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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Aconteceu nas "férias" do carnaval. Por incrível que a mim me pareça, aconteceu a sério. O Niall foi com a Lúcia e o António ao hospital, pois a febre não cedia ao fim de uma semana de gripe. A recepcionista perguntou rotineiramente, enquanto procurava as fichas dos meus filhos no computador:
- Quais as datas de nascimento das crianças?
O Niall pensou durante um bocado. Um bom bocado. Depois disse que... não sabia.
- O senhor não sabe a data de nascimento dos seus filhos? - Repetiu a recepcionista, incrédula.
- Não. Bem, eles são seis... É um bocado confuso...
- Ah, seis! Entendo! - Respondeu a recepcionista, parecendo de repente muito mais descansada.
Então o Niall fez aquilo que já fez em várias outras ocasiões, diante do mesmo problema: telefonou-me!
(Tantos aniversários para celebrar...)
Numa das suas catequeses sobre o baptismo, o Papa Francisco perguntou à assembleia se alguém se recordava da sua data de baptismo. Depois acrescentou muito depressa: "Não precisam de levantar a mão: não quero envergonhar nenhum cardeal!" Na verdade, um cristão que desconhece a sua data de baptismo faz a mesma figura do Niall no Hospital da Mealhada...
Uma das maravilhas do cristianismo é a quantidade de datas que podemos celebrar em família. Os aniversários de baptismo, os aniversários da primeira comunhão, os aniversários de matrimónio; os santos padroeiros, cujo nome nós e os nossos filhos herdámos; os santos queridos da nossa família, pelas mais variadas razões e, claro, as caminhadas de advento, quaresma, natal e páscoa... Quantas ocasiões para uma oração familiar mais solene!
Neste domingo, na homilia, a propósito dos quarenta dias da quaresma, o nosso pároco lembrou-nos que as datas litúrgicas não são meros números marcados num calendário; cada data litúrgica é antes uma ocasião para nos encontrarmos com o Senhor!
A Bíblia repete incessantemente uma palavra: "Lembra-te". E um pensamento:
"Lembra-te, ó Israel, de que foste escravo no país do Egipto e que o Senhor, teu Deus, te libertou." (Dt 15, 15)
Aliás, a Bíblia foi escrita para que nunca nos esquecêssemos! De geração em geração, o povo de Deus transmitiu esta mensagem, até hoje.
Celebrar as datas da nossa fé é celebrar a libertação que Deus nos ofereceu, pela cruz de Jesus, nosso único Salvador. E é recordar as maravilhas do Senhor e o quanto Ele nos quer.
Celebremos então! Anotemos as datas significativas da nossa caminhada na fé em família e inventemos formas de celebrar, trazendo Deus para o centro da festa. Se houver por aí sugestões interessantes e criativas, partilhem... Enviem fotos dos vossos Cantos de Oração para o meu mail e digam-nos como fazem!
(celebrando S. José na escolinha...)
Hora de jantar. Depois de conseguir acalmar algumas birras, tirar o garfo da Lúcia da mão da Sara, expulsar a Bella da cozinha, ajudar o Francisco e a Clarinha a decidir quem vai lavar a loiça e assegurar o António que quem não quer a sopa também não come mais nada, finalmente houve dez segundos de silêncio. Aproveitei para perguntar:
- Alguém sabe por que razão levámos as velas do baptismo para a missa ontem?
- Porque a minha lanterna está estragada.
- Que disparate, António! Porque era a Festa da Fé.
- Sim, David, e o que é que a fé tem a ver com luz?
- A luz é Jesus escondido.
- Sim, Lúcia, Jesus é a luz. E o baptismo? O que é o baptismo?
- Torna-nos filhos de Deus, não é, mãe?
- A Clarinha tem razão. O baptismo faz de nós fillhos de Deus. Quando somos baptizados, passamos a caminhar na luz de Jesus! E onde acendemos nós as velas?
- Na vela grande!
- Nas velas uns dos outros!
- Na tua vela!
- Pois é, a fé é um dom que recebemos de Deus, através da sua Igreja. Os pais oferecem este dom aos seus filhos, quando pedem o baptismo para eles. E os filhos irão passar este dom aos seus filhos também! Tal como passámos a luz na igreja, de vela em vela.
O baptismo faz de nós filhos de Deus. Talvez estejamos tão habituados a esta afirmação - somos filhos de Deus - que perdemos a capacidade de deslumbramento. Mas se nos detivermos alguns minutos a pensar no que significa isto de ser filho de Deus, não poderemos deixar de ficar profundamente emocionados... Diz S. João:
"Vede que amor tão grande o Pai nos concedeu, a ponto de nos podermos chamar filhos de Deus; e somo-lo de facto!" (1Jo 3, 1)
Mas se Deus é nosso Pai, quem nos "dá à luz", no sacramento do baptismo, é a Igreja, esposa de Cristo! Assim, a relação dos baptizados com a Igreja não é a relação de alguém com o seu clube de futebol ou o seu partido político. É antes a relação de um filho com a sua mãe. Pertencer à Igreja é pertencer a uma família cheia de problemas, cheia de dificuldades - mas acima de tudo, cheia de amor. E como qualquer família, pode ter todos os defeitos do mundo, mas é a nossa!
