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Reencontro no Buçaco

por Teresa Power, em 07.07.14

O primeiro retiro Famílias de Caná aconteceu no dia 14 de setembro de 2013. Até agora, já fizémos quatro retiros, pelo que somos cerca de trinta famílias a procurar viver no dia-a-dia este ideal das "Cinco Pedrinhas". Já somos muitos! No sábado, doze destas famílias responderam ao desafio que lançámos: um reencontro para conviver, brincar, caminhar e rezar. Muitas outras famílias queriam ter estado presentes, mas não puderam.

O local escolhido foi um dos mais belos do nosso país: a Mata Nacional do Buçaco! Foi um dia inesquecível para todos. Como dizia o Álvaro, pai de uma bela Família de Caná: "Há muito tempo que não me divertia assim!" É que os pais terminaram o dia a jogar futebol com os filhos, numa enorme animação, e só a chuva que começou a cair pelas sete da tarde nos convenceu a todos a entrar nos carros e regressar a casa! Estiveram famílias de vários pontos do país, pois as Famílias de Caná já chegaram a alguns lugares de Portugal: Proença-a-Nova (diocese de Portalegre e Castelo Branco), Raposa (diocese de Santarém) e Marinha Grande (Diocese de Leiria-Fátima) para além das famílias aqui da nossa zona de Anadia. No final, havia quem estivesse já a planear o próximo reencontro...

 

Começámos com a celebração da Eucaristia, numa das muitas mesas de pedra para piqueniques na mata:

 

Que maravilha, comungar do Corpo e do Sangue do Senhor em plena natureza, escutando o chilrear dos pássaros e sentados à volta da mesma mesa!

Depois, partilhámos as nossas vivências de Famílias de Caná, para nos encorajarmos e desafiarmos uns aos outros:

 

Um belo almoço, e começámos então a grande caminhada que tínhamos planeado: a Via Sacra. O Buçaco pertenceu em tempos aos carmelitas, que ali construíram uma belíssima Via Sacra, reproduzindo na floresta montanhosa as distâncias da Via Sacra de Jerusalém. Em cada estação, esculturas de terracota em tamanho natural contam-nos o que se passou com Jesus naquela trágica e sacratíssima sexta-feira santa. Que pena que não estejam conservadas como mereciam!

 

 

 

 

O caminho, montanha acima através da floresta, é ainda mais belo, porque é todo obra do Criador! Subindo pelos trilhos cheios de musgo, observando cada erva, cada flor, cada árvore, cada espécie rara da natureza, fomos meditando na Paixão de Jesus através da leitura da Palavra de Deus:

 

 

Subir a montanha com bebés, carrinhos e o passo lento de crianças de três e quatro anos não foi fácil. No entanto, o caminho de Jesus foi bastante mais difícil! O nosso, pelo menos, teve muitas gargalhadas de diversão; e contrariamente ao de Jesus, todos se ajudaram!

 

Ajudar a levar a cruz uns dos outros foi um dos desafios que os jovens tiveram de resolver. Nós levámos de casa a cruz de madeira feita no primeiro retiro Famílias de Caná, no dia 14 de setembro, dia da Exaltação da Santa Cruz. Os jovens (e as crianças mais destemidas, entre as quais o David) estiveram sempre desejosos da sua vez para levar a cruz, retirando-a dos ombros uns dos outros. Como seria bom se assim fosse também a nossa atitude na vida...

 

 

Outro dos desafios dos jovens foi desenhar o rosto de Jesus num pano de linho, reproduzindo assim o milagre do véu de Verónica. A Clarinha foi a artista escolhida para o efeito. Não está bonito?

 

 

Tiveram ainda de fazer uma coroa de espinhos e uma lança com elementos da natureza, escrever um poema sobre a dor de Nossa Senhora, compor uma canção, caminhar de olhos vendados durante parte do percurso com a ajuda dos que mantinham os olhos abertos, e muitas outras coisas!

No final, estávamos todos mais perto do Coração de Jesus. E mais perto do céu, claro, no cimo da montanha...

 

O resto da tarde foi passada entre jogos, conversas e brincadeiras. Cantámos também os parabéns à Marta, que fazia doze anos e teve, assim, uma festa muito original! Por fim, oferecemos ao Senhor o nosso louvor, a nossa acção de graças e as nossas súplicas, numa oração cantada, dançada e partilhada bem ao jeito das Famílias de Caná. Se não fosse a chuva a mandar-nos para casa, ainda agora lá estávamos...

