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Invernos renovados

por Teresa Power, em 26.04.16

 A primavera chegou! Desta vez é mesmo a sério, pois tropeçamos nela logo ao sair de casa pela manhã: o céu azul, as nuvens brancas, a relva verde, as flores amarelas, vermelhas e laranjas, o cantar das cigarras, as melodias dos pássaros, os gatinhos a brincar na relva... Tudo nos repete, como o Amado no Cântico dos Cânticos:

 

"Levanta-te, minha irmã, minha amada!

Eis que passou o inverno, a chuva já se foi

Aparecem as flores na terra, chegou o tempo das canções

A voz da rola ouve-se na nossa terra.

A figueira já deu os seus figos verdes,

e as vinhas em flor exalam seu aroma..."

(Cant 2, 10-13)

 

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Com a primavera, chegam os dias tranquilos e longos, e renovam-se os encontros com os amigos. A Olívia e a sua família vieram visitar-nos, e encheram a nossa casa de alegria! Que dizem a estas três princesas?

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 Lembram-se da pequenina Lúcia, que tanto sofreu ao nascer? Ora aqui está ela, transbordando saúde e felicidade:

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 Para a festa ser completa, também a Isabel e o João, catequistas da Lúcia, vieram visitar-nos e estar com a família Batista. Ser Família de Caná significa ter amigos espalhados um bocadinho por todo o país, não é verdade? Sentados no jardim, pusemos a conversa em dia. Sentados no jardim, quer dizer, alguns de nós... Outros preferiram as árvores:

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 Segunda-feira foi feriado, e o dia amanheceu cheio de sol. Quem lê este blogue há algum tempo já consegue imaginar onde nos dirigimos de imediato... Ou não?

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 A primavera está a chegar assim de repente, da noite para o dia... Na semana passada ainda acendíamos a lareira, ontem tomaram-se banhos no mar!

De repente? Ah, nós só vemos a superfície das coisas! Porque durante todo o inverno, durante os longos dias de chuva, durante os serões de frio à lareira e durante as tempestades de granizo, a terra preparava-se para esta renovação.

Há dias em que eu olho para a minha vida passada e, no meio de belas recordações, também vejo tempestades, chuva abundante, frio intenso. Por que terá sido tudo tão difícil, meu Deus? Porquê a morte, porquê a dúvida, porquê a luta, porquê a incompreensão, porquê o emprego longe, porquê as turmas complicadas, porquê? Depois contemplo os meus filhos a brincar no jardim que cultivámos, vejo os meus amigos empoleirados nas árvores que ajudámos a crescer, e escuto as gargalhadas da "Bebé de Caná" que a Olívia segura nos braços. Ao longo dos muitos invernos da nossa vida, Deus foi preparando as nossas muitas primaveras. E com o seu vento, espalhou por aí as sementes que nasceram das nossas chuvas, tal como espalha nos nossos jardins interiores sementes que nasceram em outras chuvas.

E assim continuará a ser: as tempestades que hoje experimentamos levar-nos-ão certamente a novas primaveras, e as sementes que cultivamos nos nossos jardins florirão certamente noutros quintais, porque o nosso Deus é o Deus das estações, o Senhor da vida e da morte, Aquele que, no primeiro livro da Bíblia, tudo cria do nada, e no último livro da Bíblia, tudo recria, já não do nada, mas a partir de tudo o que Lhe oferecermos:

 

"Eis que faço novas todas as coisas!" (Ap 21, 5)

 

Ámen!

 

 

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"Santo subito"

por Teresa Power, em 20.04.16

Quatro e meia da tarde. À porta do Colégio, aguardo que os meus filhos saiam das salas de aula e entrem no carro. O António e a Sara, que frequentam a pré-escola, já estão a meu lado, de mãos dadas comigo. Como sempre, a Lúcia é a última a chegar. Segundo me explicou a Clarinha - responsável por recolher os irmãos dispersos... - a Lúcia esquece-se sistematicamente de se dirigir para o portão da escola no fim do dia, tão ocupada está a brincar com as suas amigas. Assim, hoje, antes de abraçar a minha "ovelha perdida", sou brindada com uma interessante conversa com uma sua amiga, também ela à espera do pai, ao portão da escola:

- És a mãe da Lúcia?

- Sou sim!

- Ah, és tão velhinha!

 

A amiga da Lúcia originou boas gargalhadas lá em casa, sentados à mesa, à hora de jantar.

