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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Entre as quatro e meia e as oito e meia da tarde, não faço praticamente mais nada do que tomar conta da Sara. Ou melhor: faço milhares de coisas, mas tenho de as fazer enquanto tomo conta da Sara, sem lhe tirar a vista de cima um segundo sequer. Vou mostrar-vos porquê. Ora reparem na sequência:
E cenas como esta repetem-se a cada dois segundos. Sofás, mesas, cadeiras, tábua de passar a ferro, guitarras, brinquedos e até os cães funcionam para a Sara como óptimos escadotes, por onde ela trepa até alguém lhe lançar a mão e a fazer descer de novo. Se nos distraímos por um segundo sequer, aí vai ela direitinha ao chão! Já abriu o lábio, já bateu com a cabeça, já deitou sangue do nariz, e já foi apanhada no ar, em pleno voo, pelo Francisco, que se lançou no chão como um guarda-redes a agarrar a bola em frente da baliza - só que a "bola" era, claro, a cabeça da Sara! Enfim, pequenos acidentes sem consequências a manter-nos em alerta máximo. Resta-nos o consolo da experiência, que nos diz que em breve esta fase passará e poderemos respirar com algum alívio!
- Será que damos tanto trabalho a Deus como a Sara a nós? - Perguntou-me o Niall uma destas noites, quando descansávamos no sofá depois de todos se deitarem. Dei uma gargalhada:
- Talvez demos ainda mais trabalho a Deus... Passamos a vida a fazer disparates, a tomar as decisões erradas, a falar sem pensar, a agir sem rezar... Tal como a Sara, também nós fazemos birra quando Deus, no seu amor, nos coloca de novo no nosso lugar! E tal como a Sara, a maior parte das vezes nem sequer nos damos conta do perigo que corremos, e do quanto devemos ao amor do nosso Pai! De vez em quando, lá "rachamos o lábio" ou "batemos com a cabeça", mas nada de muito grave... Não admira que Deus confie cada um de nós a um anjo-da-guarda, pois sem ele, dificilmente encontraríamos o caminho para Casa! Quantas vezes o nosso anjo-da-guarda "se atirará ao chão", como um guarda-redes e como o Francisco naquela tarde? Ah, só no céu saberemos...
Diz o salmo 91 (90):
"Tu que habitas sob a protecção do Altíssimo
e te refugias à sua sombra,
diz ao Senhor: «Tu és o meu refúgio e fortaleza,
o meu protector, em quem confio!»
Pois Ele te livra do laço do caçador
e da peste maligna.
Ele te cobre com as suas plumas,
e debaixo das suas asas te refugias!
Sua fidelidade é um escudo e uma armadura.
Não temerás o pavor da noite,
nem a flecha que voa de dia,
nem a peste que ronda no escuro
nem a epidemia que devasta em pleno dia (...)
Pois aos seus anjos dará ordens a teu respeito
para que te guardem em todos os teus caminhos..."