Que bem que nos fez, o nosso retiro familiar!
E como é simples, fazer um retiro em família! Basta retirarmo-nos do mundo, dos afazeres quotidianos, das preocupações, dos computadores e televisões, da tábua de passar a ferro e do aspirador - e fazer espaço para Deus. Os santuários são lugares magníficos, com os seus programas de missa, confissões, adoração, meditação... Uma Bíblia, um terço, uma pequena merenda, disponibilidade para fazer algum silêncio e para conversar profundamente em família - e já está! Jesus falava da importância desta escuta atenta do Senhor em família, quando disse:
"Quem escuta a minha Palavra e a põe em prática é como o homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha." (Mt 7, 24-25)
Que as nossas famílias sejam casas fundadas na Rocha, Jesus Ressuscitado. Aleluia! Aleluia!
Manhã de quinta-feira. Entrei no Centro Social para deixar o António e a Sara e, como costume, a Irmã estava à porta para os cumprimentar com um beijinho simpático.
- O que é hoje a comida? - Perguntou-me, também como costume, o António. Aproximei-me da parede, para ler a ementa no cartaz semanal, e respondi-lhe. A Irmã, que escutara a pergunta do António, disse-me então:
- O seu António é um menino muito querido, sabe? Com muita frequência, no final do almoço, o António vem ter comigo e diz-me: "O comer estava muito bom, Irmã, obrigado!" É raro escutar estas palavras da parte de uma criança. Ele nunca se esquece de quem fez a refeição! Calculo que aprenda isso em casa...
- Sim - Respondi, a sorrir e obviamente orgulhosa do meu rapaz - O pai nunca os deixa sair da mesa sem antes agradecerem à mãe a refeição. É tão fácil criticar quando falta o sal, ou quando o arroz queimou, mas tão difícil lembrarmos as palavras de agradecimento! O pai é muito exigente nesse ponto, e pelos vistos, dá resultado!
Vim para casa a pensar nas palavras da Irmã. É na verdade raro, hoje, encontrar palavras de agradecimento gratuitas e espontâneas... Nos nossos trabalhos, quantas vezes nos agradecem o que fazemos uns pelos outros - seja ou não nossa obrigação? E quantas vezes agradecemos aos outros o que eles fazem por nós - seja ou não sua obrigação? Quantas vezes agradecemos aos professores dos nossos filhos o seu trabalho e a sua dedicação? E aos catequistas, que dão o seu tempo de forma totalmente gratuita? Quantas vezes agradeço a quem limpa as salas da minha escola, ou ao funcionário que me abre o portão para eu passar com o carro? Quantas vezes agradecemos uns aos outros em casa?
E ao Senhor?...
Recordo-me do episódio dos dez leprosos que Jesus curou. Os dez descobriram que estavam curados quando se afastavam de Jesus e regressavam às suas casas. E que fizeram então?
"Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em voz alta; caiu aos pés de Jesus com a face em terra e agradeceu-Lhe. Era um samaritano. Tomando a palavra, Jesus disse: «Não foram dez os que ficaram purificados? Onde estão os outros nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?» E disse-lhe: «Levanta-te e vai. A tua fé te salvou.»" (Lc 17, 11-19)
Senhor, eu não tenho nada que Tu me não tenhas dado. Obrigada! Como o António, também eu Te quero dizer: o comer hoje estava muito bom...
Regresso às aulas. Turma do Vocacional. Antes de entrar na sala, respiro fundo, rezo uma Avé Maria e entrego-me a Jesus: "Nós, Jesus: Tu e eu vamos dar aulas à turma do Vocacional."
Entrada bastante atribulada. Alguém passa uma rasteira e outro cai no chão, mas porque não é bom ficar "por baixo", logo atira com uma mochila sobre as carteiras. A meio do "voo", mais dois ou três ficam magoados e decidem vingar-se. Consigo, a custo, controlar a situação e fazê-los sentar nas cadeiras.
Nas reuniões de avaliação, fui informada que o meu pior aluno foi institucionalizado. Sinto-me muito envergonhada do sentimento de alívio que me invade...
- Têm tido notícias do vosso colega? - Pergunto, quando o barulho acalma um pouco.
- Ele diz que aquilo é um galinheiro.
- O quê?
- Não ligue, professora. Acho que ele anda bem.
- E vocês, que fizeram nas férias? Aprenderam alguma coisa nova nos estágios nas empresas?
- Aprender? A mim só me mandavam limpar o pó!
- Eu aprendi. E até já tenho emprego para as férias, que o dono da oficina disse que eu podia ir ajudar.
- Fantástico!
- Eu também. A costureira disse-me que eu podia ir nas férias grandes trabalhar com ela.
- Isso é que é sorte! Agarra a tua oportunidade, D., que podes não voltar a ter outra!
- Eu também aprendi.
- Aprendeste? - Olho com expetativa para o meu aluno. Do "novo" grupo (sem o aluno que foi institucionalizado), é talvez o que mais dores de cabeça me causa...
- Aprendi a controlar-me.