- Mamã, não és nada velhinha - Defendia-me o David, sempre muito cuidadoso com os outros - A Leonor disse isso por causa dos teus cabelos brancos. Sabes, tens alguns cabelos brancos!

Eu sei, claro. Nunca me maquilhei nem nunca pintei o cabelo (não por qualquer razão específica, descansem, apenas por feitio), por isso é natural que ele esteja mais branco do que o da maioria das mamãs.

- E se calhar és mais velha do que a mãe dela - Atalhava o António - Na minha escola, as mamãs costumam ser mais novas do que tu!

Isso eu também sei: há quinze anos que vou buscar crianças à mesma pré-escola, dia após dia, ano após ano. Durante estes quinze anos, já vi passar pela pré-escola muitas gerações de pais, e de todos eles, apenas eu continuo, teimosa, fiel, no mesmo sítio, como uma aluna repetente. É o que faz ser mãe de uma família numerosa...

Mas o comentário da Leonor fez-me pensar neste grande dom que Deus nos faz ao oferecer-nos o tempo.

A vida na Terra passa muito depressa. Um ano, vinte anos, cem anos - que é isso, comparado com a eternidade? A cada um de nós é-nos concedido apenas algum tempo, sempre muito curto, para prepararmos a nossa eternidade. A Jacinta de Fátima tornou-se santa em dez curtos anos de vida, e Chiara Badano, em dezoito... Outros santos precisaram de muitos mais anos, convertendo o seu coração ao Senhor depois de uma juventude desbaratada, como Agostinho e Francisco de Assis, ou até num último momento, como o Bom Ladrão crucificado ao lado de Jesus. Penso ainda nos mártires dos nossos dias, prontos para celebrar as Bodas do Cordeiro a qualquer idade, de um momento para o outro, entrando solenemente no céu pela Porta Santa do Sangue de Jesus... Há santos que o Senhor leva para Casa assim que conquistam a santidade, como Domingos Sávio ou Pier Giorgio Frassatti; e santos que o Senhor deixa na Terra por longo tempo, a fim de cumprirem a sua missão, como a Madre Teresa de Calcutá ou a Irmã Lúcia. Alguns santos partem para a eternidade deixando uma obra completa atrás de si, como Chiara Lubich e João Paulo II; outros partem de coração apertado, porque sabem que vão fazer muita falta a quem fica: Joana Molla, Chiara Petrillo, Zélia Martin - mães de família que, pela sua morte prematura, deixam crianças pequeninas e maridos em sofrimento. Mas diante do Senhor, que nos julga somente pelo amor, também a sua obra foi completa. Oh, se foi!

Escreveu S. Paulo:

 

"Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. Se, entretanto, eu viver corporalmente, isso permitirá que dê fruto a obra que realizo. Que escolher então? Não sei. Estou pressionado dos dois lados: tenho o desejo de partir e estar com Cristo, já que isso seria muitíssimo melhor; mas continuar a viver é mais necessário por causa de vós.(Fl 1, 21-24)

 

Também eu vivo nesta tensão entre a vontade imensa de chegar a Casa o quanto antes - tenho grandes expetativas em relação ao Céu! - e a vontade imensa de cumprir o meu dever aqui na Terra, junto da minha família e de todos os que ainda precisam de mim, completando a obra que o Senhor me entregou. Talvez eu não chegue ao fim do dia de hoje... Ou talvez eu ainda esteja apenas a metade da minha vida na Terra. Só Deus sabe. Que triste seria se, no momento da morte, não estivesse preparada, vestida com o traje nupcial! É urgente ser santo, aqui e agora, já. "Santo Subito", como diziam os cartazes no funeral de S. João Paulo II...

"Ah, és tão velhinha!" Sim, Leonor, já passaram quarenta e três anos desde que me foi oferecido o dom da vida. Quando se é pequenino como tu, quarenta e três anos é muito, muito tempo... Mas ainda não foi tempo suficiente para me converter e me santificar, acreditas? Por isso, hoje, do alto dos meus cabelos brancos, quero agradecer ao Senhor cada nova manhã, cada nova graça, neste caminho tão curto que separa o meu nascimento na Terra do meu nascimento no Céu... Ámen!

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publicado às 06:00

Comunidade

por Teresa Power, em 18.04.16

- David, hoje vais ter um encontro nos Salesianos. Tens aqui o lanche para partilhares com os teus amigos.

