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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ser família numerosa é fantástico, mas também exigente. Acho que uma das principais razões de Deus ao pedir-nos generosidade no nosso planeamento familiar é esta: os filhos são belos trampolins para a santidade. Senão vejamos:
Chego a casa exausta depois de um longo dia de trabalho. Ah, como sabia bem poder tomar um belo duche e relaxar meia hora em frente da televisão ou com um bom livro nas mãos! Se não tivesse filhos, era isso que faria de certeza. Se tivesse só um ou dois filhos, não poderia fazer isso durante alguns anos, mas em breve estaria de novo em condições de tomar conta de mim, pois eles crescem depressa.
Mas com muitos filhos, há um regressar contínuo à idade das fraldas, das birras, das brincadeiras no chão, das bulhas entre irmãos, da ajuda nos trabalhos de casa. Com muitos filhos, há mais jantar para fazer, mais livros, brinquedos, roupas e sapatos para arrumar, mais lixo para limpar, mais desenhos para pendurar na parede, mais histórias para ouvir e para contar, mais abraços para receber e para dar. Com muitos filhos, não sobra tanto tempo para me centrar em mim.
"Quem quiser encontrar a sua vida há-de perdê-la, e quem a perder por causa de Mim há-de encontrá-la" (Mt 10, 39), disse Jesus.
Ter uma família numerosa obriga-me a ser mais paciente, mais generoso, menos egoísta. Os meus filhos fazem de mim uma pessoa melhor pelo simples facto de existirem. Claro que muita gente é já assim por natureza, ou graças a outro belo "trampolim" do amor de Deus (há muitos, claro, como cuidar de uma pessoa com deficiência ou dedicar-se de corpo e alma a alguma missão...), mas eu precisei de todos os meus filhos para me tornar quem sou.
Naturalmente que posso desperdiçar este dom, como posso desperdiçar qualquer outro dom. Quantas vezes não lhes respondo com impaciência, não dou palmadas a despropósito, não grito sem razão? Certamente mais do que desejaria. No entanto, também tenho mais oportunidades de corrigir o mal feito e de alterar o meu comportamento. Eduquei o meu primeiro filho com muitos gritos? Tenho mais cinco com quem treinar a mansidão... Deus é mesmo o Senhor das "Novas Oportunidades", e ser mãe de uma família numerosa é uma escola fantástica (uma, não a única...) de humildade, de perdão e de amor.