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A história do passarinho e a assunção de Nossa Senhora

por Teresa Power, em 15.08.14

"O passarinho quereria voar para o Sol brilhante que lhe fascina o olhar. Pobre dele! tudo quanto pode fazer é agitar as suas pequenas asas; mas levantar voo, isso não está no seu pequeno poder! Que será dele? Morrerá de desgosto, ao ver-se impotente?... Oh, não! o passarinho nem sequer se vai afligir. Com um audacioso abandono, quer ficar a fixar o seu divino Sol. Nada seria capaz de o assustar, nem o vento nem a chuva; e se nuvens sombrias chegam a esconder o Astro do Amor, o passarinho não muda de lugar, pois sabe que para além das nuvens o seu Sol brilha sempre, e que o seu brilho não se poderia eclipsar nem por um instante sequer.
É verdade que às vezes  o coração do passarinho se vê acometido pela tempestade; parece-lhe não acreditar que existe outra coisa, a não ser as nuvens que o envolvem. É então o momento da alegria perfeita para a pobre e débil criaturinha. Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!..." (História de uma Alma, Ms B 5rº-vº)

 

A História de uma Alma, a autobiografia de Santa Teresinha, acompanhou-me durante toda a minha adolescência e idade adulta, e continua a inspirar a minha oração. A pequena história do passarinho, que permanece fiel mesmo quando não consegue ver o sol, sempre me fascinou. Quantas vezes me sinto como este passarinho e me pergunto: "E se não existir mesmo mais nada depois desta vida?" Mais frequentemente, a dúvida é esta: "E se Deus não cuidar mesmo de mim com amor absoluto? E se eu estiver mesmo sozinha nas dificuldades da vida? E se em vez de Providência, só existir o acaso?"

Santa Teresinha também teve estes ataques à sua fé.  Então recorro à história do passarinho, e lembro-me de que o sol brilha sempre, quer eu o veja, quer não. As nuvens escuras que tapam o sol não o fazem desaparecer, e não é porque eu não o vejo que ele deixa de brilhar. Assim também com o Senhor e o seu amor infinito e absoluto por mim... Nossa Senhora experimentou a tempestade mais dura de todas - a morte violenta de um filho - sempre de pé... As palavras de Teresinha parecem escritas para a Mãe do Céu: "Que felicidade para ela, permanecer ali, apesar de tudo, e fixar a luz invisível que se esconde à sua fé!"

 

Querem saber porque me lembrei hoje da história do passarinho? Bem, no avião, no voo de regresso, contemplei esta paisagem:

 

O sol da manhã brilhava no céu, iluminando todo o espaço e reflectindo os seus raios quentes nas nuvens alvíssimas. Mas quando passámos através das nuvens, perto da aterragem, a terra estava escura e triste... Os mais pequeninos não cabiam em si de espanto! 

 

"Se o teu coração te acusar, não desanimes, pois Deus é maior do que o teu coração." (1Jo 3, 20)

 

A solenidade da Assunção de Nossa Senhora diz-nos que sim, que para lá de todas nuvens, o sol brilha sem cessar. O seu "voo já alcançou a luz sem ocaso. O nosso também a alcançará...

 

(A terna Mãe de Caná, feita em feltro pela Clarinha)

 

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publicado às 06:35




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