- Achas que os meus amigos vão estar lá?

- Alguns, seguramente! E será uma grande oportunidade para fazeres novos amigos. Vamos, que já são horas!

O David saiu para o seu encontro de crianças e pré-adolescentes, entusiasmado e cheio de expetativa. Ainda eu lhe dizia adeus à porta, e já a Clarinha perguntava:

- Mãe, vens comigo esta noite ao concerto-oração? Gostava tanto que fosses tu a acompanhar-me!

Conhecem as músicas da Claudine Pinheiro? Se ainda não, procurem no Youtube algumas, para escutar, porque vale mesmo a pena! A Claudine é leitora deste blogue quase desde o primeiro momento. Já nos encontrámos algumas vezes, não só nos encontros do E-vangelizar, mas também para fazer um belíssimo piquenique, no verão passado. Recordo com saudade os belos momentos que partilhámos no "nosso" lago no Caramulo. Sábado à noite, a Claudine teve mais um momento divino da sua magnífica missão de evangelização através da música. Por mail, convidou-nos a estar presentes, visto ser apenas a trinta quilómetros da nossa casa.

- Vens comigo, mãe? - A Clarinha mal podia esperar pelo concerto.

- Claro que vou. Anda, ajuda-me a arrumar esta casa!

O David regressou a casa ao fim da tarde, feliz, suado, transbordante de alegria.

- Estivemos na barriga da baleia, mãe!

- Da baleia? Qual baleia?

- Aquela que engoliu Jonas! Nem imaginas: o ginásio era a barriga da baleia, e para entrarmos tínhamos de passar pelos seus dentes, a sua boca aberta, bem desenhada na porta. Foi tão giro! E brincámos nos insufláveis. E vimos um filme. E rezámos, cantámos e fizemos muitas coisas!

- Muitas coisas?

- Muitas. Olha, havia uma pizza gigante para comer! Deliciosa! E trago presentes. Livros, postais...

Pouco depois, a Clarinha e eu saíamos para o concerto, rezando juntas o terço na meia hora de viagem. Foi a nossa vez de ficarmos deliciadas, coração cheio, lágrimas nos olhos. A Claudine não canta só com a voz maravilhosa que Deus lhe deu: canta com o sorriso, com os olhos, com os braços abertos, amplos, estendidos, com os gestos, com o coração. E o Miguel toca guitarra com a alma toda a sair-lhe pelos dedos. Não há palavras para descrever tamanha beleza! A pequena igreja paroquial de Valmaior estava cheia, e os aplausos foram sinceros e sentidos.

Domingo de manhã foi dia de primeira comunhão, na nossa paróquia. Vestidos brancos, coroas de flores, velas acesas, crianças. Crianças expectantes, de sorrisos nervosos, de olhar límpido. Jesus que vem e que desce a cada coração pela primeira vez. Ah, o primeiro beijo... A igreja está cheia, os adultos fazem algum barulho e há certamente muita dispersão da atenção. Mas nos corações infantis daqueles meninos e daquelas meninas, o Amado foi recebido num silêncio que nada nem ninguém conseguiu perturbar.

Depois do almoço, o grupo de discernimento vocacional Monte Horeb, de Barcelos, veio a nossa casa. A Paula conheceu-nos a partir deste blogue também quase desde o início, e desde então já nos encontrámos várias vezes, incluindo num retiro Famílias de Caná, em Castelo de Neiva. Como orientadora deste grupo, quis oferecer aos jovens a oportunidade de conhecer o dia-a-dia e a vida de fé de uma família católica, como exemplo possível de vocação matrimonial. Que grande festa foi o nosso encontro! Conversámos a tarde inteira, lanchámos em abundância, cantámos, vimos a magia do Francisco, brincámos com os novos gatinhos e, por fim, rezámos, ao ritmo natural que tem a oração familiar na nossa casa.

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Caiu a noite... Já deitada, enquanto faço o meu exame de consciência, revejo os acontecimentos e a festa deste fim-de-semana: o encontro catequético do David, o concerto-oração com a Claudine, a missa festiva, os jovens do Monte Horeb... Encontros paroquiais, encontros de famílias, encontros virtuais que, pouco a pouco, se tornam reais e acontecem em Igreja...

Comunidade. Ser cristão é sempre, sempre, ser comunidade. Somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e vivemos este sentido trinitário, comunitário, desde o primeiro instante de Igreja. Ninguém é cristão sozinho, porque em Jesus, todos formamos um único corpo, o Corpo Místico, onde todos nos tornamos membros uns dos outros.

