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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Ontem tive um dia de aulas particularmente difícil, distribuído por três escolas diferentes (todas do mesmo agrupamento). Das 15h30 às 17h dei aulas à turma do Curso Vocacional, a que já me referi várias vezes, composta por alunos muito, muito problemáticos. Entraram na aula extremamente agitados, provocando-se e acusando-se mutuamente, escondendo as mochilas uns dos outros, atirando estojos pelo ar, enfim, uma sequência de atitudes que só quem é professor (sim, só mesmo quem é professor) consegue imaginar. A escalada de mau comportamento foi de tal ordem, que depois de marcar algumas faltas disciplinares vi-me forçada a chamar o Director para controlar a agressividade de alguns destes alunos para com os seus pares. A certa altura, apeteceu-me chorar e fugir, e como não estava em posição de tomar nenhuma dessas atitudes, optei pela única que me restava:
"Nós, Jesus, Tu e eu. Ajuda-me, por favor, a manter a ordem nesta sala. Já falta pouco tempo... Nós, Jesus, Tu e eu."
Quando saí da sala, senti a tentação terrível da tristeza. Entrei no carro, respirei fundo e conduzi até ao colégio para recolher os meus seis filhos. Eu sabia que precisava urgentemente de "desligar o botão" de professora e "ligar o botão" de mãe, e que só tinha cinco minutos para o fazer - o tempo que demoro entre a minha escola e o colégio. Rezei uma Avé-Maria muito pausadamente, entregando o fardo pesado a Nossa Senhora, e depois lembrei-me do belíssimo diálogo entre S. Francisco e Frei Leão:
Depois de perguntar a Frei Leão em que consiste a verdadeira alegria, e de sugerir as mais convincentes respostas - a posse de toda a ciência, o perfeito conhecimento das Escrituras, a capacidade de fazer milagres - S. Francisco conclui que a verdadeira alegria está, pelo contrário, na cruz. Deus deu-nos tudo o que possuímos, todos os dons que usamos para O servir; mas a cruz que carregamos é o dom que nós fazemos a Deus. Como diz S. Paulo:
"De bom grado prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Por isso me comprazo nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte." (2Cor 12, 9-10)
Descobri este texto de S. Francisco num novo blogue de uma Família de Caná, que hoje vos quero apresentar. Visitem-no e leiam o diálogo entre S. Francisco e Frei Leão, que vale mesmo a pena!
Conheço a Lurdes e a Cândida desde que viemos morar para Mogofores, há oito anos. A Cândida tinha então seis anos e pertencia ao meu grupinho de catequese. Com os seus olhos vivos e ouvidos bem atentos, a Cândida esforçava-se por praticar tudo o que aprendia na catequese, e vinha orgulhosamente contar-me as suas conquistas a cada sessão. Alguns anos mais tarde, a sua mãe tornou-se também catequista, e desde então a nossa amizade cresceu. No blogue, elas contam como se deu o seu encontro com as Famílias de Caná, e falam-vos de alegria. Da verdadeira alegria, que a Lurdes e a Cândida descobrem no meio dos espinhos com que muito da sua vida é tecida... Tenho o enorme prazer de vos apresentar Uma Caminhada a Duas. Leiam, que não se vão arrepender!
(A Cândida com a cruz às costas, no reencontro das Famílias de Caná no Buçaco)
Ah, quando à alegria... Assim que os meninos entraram no carro, confesso que não tive outro remédio senão oferecer a Jesus o episódio da escola e deixá-lo aí mesmo, nos braços do Senhor! É o que faz ter filhos para criar