 

 

Sábado temos marcado retiro Famílias de Caná, em Proença, para todas as famílias do país que queiram fazer esta experiência de Igreja. Até agora, ainda não temos as cinco inscrições que nos permitam realizar este retiro. E precisamos de cinco, porque o retiro Famílias de Caná não pode acontecer sem partilha, e para partilhar, temos de ser alguns! Até quarta-feira precisamos de decidir se fazemos ou não o retiro. Eu sei que é precisa muita coragem para se inscreverem! Mas agora é verão (pelo menos assim dizem...), as crianças não têm testes no dia seguinte, viajar faz parte das férias... Venham! Uma das famílias inscritas vem de Setúbal. Quem arrisca vir de mais longe? Se precisarem de alojamento gratuito em casas de famílias locais, digam. Não tenham medo de vir... Esperamos por vós! Inscrevam-se hoje ainda!

 

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publicado às 07:28

Via Sacra na aldeia

por Teresa Power, em 18.04.14

Noite de Sexta-feira Santa. Pelas ruas de Mogofores, acabamos de fazer a Via Sacra, acompanhando Jesus no seu longo caminho da cruz. Claro que a nós não custou nada... A Ele, custou a vida!

A Via Sacra pela noite na aldeia é das mais bonitas manifestações de fé que conheço. As ruas enchem-se de pequeninas velas, e às portas das casas, as famílias aguardam a passagem do Senhor. Cada estação é rezada à porta de uma casa previamente marcada, para que cada família possa preparar um pequeno altar digno deste momento solene. Entre cada estação, cantamos e rezamos, de vela na mão e coração atento...

Deixo-vos esta "foto reportagem" da beleza luminosa da nossa noite santa!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 22:54

A Via Sacra de Nossa Senhora

por Teresa Power, em 18.04.14

S. João termina o seu evangelho dizendo:

 

"Há ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se elas fossem escritas, uma por uma, penso que o mundo não teria espaço para os livros que se deveriam escrever." (Jo 21, 25)

 

Ao longo da História, Deus tem colmatado esta "lacuna" através de visões e revelações oferecidas a santos que a Igreja já canonizou ou beatificou. Ontem contei-vos como cá em casa gostamos de meditar nos escritos da irmã Faustina, tão querida de João Paulo II. Hoje quero falar-vos da Beata Anna Catharina Emmerich, ainda pouco conhecida pela generalidade dos cristãos, e que é para a nossa família uma fonte de inspiração. Catharina foi uma irmã alemã que viveu no século XIX e que teve comoventes visões da paixão de Jesus e da vida de Nossa Senhora depois dos grandes acontecimentos da Páscoa. Ler os seus escritos é mergulhar no mistério do amor de Deus de uma forma profundamente avassaladora. Mel Gibson inspirou-se nestes escritos para o seu magnífico filme A Paixão de Cristo. Ora leiam esta passagem e digam lá se não reconhecem a cena do filme de Mel Gibson:

 

"Quando Jesus, depois da flagelação, caíra ao pé da coluna, mandara Cláudia Prócula, a mulher de Pilatos, um fardo de grandes panos à Mãe de Deus. Não sei mais se julgava que Jesus ficaria livre e a Mãe do Senhor lhe devia tratar as feridas com esses panos ou se a pagã compadecida mandou os panos para o fim o qual SS. Virgem os empregou.
Maria, voltando a si, viu passar o Divino Filho dilacerado, conduzido pelos soldados; Ele enxugou o sangue dos olhos com a túnica, para fitar a SS. Virgem, que Lhe estendeu as mãos, num transporte de dor e Lhe seguiu com a vista as pegadas sangrentas. Logo depois vi a SS. Virgem e Madalena, quando o povo se dirigia mais para o outro lado, aproximarem-se do lugar da flagelação. Cercadas e ocultas pelas outras santas mulheres e outra gente boa, que se aproximara, prostraram-se por terra, ao pé da coluna da flagelação e apanharam com os panos todo o sangue de Jesus, por toda a parte onde encontraram algum vestígio."
 

De acordo com Catharina Emmerich, a oração preferida de Nossa Senhora depois da morte e da ressurreição de Jesus era a Via Sacra. Ou melhor: foi a oração de Nossa Senhora que deu origem à Via Sacra! Maria encontrava grande consolo em percorrer o caminho que Jesus percorrera com a cruz. Ela lembrava-se perfeitamente de cada passo, de cada queda, de cada olhar. Acariciava a rocha que Jesus cobrira de sangue, beijava a terra que O amparara, chorava sentada nos degraus que Ele pisara.