Nestes dias pascais, a Igreja tem como leitura favorita os Atos dos Apóstolos, recheados de histórias e aventuras comunitárias. Aí lemos que, apesar de todos os problemas e pecados das primeiras comunidades - tão semelhantes aos problemas e pecados das nossas, e das de todos os tempos - os primeiros cristãos eram já imagem e semelhança deste Deus Trinitário, este Deus-Comunidade:

 

"A multidão dos que tinham abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum. Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e uma grande graça operava em todos eles." (At 4, 32-33)

 

Que o Senhor nos ajude a fazer, cada vez mais, comunidade, uns com os outros, em Igreja, nas nossas casas, nas nossas paróquias, nos nossos movimentos, na Internet... Ámen!

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publicado às 06:00

A Alegria do Amor

por Teresa Power, em 14.04.16

Sexta-feira, oito de abril. O Niall está em viagem de trabalho há já dois dias, e hoje deverá fazer escala na Irlanda, para visitar os pais e os irmãos durante um fim-de-semana prolongado. Mas mesmo longe, nós precisamos de conversar. Aliás, conversas à distância não são nada de estranho para nós... Sentada ao computador, depois de deitar os mais novos, vou trocando mails com o meu marido.

- Já passaste os olhos pela exortação pastoral A Alegria do Amor? - Pergunto.

- Não. Já saiu?

- Hoje. Olha, vou enviar-ta em anexo. Descarreguei em Inglês e em Português do site do vaticano. Aqui vai!

Afasto-me do computador para fazer as minhas últimas tarefas do dia, e meia hora depois estou de volta - ao computador e ao diálogo com o Niall, que entretanto já adiantou a sua leitura.

- Leste o capítulo quatro? - Pergunta-me ele. - É fantástico! Um verdadeiro hino ao amor!

- Sim, li um bocadinho.

- Tão terno! Parece um avô carinhoso, e ao mesmo tempo, o mais exigente dos mestres...

- Preciso de ter o livro nas mãos. Quero poder lê-lo e relê-lo em todo o lugar, sublinhá-lo, marcá-lo...

- Assim que chegar a Portugal vou comprar-to em Aveiro, na livraria católica. Vamos vê-lo em conjunto.

- O capítulo quatro merece ser lido à hora de jantar, à volta da mesa, um número de cada vez.

- Vai dar muita conversa!

- Sim, vai certamente.

O Papa alerta, logo na introdução, para a dificuldade que terão na leitura aqueles que tiverem pressa, por isso decido ler devagar, número a número. O texto é tão atraente, que me deito tardíssimo, sem conseguir interromper a leitura... Do outro lado do computador, num hotel no aeroporto de Dublin, o Niall também fica a ler pela noite dentro. Despedimo-nos por entre parágrafos e citações.

 

O Niall passou três magníficos dias com a sua família de origem, na Irlanda. Os pais não cabiam em si de felizes, e todos os irmãos se reuniram para festejar este reencontro numa celebração tipicamente irlandesa, cheia de histórias e gargalhadas.

Segunda-feira à noite, sentados à volta da mesa da cozinha, iniciando a nossa refeição, aguardávamos ansiosos o regresso do Niall. Por fim, a porta abriu-se e ele entrou de rompante, causando a confusão de beijos, abraços, sopa entornada, presentes e fotografias dos primos, tios e avós guardadas no telemóvel. Perante tanta alegria, lembrei-me do início da Exortação Pastoral do Santo Padre:

"Agora entremos numa dessas casas, guiados pelo Salmista, através dum canto que ainda hoje se proclama nas liturgias nupciais quer judaica quer cristã:

 

« Felizes os que obedecem ao Senhor

e andam nos seus caminhos.

Comerás do fruto do teu próprio trabalho:

assim serás feliz e viverás contente.

A tua esposa será como videira fecunda

na intimidade do teu lar;

os teus filhos serão como rebentos de oliveira

ao redor da tua mesa.

Assim vai ser abençoado o homem que obedece ao Senhor.»

(Sl 127/128)

 

Cruzemos então o limiar desta casa serena, com a sua família sentada ao redor da mesa em dia de festa. No centro, encontramos o casal formado pelo pai e a mãe com toda a sua história de amor." (nºs 8 e 9)

 

- É tão bom regressar a casa! - Dizia-me o Niall, à noite, já deitados nos braços um do outro. - Não importa o quão belas são as nossas viagens, não há nada mais belo que regressar.