Não esperemos que os nossos filhos cresçam para decidirem por eles receber o baptismo. Se esperarmos, estamos a roubar-lhes este sentido natural de pertença a uma família que não se escolhe, mas se descobre.
O sacramento do baptismo não precisa de ser uma escolha pessoal. É antes um dom totalmente imerecido, gratuito, generoso, como o dom da vida. Não precisamos de pedir para ser baptizados, como não precisámos de pedir para nascer. Nascemos porque alguém escolheu por nós, somos baptizados porque alguém decidiu por nós. Tenhamos a ousadia de decidir também pelos nossos filhos. Eles têm direito a crescer na Igreja como filhos e não como visitantes. Eles têm direito a experimentar a gratuidade absoluta do amor de Deus, que S. João descreveu assim:
"Nisto consiste o amor: não fomos nós que amámos a Deus, foi Deus que nos amou primeiro." (1Jo 4, 10)
No baptismo, os nossos pais acendem a nossa pequenina vela no círio pascal, símbolo de Cristo. E depois, ao longo da infância, colocam-nos a vela na mãos e ajudam-nos a segurá-la. Pouco a pouco, aprendemos a acender outras velas com a luz da nossa. E um dia chega a nossa vez de escolher, para os nossos filhos, a família de Jesus como sua própria família. Um bela escolha de amor!
Ontem, na nossa paróquia, foi dia da Festa da Fé. Há alguns anos que celebramos a tradicional "Profissão de Fé" com toda a comunidade, e não apenas com um grupo de catequese.Todos precisamos de renovar a nossa fé de forma solene, pelo menos uma vez por ano!
Adultos, jovens e crianças trazem para a missa a sua vela do baptismo, e enquanto rezamos o Credo, todos nos dirigimos ao altar, para acender a nossa vela no círio pascal. Não precisamos de fazer fila, antes caminhamos para o altar com o mesmo passo com que caminhamos na vida, sem ordem nem ritmo. É um momento muito bonito da missa, e o altar enche-se de gente que sobe e desce, que acende a sua vela e, com ela na mão, vai acender as dos seus filhos, dos seus pais, dos seus amigos, ou dos estranhos que, em Jesus, fazem parte da nossa família.
De manhã foi uma grande atrapalhação, para conseguirmos reunir as seis velas de baptismo das crianças. Precisámos de uma pequena mochila para as transportar todas, pois algumas são bem grandes! Depois, na missa, de vela na mão, eles correram alegremente para o altar e espalharam a sua luz por todo o lado:
Uma família cristã define-se em primeiro lugar por ser uma família de baptizados. Nas suas catequeses de quarta-feira, o papa Francisco tem falado nos sacramentos. E recordou algo tão simples como isto: "Não é a mesma coisa um bebé ser baptizado ou não." Realmente, se fosse a mesma coisa, para quê baptizar alguém?
Fico a pensar: quantos cristãos acreditarão realmente no poder do baptismo? Quantos acreditarão que o baptismo muda tudo na nossa vida? Na vida dos nossos bebés tão pequeninos? Ao subir aos céus, Jesus ordenou aos discípulos:
"Ide por todo o mundo e baptizai em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". (Mt 28, 19-20)
O santo padre tem mostrado, com os seus gestos, que o baptismo não se recusa a ninguém, pois a ordem de Jesus não tem fronteiras de qualquer espécie. Todos os que são chamados à vida são chamados ao baptismo, sejam filhos de mães solteiras ou de pais que ainda não estão casados pela Igreja. Não podemos deixar de baptizar um filho porque não temos dinheiro para a festa ou porque não conseguimos reunir todos os amigos que desejamos. Não transformemos o baptismo num acontecimento social, pois ele é divino. É preciso ter pressa em pedir o baptismo para os nossos filhos! Ou então não acreditamos verdadeiramente nele...
Escrito pelo pai...
Lúcia (5 anos) “Ó pai, eu sou do Sporting, do Benfica ou do Porto?” Ela queria mesmo saber qual o seu clube e veio ter comigo para lho dizer.
A identidade da criança constrói-se à volta das crenças, dos valores e das atitudes das pessoas mais íntimas e próximas. É claro que chega uma certa idade, normalmente a adolescência, em que a criança, já um pequeno adulto, começa a ganhar a capacidade de interpretar o mundo, organizando os valores, crenças e atitudes aprendidos em família ou em comunidade, descartando alguns, descobrindo outros e criando assim uma personalidade única, irrepetível e intocável. Mas isso não é aos cinco anos.
Os católicos fazem questão em batizar os seus filhos ainda em bebé. Não o fazer, isto é, deixar a criança crescer para que ela um dia possa decidir sobre a sua fé, tal como manda a nova moda, é privar a criança não só dum ambiente familiar e comunitário que nutra a semente da fé, mas também de um dom que o seu verdadeiro Pai deseja muito dar.
Ao receber o batismo, Deus está a ligar secretamente, dentro do coração de cada ser humano, o GPS que indica o caminho para a sua casa. Se uma criança se identifica com o caminho certo, encontrará a felicidade interior com a maior das facilidades, pois Jesus Cristo não esconde o caminho a quem o procure genuinamente.
Assim, não hesitei em esclarecer a Lúcia. “Filha, então não sabes que tu és do...
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