Mais tarde, Maria mudou-se para Éfeso, para uma pequena casa de pedra mandada construir por S. João. Os detalhes da visão desta humilde freira conduziram a escavações e à descoberta desta casa de Maria, em tudo condizente com a descrição de Catharina. Hoje, as ruínas da casa de Nossa Senhora em Éfeso foram transformadas um humilde Santuário Católico, visitado por milhares de cristãos, entre eles os últimos papas. Aí, Maria meditava na Via Sacra em forma de caminhada, marcando, na colina por detrás da sua casa, cada acontecimento doloroso da paixão de Jesus com uma pequena cruz:

 

"Por trás da casa, até certa distância, na encosta da montanha, Maria Santíssima fizera para si uma Via Sacra. Enquanto morava em Jerusalém nunca deixara, desde a morte do Senhor, de percorrer-lhe o caminho da Paixão, chorando de saudade e compaixão. De todos os lugares do caminho onde Jesus sofrera, ela tinha medido a distância a passos: o amor imenso de Mãe extremosa não lhe podia viver sem a contínua contemplação desse caminho doloroso.
Pouco tempo depois de chegar àquela região, eu via-a diariamente, em visão interior, caminhar até certa distância, subindo a colina atrás da casa, nessa meditação da Paixão e morte do Filho amado. A principio ia sozinha, medindo pelo número de passos que tantas vezes contara as distâncias dos lugares onde Jesus sofrera certos tormentos. Em todos esses lugares erigia uma pedra ou, se havia ali uma árvore, marcava-a. O caminho conduzia a um bosque onde, numa elevação, marcou o Monte calvário e numa gruta de outra colina, o sepulcro de Jesus Cristo.
Depois de ter medido desse modo as doze estações da Via Sacra, percorria-a, em silenciosa meditação, acompanhada da criada; em cada estação da Paixão se sentavam, recordando no coração o mistério do respectivo sofrimento e louvando ao Senhor por seu infinito amor, com lagrimas de compaixão. Depois arranjaram as estações ainda melhor e vi que a Santíssima Virgem escrevia com um buril, na pedra assinalada, a significação do lugar, o número dos passos, etc. Vi também, depois da morte da Santíssima Virgem, os cristãos percorrerem esse caminho, prostrando-se por terra e beijando o chão”. (Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus, Anna Catharina Emmerich)

 

E assim nasceram as estações da Via Sacra!

 

 

Hoje à noite, teremos na nossa paróquia a via sacra, percorrendo as ruas da nossa aldeia. Iremos cantar, rezar e meditar, como Maria gostava de fazer. As ruas estarão iluminadas com centenas de pequeninas velas e perfumadas com flores primaveris. Jesus vai passar, e nós estaremos a seu lado...

 

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publicado às 08:58

Via-Sacra com piquenique III

por Teresa Power, em 16.03.14

Escrevi sobre a nossa visita às casas dos pastorinhos no post Via-Sacra com piquenique II. Aqui fica a continuação do nosso dia de retiro familiar.

 

Entrámos em Fátima pela Rotunda Sul, para podermos estacionar nos enormes parques por detrás da Igreja da Santíssima Trindade. A primavera também já chegara ali, e os meninos divertiram-se a brincar na relva, antes ainda de nos irmos confessar. E depois ficaram com fome... Assim, eram dez e meia da manhã, e os meus filhos já tinham comido quase todo o piquenique!

 

O único problema com esta fome toda foi termos sido forçados a uma visita a "Fátima City", isto é, aos cafés e às lojas que rodeiam o Santuário, à procura de comida. Os mais pequenos, naturalmente, não descansaram enquanto não lhes comprámos uns pequenos brinquedos. Até aí tudo bem. Mas a vendedora lembrou-se de ser simpática com tão numerosa família e ofereceu a cada um dos nossos filhos um postal musical, que entoava o Avé de Fátima sempre que se abria. Os mais velhos cederam os seus postais aos quatro mais novos, que ficaram assim com seis só para eles. Enfim, a simpatia da vendedora transformou a nossa viagem de regresso numa autêntica tortura musical...

 

Ao longo do dia, foram muitas as árvores onde subiram, rindo e desafiando-se uns aos outros:

 

Perto da casa dos pastorinhos está esta enorme árvore, onde muito provavelmente também eles gostavam de brincar! O Francisco subiu pelo tronco onde o David está a "fazer cavalinho" e empoleirou-se mesmo lá em cima.

- Acho que o Francisco, o pastorinho, também devia gostar de subir aqui - disse.

- Mas há cem anos, esta árvore devia ser muito pequenina! - Contestou o David.