Ficámos uns momentos em silêncio, depois ele continuou:

- Deve ser tão triste não se ser amado no seio da sua família! Marido e mulher que discutem com violência, palavras ofensivas, filhos que tratam os pais com desprezo, pais sem tempo para os filhos... Deve ser muito triste...

- Nós não nos damos conta do tesouro que guardamos em nossa casa - Respondi-lhe. 

- Não há nada mais central para o ser humano que a família. De que adianta ter um emprego fantástico, um salário de luxo, uma mansão, férias e carros e tudo o que possamos imaginar, se não experimentarmos esta alegria e este amor ao fim do dia?

Suspirei, profundamente reconfortada nos braços do meu marido, e fiz mentalmente uma breve prece por todos os que não experimentam esta alegria. A Alegria do Amor... Sim, falar de família é acima de tudo falar da alegria do amor...

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publicado às 13:22

Nossa Senhora Peregrina

por Teresa Power, em 13.04.16

- Meninos, depressa, mudem de roupa e lavem a cara. Vamos à missa!

- À missa? A esta hora? Hoje?

- Já se esqueceram?

- Ah, é verdade! A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou a Anadia!

- Claro. Vá, já estamos atrasados. Corram!

 

A igreja matriz de Anadia estava cheia. Entrámos, apressados, e logo os nossos olhos repousaram na imagem da Mãe, rodeada de flores. As lágrimas chegaram-me aos olhos. É raro não me emocionar quando se trata de Maria. Como a pequena Jacinta, também eu "gosto tanto do Coração Imaculado de Maria!"

Que há no mistério de Fátima de tão tocante, entre tantos outros fenómenos sobrenaturais na História da Igreja?

Três crianças pequenas, pobres, humildes, que mal sabem ler; campos de flores e ovelhas; e uma Mãe. Sinais de autenticidade? As Palavras do Evangelho são muito claras:

 

"Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado." (Lc 10, 21)

 

Por experiência, sei que não vale a pena discutir o fenómeno de Fátima com quem nele não acredita. Ser católico é também saber fazer silêncio, respeitar e acolher quem pensa diferente, sem o mais pequeno sinal de despeito. Há, no mundo da graça, paradoxos que não se conseguem explicar, como a passagem do Evangelho elucida: pessoas com grande valor intelectual incapazes de vislumbrar a luz em determinadas situações; e pessoas sem estudos nem conhecimentos - a Alexandrina de Balazar, o índio de Guadalupe, a Irmã Faustina, a Lúcia, a Jacinta e o Francisco... - capazes de acolher o divino de forma extraordinária. Por que Se esconde Deus de uns e Se revela a outros? Cada vez compreendo melhor que tudo é graça, e que nem todos recebemos as mesmas graças, pois Deus é livre de distribuir a sua graça como mais Lhe apraz.

Nós não adoramos imagens, e a imagem peregrina não é diferente de nenhuma outra: ela aponta para a Mãe, como as fotografias nas nossas casas, expostas nas nossas cómodas e mesas, apontam para os nossos entes queridos. Na minha casa, as fotografias do Tomás - muitas, espalhadas por todos os quartos em abundância - ocupam lugar especial, e eu beijo-as ou sorrio-lhes muitas vezes. E nunca, até hoje, confundi a fotografia com o meu filho, que está no céu...

Receber a imagem peregrina em Anadia foi um pouco a experiência de ir a Fátima e de colocar no Coração da Mãe os nossos mais secretos anseios. Não é fácil rezar rodeada de filhos irrequietos, sobretudo quando nem todas as pessoas à nossa volta são capazes de acolher as crianças que circulam à vontade dentro de uma igreja. Mas a Mãe entendeu os suspiros do meu coração, mesmo quando não tive forma de os traduzir em palavras.

Na sua bela homilia, o nosso bispo relembrou-nos as primeiras palavras de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos: "Quereis oferecer-vos a Deus?" E recordou a sua resposta imediata: "Sim, queremos."

