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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Mãe, não tenho meias!
- Já viste no cesto da roupa lavada?
- Já, e na gaveta também.
- Vai buscar um par à gaveta do mano... SARA! Que estás a fazer?
Um frasco de pomada aberto sobre o tampo da sanita, a Sara besuntada de alto a baixo.
- Quero creme...
- Sara, estavas tão bem vestida para ir à escolinha! E agora? Clarinha, mudas-me a Sara por favor?
- Assina este papel, mamã, se faz favor!
- Que papel, David? A esta hora da manhã? Não podias ter-me dado isso ontem? Hã? Diz aqui que precisas de levar dois euros... Dois euros! Niall, tens aí alguma moeda? Ai, onde vou eu encontrar dois euros agora?
- Bem, com tanta confusão eu vou indo de bicicleta. Até logo!
- Até logo, Francisco! Meninos, despachem-se, estamos atrasados!
- Mãe, diz à Sara para me obedecer! Não consigo penteá-la!
- Mas, Clarinha, também não é preciso fazeres uma trança tão bem feita a esta hora. Despachem-se! António, que estás tu à procura?
- O meu carrinho! QUERO LEVAR O MEU CARRINHO PARA A ESCOLINHA!
- Levas amanhã. Anda, vem para o carro! Por favor não chores, António...
Entramos no carro a correr. Já passa das oito horas.
- Todos têm mochilas? Lanches? Casacos? Sapatos? Vejam se está alguém de pantufas... Não? Ótimo. Vamos então... Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen!
A caminho do colégio, é hora de rezar. Mas primeiro, é preciso acalmar um bocadinho, pedir desculpa pelo tom mais elevado ou por aquele puxão no braço para controlar uma birra.
- "... Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte!"
Agora. A-GO-RA. Agora, eis a única realidade que me é dado viver. O ontem já lá vai, confiado à misericórdia do Senhor; o amanhã pode nunca chegar. Agora é hora de ser santo, de ser santa. Agora é hora de trabalhar o meu carácter, dominar a irritação, sorrir, perdoar, pedir desculpa, dizer obrigado. Agora, mesmo com pressa, mesmo que não venha nada a propósito, mesmo que apeteça dizer - agora não, depois! - porque o agora não espera, e muitas vezes não vem a propósito, e geralmente não apetece... Agora, e não quando os filhos crescerem; agora, e não quando tiver tempo; agora, e não quando a minha rotina for mais fácil; agora... Respiro fundo, e o meu pensamento descansa na repetição desta palavra: "Agora... agora... agora..." Ao serão, durante a oração familiar, irei repeti-la cinquenta vezes. Por cinquenta vezes pedirei a Nossa Senhora que reze por mim ao seu filho Jesus, e que o faça AGORA.
Chegamos ao Colégio. Já estamos todos calmos e sorridentes, depois da correria da manhã. Abro as portas do carro, e à medida que saltam para o pátio, dou-lhes um beijo e desenho-lhes uma cruz na testa. Depois, sigo viagem até à minha escola. Como será o nosso dia? Difícil, fácil, luminoso, aborrecido...? Que importa, afinal? A-GO-RA. Um momento de cada vez. Se começar já a pensar na aula que vou ter às onze horas, talvez entre em modo de angústia; e se me lembrar que hoje o Niall não vem jantar e terei de me ver sem a sua ajuda, sinto-me imediatamente cansada. Mas agora estou simplesmente a conduzir no meio do trânsito...
"Não vos preocupeis com o dia de amanhã. Amanhã terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu cuidado!" (Mt 6, 34)
Basta a cada agora o seu cuidado... De agora em agora, chegará um dia o momento da minha morte. Então, de mãos dadas com Maria, estarei pronta para a festa da eternidade.
Obrigada, Senhora mais brilhante do que o Sol, por em Fátima nos teres pedido que rezássemos o terço todos os dias. Que seria eu sem esta oração? Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen!