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A oração do caminho

por Teresa Power, em 27.09.14

Assim que comecei a trabalhar como professora, comecei a fazer longas viagens de carro a caminho das mais diversas escolas, dispersas por montes e vales no distrito de Aveiro. Neste momento, a distância mais longa que tenho de percorrer demora apenas quinze minutos. Com excepção de um ou outro tractor, não encontro trânsito, e delicio-me a contemplar as vinhas a perder de vista, o recorte do Caramulo no azul da distância, a torre do meu querido Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora. São assim quinze minutos tranquilos, que me permitem fazer a ponte entre a casa e a escola, deixando para trás no meu espírito uma ou outra, conforme a direcção da minha viagem.

 

Já me dei conta de que estes quinze minutos podem ser um perfeito desperdício se eu deixar a minha mente seguir atrás de qualquer borboleta imaginária e dispersar-se no nevoeiro das ideias. S. Paulo escreveu ao seu querido discípulo Timóteo:

 

"Evita as vãs conversas profanas" (1Tm 2, 16)

 

E eu sou bem capaz de ter "vãs conversas profanas" comigo própria durante quinze minutos de viagem! Por isso, e porque o meu tempo vale mesmo muito mais do que ouro, faço um esforço para me manter atenta ao essencial, transformando estes quinze minutos de estrada em quinze minutos de oração. E para que estes quinze minutos sejam mesmo de oração, e a minha mente "hiperactiva" não tente escapar, eu rezo em voz alta. O som das palavras nos meus próprios ouvidos não me dá espaço para as tais "vãs conversas profanas"!

 

Primeiro canto e louvo ao Senhor, agradecendo-Lhe por ser quem é, por me amar, por me dar a vida, pela natureza em redor, pela minha família e pelos meus alunos e amigos. Depois, peço a bênção do Senhor para aqueles com quem me vou encontrar durante o dia - em especial se me espera uma turma problemática ou barulhenta! Rezo também pela minha família, por todas as Famílias de Caná, todos os meus amigos, conhecidos ou não, e todos os que sofrem no mundo.

Finalmente, rezo um mistério do terço, entregando a Nossa Senhora os meus problemas e todos os problemas do mundo. Rezando o terço em voz alta, saboreio com o coração cada palavra, e deixo que a alegria do Evangelho - "Alegra-te, ó Cheia de Graça!" (Lc 1, 28) desça até ao mais profundo do meu ser. O terço é, por excelência, a oração dos caminhantes, e cada conta, um passo dado em direcção ao Céu. Medindo as distâncias em Avé-Marias, tudo em mim se vai aquietando e pacificando, até nada mais restar que a vontade de Deus. Geralmente, é então que chego ao meu destino...

 

 

 

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publicado às 06:51




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