Maria, em Fátima, fez e continua a fazer o mesmo que durante toda a sua vida terrena: apontar para Deus, conduzir a Deus, facilitar Deus na nossa vida, trazer Deus para dentro das nossas histórias, das nossas dores, das nossas famílias:

 

"Fazei tudo o que Jesus vos disser." (Jo 2, 5)

 

 A missa terminou. A imagem saiu da igreja ao som de uma salva de palmas, seguida do terno cântico Avé de Fátima. Ah, que pena ter-me esquecido do lenço branco, o lenço do adeus! Mas Maria não parte. Ela está sempre na minha vida e na minha casa...

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Go light your world

por Teresa Power, em 11.04.16

Escrito pela Clarinha:

 

Assim que soube que o colégio estava a organizar um "... got talent", decidi que queria fazer uma dança com a Lúcia. Havia uma condição para participar: todas as atuações tinham de estar relacionadas com o tema do colégio: "Olha o teu mundo de novo." Eu queria também relacionar a nossa atuação com o Ano Santo da Misericórdia.

Começámos, então, cá em casa a procurar uma música cristã que satisfizesse estas condições e, depois de muito procurar, encontrámos a música perfeita: "Go light your world".

Coreografei a dança tendo em conta a mensagem que nós queríamos transmitir. É preciso iluminar o mundo com os nossos gestos misericordiosos, de forma que as qualidades e defeitos de todos sejam vistos de outra forma. Diz Jesus:

 

"Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte, nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu." (Mt 5, 14-16)

 

Deixo-vos aqui o resultado do trabalho de três semanas intensivas em que eu "dei treinos" à Lúcia, visto ela nunca ter tido aulas de dança ou de ginástica, coreografei e me diverti juntamente com a minha querida irmã, de quem estou tão orgulhosa!

 

 

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Árvore caída

por Teresa Power, em 07.04.16

Durante as férias da Páscoa, fomos ao parque da Curia, como já é habitual. O Francisco, a Clarinha e o David fizeram de bicicleta os dois quilómetros que nos separam da Curia, e eu segui no carro com os três mais novos.

O parque estava lindo, cheio de luz e de sombras, de caminhos enlameados onde se refletiam os raios de sol, que teimavam em espreitar pelas altas copas das árvores.

- Vamos explorar, mãe! Até já! - Disseram quase todos ao mesmo tempo, deixando-me com a Sara pela mão. Mas a Sara também quis explorar, claro, e obrigou-me a correr pelos carreiros atrás dos meus filhos.

- Mãe, vem cá ver! Encontrámos uma coisa maravilhosa!

- Maravilhosa! A melhor brincadeira do mundo!

- Nem imaginas! Dá para fazer coisas fantásticas!

- Já subimos e descemos e já andámos de baloiço ali e tudo!

Fiquei cheia de curiosidade. O que seria? Cheguei a uma clareira, e vi... Bem, vejam vocês comigo:

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 Julgo que terá sido uma das recentes tempestades a lançar por terra estas árvores grandiosas e belas, que fazem do parque da Curia um lugar tão especial...

Árvores caídas. Árvores arrancadas pela raiz. Árvores que já não se elevam para os céus, mas se misturam com a lama e a terra. Árvores que em vez de raizes, enterram as folhas e as flores. Para nós, adultos, a visão de uma árvore tombada é desoladora.

Mas os meus filhos não vêem as coisas assim...

Para eles, as árvores tombadas transformaram-se em baloiços, labirintos, paredes de escalada, lugar de brincadeira. Foi ali mesmo, ao lado daquelas pobres árvores, que lanchámos e que passámos a maior parte da tarde.

De regresso a casa, dei comigo a sorrir sozinha. É tão giro ver as crianças a tirar proveito de tudo! A árvore já não nos dá oxigénio? Sempre nos pode servir de baloiço. A árvore já não abriga os passarinhos? Mas agora abriga as centopeias... Razão tem o Senhor ao dizer que precisamos de um coração de criança para sermos verdadeiramente felizes!

Fiquei a pensar na quantidade de coisas e acontecimentos da vida que podemos, como as crianças, explorar de forma diferente daquela com que foram planeados ou desejados: o emprego que tenho não me dá a riqueza que eu merecia? Talvez me torne rico em humildade... O namoro não correu bem? Quantas lições me ensinou! Os filhos não aprendem com facilidade? Vão certamente aumentar a minha paciência. Os professores não explicam como deveriam? Se explicassem, nunca me teriam feito procurar as respostas por mim mesmo. Sofri uma injustiça? Que ótima oportunidade para unir o meu coração ao de Jesus! Não encontro ninguém com quem casar, ou não consigo engravidar? Talvez esta "árvore caída" me ofereça uma oportunidade novinha em folha de responder a uma vocação diferente e especialíssima do Senhor! A reunião de trabalho parece interminável? Espero que me poupe pelo menos meia hora de purgatório :)