A maior parte destes alunos está habituada a reagir a provocações da pior maneira. Julgo que é esse o modelo que têm em casa, e é essa a estratégia de sobrevivência que desenvolveram ao longo da sua triste vida. Quebrar o ciclo e aprender o auto-controlo não é tarefa fácil, nem se consegue de um dia para o outro. Percebo que L. está a falar com sinceridade, e dou-lhe os meus parabéns.
- Sabes, L., seres capaz de te controlar é a melhor lição que podes aprender. Quando nos deixamos levar pelos nossos impulsos imediatos, tornamo-nos escravos e perdemos a liberdade. Podes ver isso, por exemplo, no teu colega que deixou a turma. Incapaz de se controlar, precisou que outros o controlassem.
L. está a ouvir, mas faz de conta que a conversa não lhe interessa.
- Sermos capazes de nos controlarmos faz de nós livres. Tu é que escolhes se te deixas provocar ou não. A resposta é tua, não do colega que te provocou. A decisão está nas tuas mãos. No dia em que conseguirmos controlar os nossos impulsos, seremos senhores de nós mesmos. Nesse dia, podes levantar a cabeça, porque venceste a batalha!
Não lhe digo mais nada, mas enquanto observo os seus esforços evidentes para se comportar (serão duradouros?) lembro-me de S. Paulo. Numa longa explicação na Carta aos Romanos, ele falou precisamente deste assunto, que eu vi exemplificado na minha sala de aula:
"Deparo-me, pois, com esta lei: em mim, que quero fazer o bem, só o mal está ao meu alcance. Sim, eu sinto gosto pela lei de Deus, enquanto homem interior. Mas noto que há outra lei nos meus membros a lutar contra a lei da minha razão e a reter-me prisioneiro na lei do pecado que está nos meus membros. Que homem miserável eu sou!" (Rm 7, 21-24)
S. Paulo está aqui a falar dos meus alunos, que estão prisioneiros do mal que os rodeia; mas S. Paulo está também a falar de mim, que sei muito bem qual é a Lei de Deus, que cresci com acesso livre a ela, e que mesmo assim, me deixo imprisionar pelo pecado... Quantas vezes, na relação com os outros, me deixo levar pelos meus instintos de cansaço, irritação, impaciência? Os meus alunos têm mais desculpa do que eu.
Já depois da aula terminar, e de eu ter lutado arduamente contra os meus instintos mais primários, que me incitavam a gritar, a ridicularizar, a responder no mesmo tom; já depois de todos os meus alunos sairem da sala, percebo que só há uma forma de vencer este combate. E essa forma está contida naquelas duas palavrinhas: "Nós, Jesus." De facto, é também essa a conclusão de S. Paulo:
"Quem me há-de libertar deste corpo que pertence à morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo, Senhor nosso! (...) Se com Cristo sofremos, também com Ele seremos glorificados." (Rm 7, 25.8, 17)
Jesus, ajuda-me a morrer contigo para o pecado, para contigo ressuscitar para a felicidade. Sei que não o conseguirei sem luta, sem sofrimento, sem cruz; mas também sei que é esse o único caminho que leva à ressurreição, pois ninguém ressuscita sem antes morrer - e morrer para si mesmo! Nós, Jesus... Ámen!
Na semana santa, o Niall e eu fomos a celebrações penitenciais diferentes, para que estivesse sempre um em casa com os mais novos. Assim, na quarta-feira santa à noite, foi a vez do Niall e do Francisco irem ao santuário confessar-se.
- Eu também preciso de ir - Disse o David, à hora de jantar.
- Precisas, David? Pensei que te tinhas confessado há duas semanas, na catequese!
- Pois foi, mas já fiz pecados muito feios depois disso e tenho de os confessar antes da Páscoa.
- OK, então vai com o pai e o Frankie. Come depressa, que as confissões começam às oito e meia!
O santuário, segundo contou o Niall, estava cheio. O David precisou de esperar pela sua vez, até finalmente conseguir confessar os seus pecados. Chegou a casa cheio de alegria.
- Então, David, confessaste tudo o que querias?
- Confessei. Agora estou prontinho para a Páscoa! O senhor padre que me confessou foi muito simpático. Ele disse para eu rezar o salmo do Rei David. Disse que era o salmo 50. Sabes qual é?
- Sei. Anda, vamos rezar os dois. Melhor: chama o pai e os manos, e rezamos todos!
O David assim fez. Então abri a Bíblia e pedi-lhe para ler:
"Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade;
pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade;
purifica-me dos meus delitos.
Reconheço as minhas culpas
e tenho sempre diante de mim os meus pecados.
Lava-me e ficarei mais branco do que a neve.
Faz-me ouvir palavras de gozo e alegria
Desvia o teu rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas culpas...
Dá-me de novo a alegria da tua salvação!" (Sl 50)
- Cada um pode partilhar o versículo que mais o tocou - Sugeri.
- Eu gostei da parte da neve - Disse o David. - Os pecados podem ser muito sujos, mas ficam brancos como a neve depois da confissão.
- David, os teus pecados eram assim tão graves? - Eu começava a ficar preocupada.
- Eram. - O David pôs a sua cara mais marota - Posso contar-te, ou é segredo?
