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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ontem à tarde, ao ajudar o David nos trabalhos de casa de Língua Portuguesa, deixei escapar um grito de indignação que há muito ando a abafar e que agora aqui partilho também: será que o Natal deixou de ser a celebração do nascimento de Jesus, festejada pelos cristãos do mundo inteiro, para ser uma festa branqueada e politicamente correcta, sem conteúdo histórico ou religioso, salpicada de palavras mais ou menos vagas como solidariedade, amizade e partilha?
O livro de Língua Portuguesa do meu filho de sete anos apresenta textos de escritores portugueses contemporâneos. Neles fala-se do Pai-Natal, de feiticeiros, de bruxas, de duendes e de castelos na neve. No livro do ano passado, por esta mesma altura falava-se de extra-terrestres. Em nenhum deles há uma única (única!) referência ao nome de Jesus, à religião cristã ou à Igreja. Folheei avidamente o manual, procurando encontrar os belíssimos poemas de Natal que marcaram a minha infância e juventude e escritos por grandes autores portugueses e estrangeiros. Nem um. Apeteceu-me deitar o livro fora.
Caramba! De que é que os autores dos manuais têm medo? De ofender os que não partilham a fé cristã? E por que razão os ofenderiam? A tolerância não é um branqueamento da História, da origem das tradições ou dos conteúdos religiosos dos diversos credos. Aliás, só pode haver tolerância quando se conhece a fé do outro. É significativo que este branqueamento das festividades religiosas só aconteça em relação à fé cristã, pois em relação às festividades das outras religiões há sempre o cuidado em contextualizar tudo muito bem.
Será que o Menino nascido em Belém, deitado numa manjedoura e aquecido pelo bafo dos animais tem um ar ameaçador?
Herodes achou que sim. Enfurecido, perseguiu todos os recém-nascidos de Belém, na esperança de matar Jesus. O seu medo diante dum recém-nascido parece-nos patético. No entanto, não podia ser mais actual.
Cá em casa, o Natal continua a ser o grande aniversário de Jesus. Para não andarmos distraídos, somos bastante parcos em decorações natalícias. O Menino de Belém merece o primeiro lugar, hoje e sempre, na nossa vida e na nossa casa.