 

 

Depois de mais um piquenique, lá pelas duas da tarde, começámos então a Via-Sacra. Na Rotunda Sul, ela está assinalada como "Caminho dos pastorinhos", pois foi recortada no caminho que todos os dias a Lúcia, a Jacinta e o Francisco faziam de suas casas até à Cova da Iria, onde Nossa Senhora apareceu. É um caminho pedestre, uma verdadeira explosão de cor e de luz na primavera.

- Nossa Senhora tem bom gosto - comentou o Niall - Ela sabe escolher os locais das suas aparições!

 

Trouxémos patins para o David e a Lúcia, uma bicicleta para o António e a cadeirinha de passeio para a Sara. Foi uma óptima ideia, pois evitou-nos ter de levar crianças ao colo ao fim de duas estações!

 

 

 

 

 

 

 

Escolhemos, para a nossa meditação, a Via-Sacra feita a partir das meditações de A Verdadeira Vida em Deus. Esta obra é um conjunto de revelações de Jesus a uma mística ortodoxa dos nossos tempos. Embora a Igreja ainda não se tenha pronunciado sobre estas revelações (que escapam ao âmbito católico, pois Vassula é ortodoxa), deu autorização aos fiéis católicos para as lerem se assim o desejarem. Nós aprendemos a escutar a voz de Jesus, que ressoa em toda a Bíblia, a partir destas meditações. Por isso, decidimos levá-las connosco.

 

- É chocante escutar Jesus a falar da sua Paixão e Morte - disse o Francisco, quando chegámos ao final.

- Nunca tinha pensado em todos estes pormenores - continuou a Clarinha. - Jesus diz-nos que nos ama tanto. E que sofreria de novo a paixão, se fosse preciso, por cada um de nós! Incrível!

Os nossos dois filhos mais velhos estiveram sempre muito pensativos...

 

 

A Via-Sacra termina na chamada Capela Húngara. Um final glorioso para um caminho tão belo!

 

No regresso, entre risos e canções, houve corridas nos campos e apanha de flores. Mas também algum cansaço e a necessária entreajuda entre irmãos, que isto de ser família não é só para os momentos fáceis!

 

 

 

- Voltamos outra vez? - Querem todos saber, quando acabamos a Via-Sacra e regressamos ao carro.

- Claro que sim!

 

Vamos voltar. A paz que se recebe em Fátima é naturalmente dom de Deus. A primavera, as flores, o sol, os caminhos bem cuidados, o asseio de todo o Santuário, as tonalidades claras, o branco e o azul celeste, a beleza das construções, a simplicidade e a pureza dos locais das aparições e dos vestígios do passado religioso, tudo nos prepara para acolher o dom de Deus.

Mas se o coração não estiver disponível, o dom não nos tocará. Se não nos tornarmos recipiente, Deus não será Torrente em nós. Assim dizia Jesus a Santa Catarina de Sena (uma mística católica que recebeu muitas revelações de Jesus na Idade Média):

 

"Faz-te recipiente, e Eu far-Me-ei torrente!"

 

É o trabalho da quaresma...

 

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publicado às 14:39

Via-Sacra com piquenique

por Teresa Power, em 12.03.14

Nossa Senhora é, sem qualquer sombra de dúvida, a Mãe na nossa casa. Ainda o Niall e eu namorávamos, e já rezávamos o terço em conjunto, ou ao mesmo tempo embora separados por 2000km de distância - ele na Irlanda, eu em Portugal, depois de nos termos conhecido em Erasmus enquanto estudantes... - e assim continuámos a fazer, durante a nossa vida de casados, até hoje. À medida que cresciam, os nossos filhos foram-se associando a esta belíssima oração, que marca o ritmo da nossa vida e nos oferece um encontro diário com Jesus, o filho de Maria.

 

Casámos em Fátima, terra de Nossa Senhora. E no seu cuidado maternal, Nossa Senhora trouxe-nos, há sete anos atrás, de Aveiro para esta sua outra terra, Mogofores, onde se ergue, cheio de simplicidade, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Auxiliadora. Lembro-me de ser criança e de passar de combóio, na linha norte, pela estação de Mogofores. Lembro-me de contemplar o pináculo do Santuário, de admirar a imagem de Nossa Senhora nele erguida, e de pensar: "Que bonito! Que igreja será esta, tão bela e tão grandiosa, aqui perdida no meio do campo?" Foram precisos muitos anos para eu descobrir... E sem me dar conta, vim viver à sua sombra! Maria quer-nos bem perto de si, está visto. Afinal, no dia do nosso matrimónio consagrámo-nos a Ela, como propomos hoje a todas as Famílias de Caná. Estamos convencidos de que, no céu, iremos ficar maravilhados ao descobrirmos o quanto Nossa Senhora fez por nós e o quanto Lhe devemos!