Através de Isaías, o Senhor assegura-nos que é no deserto que brotam os seus rios divinos, e da terra queimada que surgem os seus lagos:

 

"As águas jorrarão do deserto e a terra queimada mudar-se-á em lago, as fontes brotarão da terra seca." (Is 35, 6-7)

 

Cada vez que recordo as gargalhadas no nosso piquenique na Curia, vem-me ao pensamento uma oração... Rezem-na comigo: "Jesus, dá-me um coração de criança, para que eu saiba sempre brincar em cima de qualquer árvore caída na minha vida! Ámen."

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Domingo da Misericórdia

por Teresa Power, em 05.04.16

O Domingo da Misericórdia é sempre um dia muito especial para nós. S. João Paulo II instituiu esta festa, dando cumprimento ao pedido de Jesus a Santa Faustina, sua conterrânea. De acordo com o Diário de Santa Faustina - um dos meus livros de cabeceira, que gosto de meditar com muita frequência antes de adormecer - Jesus exprimiu-Se assim:

 "Desejo que esta festa seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximarem da fonte da minha misericórdia. A alma que for à confissão e receber a Sagrada Comunhão obterá remissão total das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam tão vivos como escarlate... A minha misericórdia é tão grande que nenhuma mente - nem humana, nem angélica - alcançará a sua profundidade." (D699)

 

O céu estava muito cinzento e a chuva ia caindo de mansinho, o vento era cortante e o frio apertava.

- Está um ótimo dia para irmos a Fátima, como fizemos no ano passado! Que dizem? - Perguntei, de manhã.

- Fazer a Via Sacra pelo Caminho dos Pastorinhos? Vai chover de certeza!

- Não, não vai. Vamos arriscar?

- Eu quero ir!

- Eu também!

- Eu digo que vai chover...

- Eu não me importo que chova! Nós sempre gostámos de brincar à chuva!

- Vamos?

- Agora?

- Depois da missa das dez, claro. Temos o compromisso de tocar e cantar na missa. Vamos de seguida! Toca a preparar o piquenique.

 E assim foi. Quanta alegria, nesta viagem inesperada!

Fátima estava, realmente, fria, molhada e ventosa. Mas continuava branca, pura e linda. Aquele santuário imenso e silencioso fazia-nos esquecer o desconforto, mesmo aos mais novos.

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Almoçámos no passeio no início do Caminho dos Pastorinhos, porque é um espaço amplo onde os rapazes gostam de andar de skate. Depois fizemos a nossa Via Sacra, servindo-nos das meditações retiradas do Diário de Santa Faustina e intercalando cada estação com um mistério do Terço da Divina Misericórdia.

- Isto que nos está a molhar levemente a cara são raios de sol, mãe? Ou talvez seja uma chuva de graças? - Brincava o Francisco, que poucos dias antes tinha feito quase cem quilómetros de bicicleta numa manhã e estava com pouca vontade de caminhar.

- Não sei do que falas. Eu não sinto nada! - Ia eu respondendo. E pouco ou muito cansados, todos nos ajoelhávamos nas estações sobre a pedra fria e húmida.

- Quero colo! - Pedia a Sara, já perto do Calvário Húngaro. Os mais velhos foram-lhe oferecendo as costas, à vez... E até o David levou a mana às cavalitas. Que crescido ele está!

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Chegámos ao Calvário Húngaro e entrámos para rezar pelas intenções do Santo Padre.

- Que tal se cantássemos "Misericordes sicut Pater" a vozes? - Sugeri. Assim fizémos, e a acústica da capela devolveu-nos o cântico mil vezes mais belo. Acho que foi o entusiasmo com que cantámos e a harmonia das várias vozes que fez o funcionário de serviço aparecer ao nosso lado:

- Que lindo! Que lindo! Que lindo! - Repetia ele, com os olhos a brilhar. - Podem cantar mais?

Mas não podíamos, porque começava a chover com mais força e ainda era preciso regressar...

Regressar ao santuário para a nossa confissão. Descemos as "escadas da humildade", como gostamos de dizer, e fomos à Capela da Reconciliação, que estava a transbordar de gente.

