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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Na quarta-feira depois de almoço fui rapidamente ao Continente, para comprar uns sumos e uns bolinhos para a festinha do António, nessa tarde. Eu ia realmente cheia de pressa, com passos rápidos, quase a correr (sim, eu corro muito o dia inteiro...). Por isso, foi com surpresa que literalmente esbarrei com um monstruário à entrada da loja, no local de passagem. Forçada a parar a minha marcha, debrucei-me para apanhar do chão o que fizera cair: pacotes de preservativos. Primeiro fui assaltada por um pensamento de espanto: que faziam os preservativos à entrada da loja, a barrar-me a passagem, longe do local de produtos de higiene? Depois lembrei-me que estávamos em véspera do dia de S. Valentim. Tudo explicado!
Ou não... Que têm os preservativos a ver com o Dia dos Namorados? Será que os tempos mudaram, e com eles, os valores? Os meus alunos não usam a palavra "namorar". Para eles, é "andar" ou "curtir". Lembro-me de uma aula há dois anos, com a minha direção de turma de nono ano, num dia em que falávamos das aulas de Educação Sexual que tinha programado:
- Ó professora, educação sexual não! Nós já sabemos tudo sobre o pimba-pimba!
Lembro-me também do espanto de uma menina de dez anos, que acompanhava a mãe a um encontro festivo do grupo de preparação para o matrimónio. A mãe, minha amiga, era uma das orientadoras do curso.
- Mãe, tens a certeza de que estes senhores e senhoras estão a preparar-se para casar? - Perguntava ela.
- Sim, querida, tenho. Agora vai brincar.
- Mas tens mesmo a certeza? - Insistia a menina.
- Já te disse que sim, filha! Vai brincar! Porque perguntas isso tanta vez?
- É que, mãe, todos estes senhores e senhoras têm aqui os filhos! Se vão casar, como é que já têm filhos?
O Francisco está a crescer. De vez em quando, conversamos sobre o tema do namoro. O namoro não é um estado de vida, como o matrimónio ou o celibato. O namoro é por natureza um tempo de passagem, uma ponte entre a amizade e o casamento. A ninguém passaria pela cabeça acampar sobre uma ponte! As pontes são por natureza locais de passagem, que ganham o seu valor das margens que unem.
O namoro é uma ponte. Como tal, não deve ser demasiado longo, porque o cansaço levaria à tentação de acampar ali mesmo. Vale mais prolongar o estádio de amizade anterior, ou apressar o casamento, do que arriscar ter de acampar a meio da ponte.
O namoro é uma ponte. Será possível viver a castidade durante o tempo de namoro? Não só é possível, como é essencial. A castidade ("O que é isso, professora?") é uma virtude que deverá acompanhar a vida inteira, e não apenas o tempo de namoro. Um casal que queira viver a sua sexualidade com verdade, planeando naturalmente a sua família, precisa de estar bem treinado na castidade. Algumas situações de doença de um dos esposos ou de gravidez de risco serão ocasiões em que este treino surgirá como uma estrela luminosa, capaz de fazer crescer o amor em vez de o destruir.
O casal de santos de que falei aqui, Giovanni e Rosetta, fizeram um voto, que cumpriram, de na primeira noite de núpcias dormirem separados, para a oferecer a Nossa Senhora rezando, isto depois de um longo namoro passado sem nunca se terem encontrado a sós (p. 151, Esposos e Santos). Loucura? Não: grandeza de alma, magnanimidade!
- Se tu me amas, prova-mo - Dizem os jovens uns aos outros, cheios do seu ego, com as emoções à flor da pele.
Sim, é preciso provar que se ama - que se ama o outro pelo que ele ou ela é, e não pelo que ele ou ela me dá.
Se me amas, espera por mim... Estende-me a mão e atravessemos juntos esta ponte, para na outra margem podermos construir a família que Deus sonhou para nós!
Conhecem Laranja-Lima, do Padre Zézinho? Escutem então... Está na hora de arrancar com os Noivos de Caná, ou os Namorados de Caná...
"Senhor, não é por luxúria que recebo, como esposa, Sara, minha irmã. Faço-o com o coração sincero. Digna-te ser misericordioso comigo e com ela, e conceder-nos que envelheçamos juntos. Ámen!" (Tb 8, 7)
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