 

 

O cheirinho a primavera, o sol a brilhar lá fora, as flores a brotar... Depois de um inverno tão longo e tão chuvoso, não apetece ficar em casa! Assim, decidimos ir fazer um piquenique no próximo sábado, caso o tempo se mantenha. Cá em casa adoramos piqueniques, nem que seja no descampado no fim da rua! Mas desta vez, o destino será Fátima, onde poderemos fazer a Via-Sacra pelos Valinhos, numa bela caminhada a pé!

Pensamos ir de manhã ao Santuário, onde nos confessaremos e rezaremos um pouco; Depois iremos fazer uma visita às casas dos pastorinhos, claro, que é uma grande catequese de simplicidade e alegria para as crianças - e para nós; faremos em seguida um piquenique num lugar bonito perto da Rotunda Sul, e depois de almoçar e brincar, percorreremos o caminho de Jesus, pelos campos floridos, na companhia de Nossa Senhora. Levaremos connosco uma guitarra, uma Bíblia, algumas meditações, e muita alegria. Terminaremos na Capela Húngara, onde faremos a nossa oração familiar final.

 

E agora, o CONVITE: se algum dos nossos leitores e a sua família, ou alguma Família de Caná nos quiser acompanhar, sede muito bem-vindos! Não deve ser difícil localizar uma família barulhenta de oito pessoas em Fátima, ao redor do Santuário, na capela das confissões, na Capelinha das Aparições... Teremos todo o gosto em partilhar convosco o Caminho Sagrado, a nossa oração, as nossas gargalhadas - e a nossa merenda!

 

 

(Imagem retirada do site oficial do Santuário de Fátima)

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publicado às 07:00

Os espinhos

por Teresa Power, em 10.03.14

Ontem, domingo, reservámos quinze minutos da nossa tarde para fazer a Via-Sacra no Santuário. Queríamos que os meninos contemplassem cada imagem, aprendendo assim a meditar na cruz de Jesus. Pensámos também que, fazendo a Via-Sacra na igreja, teríamos menos motivos para distracções. Bem, em relação a este ponto estávamos completamente errados: os nossos filhos estão tão à-vontade no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, que correm por entre os bancos como se estivessem em casa. Por segundos, pensei estar prestes a assistir a um voo da Sara directo ao chão, quando a vi em pé num banco, saltitando e batendo palmas, muito feliz... e muito longe do meu alcance! Felizmente o seu anjo da guarda estava atento e manteve-a bem agarrada ao banco enquanto nos aproximámos devagar, para não a assustar...

 

Mas estávamos certos em relação às imagens: pela primeira vez, e mesmo no meio de muita brincadeira, os mais novos escutaram toda a história da paixão de Jesus, contemplando uma a uma as imagens da Via-Sacra. O Francisco e a Clarinha, por seu lado, faziam perguntas novas e descobriam pormenores em que nunca antes tinham pensado, relacionando a História com os Evangelhos.

 

 

 

 

Quando voltámos para casa, fomos trabalhar para o jardim. O pai cortou a relva e eu e o Francisco podámos as roseiras, com a ajuda dos mais novos.

- Cuidado com os espinhos! - Ia eu repetindo, enquanto os ramos cortados se acumulavam no carrinho de mão.

Depois lembrei-me da Via-Sacra que acabávamos de rezar:

- Jesus teve uma coroa de espinhos como estes cravada na cabeça, já pensaram nisso?

A Lùcia estacou.

- Espinhos a sério? - Perguntou, muito aflita. E acrescentou: - Se Ele era tão bom, porque é que os homens não Lhe fizeram antes uma coroa de flores, como aquela que a Clarinha fez para a festa do Colégio?

O David já sabia a resposta:

- Não vês que os homens foram maus para Jesus?

Depois, devagarinho, os meninos espetaram alguns espinhos, muito ao de leve, na ponta dos dedos.

- Ui! Deve ter doído mesmo!

- Coitadinho do Jesus!

E ali ficaram um bocadinho a meditar, enquanto eu cortava mais alguns ramos. Depois, no meio de gargalhadas, regressaram à brincadeira.

 

 

 

À noite, durante a oração familiar, pediram para cantar o cântico que nos fala da coroa de Jesus, e que já mostrámos num curto vídeo aqui:

 

Dó                      Lám          Rém          Sol                     

"Por coroa, espinhos, por trono uma cruz,

        Mim           Lám             Fá       Sol            Dó

por jóias, três cravos: e és Rei, és Rei, bom Jesus!"

 

Não sei qual foi a melhor catequese  - se a Via-Sacra, se as roseiras...

 

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publicado às 08:48



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