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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Este ano, os horários da ginástica da Clarinha vieram complicar o nosso horário de oração. Saindo de casa às sete da tarde e regressando às nove, a Clarinha está fora exactamente durante o nosso tempo de oração familiar, e isto três vezes por semana. Houve assim necessidade de reajustar a nossa vida de oração, porque não faz sentido rezarmos em família sem ela.
Tentámos várias coisas, e fomos experimentando vários horários. Parece-nos finalmente que acertámos: nos dias em que a Clarinha tem ginástica, rezamos o terço às seis e meia da tarde, ou seja, assim que o pai chega a casa e antes da Clarinha sair. Depois do jantar fazemos a nossa costumada oração cantada e dançada e contamos uma história da Bíblia, antes de deitar os mais novos, sem a Clarinha; e por fim, quando a Clarinha regressa às nove da noite, fazemos a meditação das leituras da missa diária, com o pai e a mãe, o Francisco, a Clarinha, o David e a Lúcia. Como o terço já foi rezado antes, a Lúcia e o David não atrasam demasiado a sua hora de dormir, que costuma ser as nove da noite. Complicado? Para nós já foi assumido e resultou!
Três dias por semana, portanto, o António e a Sara estão connosco durante a recitação do terço. E como são muito barulhentos, precisámos de encontrar forma de os “silenciar” para rezarmos com a concentração necessária. Na nossa biblioteca familiar encontrei algumas Bíblias ilustradas, e ofereci-lhas. O António folheou a sua com imensa atenção.
- Qual é a história do terço hoje? – Perguntou, antes de começarmos.
- Hoje são os Mistérios Dolorosos, portanto, a história é aquela em que Jesus morre por nós – Respondi-lhe.
A Clarinha, solícita como sempre, apressou-se a procurar na Bíblia ilustrada do António as imagens correspondentes. E durante toda a oração, o António manteve o olhar absorto no livro, contemplando as imagens da flagelação, da coroação de espinhos, do caminho da cruz, da crucifixão. Sem o saber, o António estava a fazer oração de contemplação ao ritmo das Avé-Marias, que é afinal a grande maravilha do terço...
Quando terminámos, muito sério, perguntou-me:
- Posso ficar com esta Bíblia só para mim? – (Os meus filhos adorariam ter alguma coisa “só” para eles…)
- Não, António, mas pode ser só tua durante a oração do terço – Expliquei. – Amanhã, quando rezarmos os Mistérios Gloriosos, eu procuro a história na tua Bíblia outra vez.
Ele sorriu, muito feliz com o acordo. E nós também sorrimos felizes com o nosso novo acordo de oração…
Encontrar tempo para a oração será sempre uma prioridade. É preciso rearranjar horários, procurar soluções criativas, contornar obstáculos? Façamo-lo! Contente com o nosso esforço, Deus dá-nos sempre a multiplicar...
“Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será acrescentado.” (Mt 6, 33)