- É segredo para o padre! Eu explico: os sacerdotes não podem contar a ninguém o que ouvem em confissão, nem que os matem. Não podem mesmo! Isso seria um pecado gravíssimo. Por exemplo, não podem denunciar um criminoso a partir do que ouviram em confissão. Agora tu não és obrigado a fazer segredo dos teus pecados! Claro que também não tens de mos contar.
- Mas eu quero. O meu pecado foi ter enganado a Lúcia... E o outro ainda foi pior: bati no António! Mas eu já lhes pedi desculpa, e agora fui pedir a Jesus. Por isso agora estou perdoado.
- Pois estás. Que bom! Mais algum versículo que te recordes do salmo?
- Sim, aquele da alegria. Quando saí do confessionário senti-me tão, mas tão feliz! Sentia uma alegria muito grande no coração. Não, não era bem no coração, era no corpo todo, mas sobretudo nas pernas.
- Nas pernas?
- Sim: apetecia-me saltar de alegria!
Lembrei-me deste episódio nesta quarta-feira, ao ler a passagem dos Atos dos Apóstolos. Pedro e João cruzaram-se com um coxo que pedia esmola. E em vez de lhe darem uma moeda, que fizeram eles?
"«Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.» E tomando-o pela mão, levantou-o. Nesse instante fortaleceram-se-lhe os pés e os tornozelos, levantou-se de um salto, pôs-se de pé e começou a andar; depois entrou com eles no Templo, caminhando, saltando e louvando a Deus." (At 3, 1-10)
Cada vez que entramos no confessionário, Jesus toma-nos pela mão e levanta-nos. Nesse instante, fortalecem-se as nossas pernas, como as do David, e podemos de novo saltar de alegria... Ámen! Aleluia!
Terça-feira da oitava da Páscoa. Oração familiar. O Francisco lê a primeira leitura da missa do dia, do Livro dos Atos dos Apóstolos. Durante os cinquenta dias de Páscoa, a Igreja medita diariamente neste livro, lendo-o assim praticamente de ponta a ponta. É uma ótima oportunidade para o ficar a conhecer! Cá em casa, adoramos as aventuras e desventuras dos Apóstolos, cheias de emoção, milagres, suspense, perigos e tudo o que pertence a uma boa história - sobretudo, à história mais bela do mundo - a história do nascimento do cristianismo.
"No dia de Pentecostes, disse Pedro aos judeus: «Saiba com absoluta certeza toda a casa de Israel que Deus fez Senhor e Messias esse Jesus que vós crucificastes.» ouvindo isto, sentiram todos o coração trespassado e perguntaram a Pedro e aos outros Apóstolos: «Que havemos de fazer, irmãos?» Pedro respondeu: «Convertei-vos e peça cada um de vós o batismo.» Naquele dia juntaram-se aos discípulos cerca de três mil pessoas." (At 2, 36-41)
- Eles com três mil pessoas, e nós não conseguimos três famílias em Viana para um retiro - Suspirei.
- Tens de compreender que era mais fácil então!
- Mais fácil, Clarinha? Achas? Ora vamos lá pensar... Imagina-te ali, a escutar Pedro, que não conhecias de lado nenhum, a expor uma doutrina nova e diferente de tudo o que já ouviras, a falar da ressurreição de alguém que não fazias ideia quem era, muito menos que estava essa coisa de ressuscitado... Terá sido mesmo mais fácil para eles acreditarem?
- Realmente, agora que falas, já tinha pensado nisso. - Observou o Francisco - Deve ter sido complicado para as pessoas acreditarem... Afinal, Pedro e os Apóstolos não tinham o apoio dos chefes do povo!
- O mesmo com S. Paulo. Como é que ele podia convencer as pessoas de que estava a falar a verdade? De que o cristianismo era para valer? Com que autoridade?
- Tanto Pedro como Paulo falaram com a autoridade do Espírito Santo - Disse o Niall. - Só o Espírito Santo pode abrir os corações e as mentes dos ouvintes, e colocar na boca das testemunhas da fé as palavras certas.
- Por isso, a fé é um dom!
- Sim, temos de pedir ao Senhor o dom da fé. Hoje devia ser mais fácil para nós acreditar... Afinal, temos vinte séculos de histórias da Igreja, histórias da sua presença no mundo, as vidas dos santos ... Só santos canonizados, temos mais de 20 000! Tantas histórias de bondade para nos ajudarem a acreditar em Jesus! E mesmo assim, continuamos a recusar-Lhe o nosso tempo, o espaço da nossa vida.
- Vais cancelar o retiro por falta de famílias?
- Vou. Infelizmente, terá de ser. As famílias que estão inscritas poderão certamente participar no próximo, em Neiva, e não precisam de fazer nova inscrição. Entretanto, rezemos para que o Espírito Santo abra os corações, e para que nos santifique a nós, a fim de podermos ser instrumentos nas mãos de Deus...
O retiro de Viana está então cancelado. Mas em maio estaremos em Neiva... Peçamos aos Apóstolos que intercedam por nós, para que todos nos saibamos abrir ao dom do Espírito Santo. Ámen!
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