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Dei graças a Deus no meu íntimo: as comportas da misericórdia divina estavam realmente abertas! Mas como podíamos, o Niall e eu, confessar-nos se tínhamos de esperar pelo menos duas horas ali? Olhando mais atentamente, percebi que numa das alas da capela havia confissões para estrangeiros... E o confessionário para falantes ingleses estava livre! Ser casada com um irlandês tem as suas vantagens. Sim, o Niall e eu confessámo-nos rapidamente, e em inglês.

A chuva que caía fez-me recordar o post da Olívia sobre a sua peregrinação a Fátima e sobre umas tais mesas de piquenique cobertas, por detrás da basílica antiga. Foi aí que lanchámos. Que lugar magnífico! Como não o tínhamos descoberto antes? De futuro, quando fizermos em Fátima encontros e retiros das Famílias de Caná, já sabemos onde faremos o nosso piquenique.

Terminámos o dia passando, em família, pela Porta Santa. Na minha mente e no meu coração, ressoavam as Palavras de Jesus a Tomé, segundo o Evangelho do dia:

 

"Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e mete-a no meu peito." (Jo 20, 27)

 

Pareceu-me que nesta singela peregrinação à Porta Santa de Fátima, em dia da Divina Misericórdia, tocámos, como Tomé, nas chagas de Jesus e entrámos na Porta Santa do seu Sagrado Coração...

 

"Ó sangue e água que brotastes do coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em vós!" (D187)

 

 

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Férias e bênçãos

por Teresa Power, em 04.04.16

Férias! Não há nada de que eu mais goste do que ter estes dias inteiros em casa, vendo os meus filhos saltitar a meu lado, brincando e desarrumando, rindo e chorando, descobrindo mundos novos em Náturia, passeando de bicicleta...

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...fazendo origamis, construindo puzzles, espalhando os legos pelo chão e migalhas de bolo pela casa inteira, e chegando ao ponto de usar um sapato diferente em cada pé porque não se conseguem lembrar onde puseram o par completo. Às vezes parece-me que talvez fosse boa ideia dar uma arrumação à casa, mas logo desisto. Quando eles regressarem à escola penso nisso!

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Cuidado ao sair da cozinha para o jardim! Ainda fico presa nalgum desenho...

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Realmente, procurar botas e sapatos na gaveta do calçado é um bocadinho perda de tempo:

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- Mãe, vamos ver o mar? Por favor! Há tanto tempo que não vamos à praia!

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Bem, a verdade é que na Semana Santa o tempo não esteve muito propício a praia. Deixo-vos algumas fotos sugestivas, e poupo-vos os detalhes relacionados com a excitação, a alegria e a confusão em nossa casa durante os vinte minutos em que durou a tempestade - e nas horas que se seguiram:

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DSC06003.JPGDurante as férias fomos ainda várias vezes ao parque:

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Férias é também o tempo ideal para o encontro com os amigos, e nestas férias tivemos e fizemos várias visitas muito simpáticas, que nos encheram de alegria.

E férias é também tempo para o encontro com a família alargada, especialmente os tios e os primos, já que a avó é presença mais frequente em nossa casa. Ora vejam só se conseguem identificar os seis Power, no meio destes doze Castel-Branco:

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Hoje, a mãe e os seis filhos regressam à escola (o pai não chegou a ter férias)... Olhamos para estes quinze dias - de sol e de granizo, de frio e de calor, de neve e de mar - como uma verdadeira bênção do Senhor, que nos permitiu fazer tantas coisas boas. Lembro-me do salmo:

 

"Terra, louva o Senhor!

Monstros do mar e todos os abismos,

fogo e granizo, neve e neblina

vento tempestuoso, que obedece à sua Palavra,

montanhas e todas as colinas,

árvores de fruto e todos os cedros,

feras e todos os rebanhos!

Louvai-O, jovens e donzelas, velhos e crianças!

Aleluia!" (Sl 148)

 

E olhamos para este novo período como outra verdadeira bênção do Senhor, naturalmente! A escola, os amigos, os livros, os exames... Quantas crianças e quantos jovens no mundo davam tudo para ter esta oportunidade?

Agora que eles estão todos na escola, volto a ter o meu tempo de oração diante do sacrário, e algum tempo para escrever. E todos nós, pais e filhos, voltamos a experimentar aquela alegria magnífica do reencontro diário, depois de um dia de escola, em que nos abraçamos e todos falamos ao mesmo tempo, desejosos de partilhar a vida. Outra bênção...

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