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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O dia de anos do António começou muito cedo. Seis horas da manhã, e já cantavam galos e meninos! Feliz, o António abria presentes e recebia abraços. Ena, as figurinhas do Jake e dos Piratas! Ah, e balões, que prenda magnífica! E tanto papel de embrulho para espalhar por todo o lado... Na cozinha havia croissants e pães com chocolate. E sobre a banca, o bolo que a Isabel fizera, pronto para ir para a escola.
Como nas tardes de quarta-feira não tenho aulas, o aniversário do António foi especial: na escolinha, os seus amigos cantaram os parabéns e partilharam o bolo; e logo depois do lanche, fui buscar o António e mais quatro amigos, para continuarem a festa cá em casa. Foi a primeira vez que o António festejou o seu aniversário com amigos da escola, e estava tão feliz!
Eu confesso que estava desejosa de conhecer mais de perto os seus amigos. Recordo as festas de anos do Francisco e da Clarinha, quando eram assim pequeninos... Ainda ontem me cruzei com um dos amigos do Francisco, que costumava vir aqui brincar nas festinhas e a quem tive de consolar mais do que uma vez, sentando-o ao meu colo por alguém lhe ter tirado um brinquedo. Ontem tive de olhar para cima para o poder cumprimentar... Meu Deus, como o tempo passa, e como eles crescem! As amigas da Clarinha estão altas e bonitas. Continuam a vir cá a casa, mas já não brincam com as bonecas: agora dançam no quarto, ou vão juntas dar um passeio de bicicleta.
O David tem grandes e bons amigos, que vêm cá brincar de vez em quando. Também já conheço as amigas da Lúcia, e elas também já conhecem a nossa casa, com tudo o que lhe pertence - os cães, os gatos, as galinhas, o barulho, a confusão.
Ontem fiquei a conhecer os amigos do António, de quem ele já falava há muito tempo. E pude observá-lo a brincar, a ser generoso, a zangar-se, a sorrir, a partilhar, a gerir emoções e pequenos conflitos...
- Vai chamar o teu primo - Diz um dos amigos, filho único.
- Não é primo, é mano - Responde o António.
- Mano? E o outro também? - Pergunta, admirado.
- Sim, são todos manos!
- Vou ver bonecos - Diz-me outro menino, entrando disparado na sala e procurando qualquer coisa com o olhar. - Onde está o comando?
- Nós não vemos televisão cá em casa senão ao fim-de-semana - Respondo, sorrindo.
- Então com que é que brincam?
- Com os bonecos de brincar, não de ver. Já viste a coleção de animais do António? Vem que eu mostro-te!
O António e os seus amigos irão crescer. Qualquer dia deixo de conseguir pegar-lhes ao colo ou intervir nas suas disputas. Alguns irão afastar-se, outros permanecerão fiéis, novos amigos se lhes juntarão. Como os irmãos, também o António terá de aprender a construir amizades, o que não é assim tão fácil! Agora está apenas a dar os primeiros passos.
Para se ter um amigo, é preciso reconhecer, antes de mais, que não se é o centro do mundo. E alguns meninos, habituados ao primeiro lugar dentro da sua família - idolatrados, mas não necessariamente mais amados - irão descobrir isso demasiado tarde...
Os amigos dos nossos filhos são um pouco também nossos filhos. Damos-lhes o lanche, abrimos-lhes a porta da nossa casa e da nossa vida, e oferecemos-lhes a gratidão que sentimos por quererem bem aos nossos. A vida sem amigos torna-se tão triste e vazia! Bem diz o Senhor:
"Um amigo fiel é uma poderosa proteção:
quem o encontra, encontra um tesouro."
(Ecl. 6, 14)
Abençoa, Senhor, os amigos dos meus filhos e os meus amigos! Que eles Te encontrem na luz da nossa amizade...
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