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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Faz hoje nove anos que nasceste. Foste o mais belo presente de natal que recebemos, o teu pai e eu. Deitado nos meus braços, abriste os teus olhos azuis, brilhantes como dois faróis, e eu fiquei ali, contente apenas por te poder contemplar.
Porque nasceste no Natal, juntámos ao teu nome a palavra Emanuel, "Deus Connosco", como Isaías profetizara sobre Jesus tantos séculos antes do seu nascimento:
"Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho chamado Emanuel." (Is 8, 8-10)
Estávamos, nesse dia feliz, longe de imaginar que o teu nome, tal como o nome de Jesus, era também uma profecia. Na verdade, aos dezassete meses tu deixaste a Terra e entraste no Céu. E porque estás no Céu, mas continuas a ser um de nós, então toda a nossa família já tem um pé no Céu enquanto ainda vive sobre a Terra. Por ti, nós estamos em Deus e Deus está connosco.
Disseram-me para pensar em ti como uma pequena estrela a brilhar no firmamento. Nunca o consegui fazer. As estrelas estão tão longe, e tu estás tão perto! Prefiro imaginar-te aqui, ao meu lado, espreitando esta carta que te escrevo e guardando os meus passos e os dos teus irmãos, como um anjo da guarda. Estás mais perto de mim que qualquer outro dos teus irmãos, e certamente bem mais perto que qualquer estrela. Que nos separa então? Estamos no mesmo quarto e vivemos lado a lado, mas tu estás no Céu, e eu na Terra; tu caminhas ao sol, e eu caminho na sombra; tu só conheces a alegria, e eu conheço também a dor e a saudade.
Faz hoje nove anos que nasceste. Parabéns, Tomás Emanuel! E como todas as manhãs e todas as noites pedimos em coro, também agora te peço:
Tomás, reza por nós!
A Lúcia e o António estavam a brincar no jardim. De repente, a Lúcia correu para o António:
- Queres saber um segredo?
- Quero! - Respondeu o irmão.
A Lúcia então colou a sua boca ao ouvido do António e segredou - em voz alta, que eu bem ouvi:
- Um dia, António, vamos brincar no céu com o Tomás e a Kitty tal como estamos a brincar agora!
Depois regressou à brincadeira.
A Kitty era uma linda gatinha preta, que morreu atropelada no nosso pátio (!) com apenas algumas semanas de vida. O Tomás era o nosso terceiro filho, que morreu com um ano e meio e um tumor celebral. A Lúcia nunca o conheceu, mas aguarda ansiosamente o dia em que o irá encontrar e brincar com ele no céu. Ela tem a certeza, do alto dos seus cinco anos, que a nossa verdadeira casa familiar não é aqui, mas no céu, onde estaremos todos juntos e imensamente felizes. Entretanto, continua a brincar!
As leituras desta última semana do ano litúrgico, depois da Solenidade de Cristo Rei, falam-nos mais do céu do que da terra. Caminhando para o fim do ano litúrgico, somos chamados a olhar para aquilo que começa onde tudo parece acabar: a Vida.
Como explicar às crianças o que é o céu? Para nós tem funcionado a parábola de Jesus:
"Não acumuleis riquezas na terra, onde a traça e a ferrugem as corroem e os ladrões assaltam e roubam. Juntai riquezas no céu, onde não há traça nem ferrugem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí também estará o vosso coração" (Mt 6, 19-21)
Explicamos então aos mais pequeninos que colocamos um tijolo na nossa casa do céu sempre que fazemos uma boa acção na terra. Pouco a pouco, gesto a gesto, vamos construindo no céu a nossa casinha. Eles gostam de imaginar que estão a construir um palácio de cada vez que praticam o bem...