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As macieiras e a Imaculada Conceição

por Teresa Power, em 30.11.15

- Mamã, se não fosse o pecado das macieiras, agora vivíamos no paraíso?

- O quê?

- O pecado das macieiras! Sabes, aquela história da Bíblia!

Gargalhada geral. Estamos na hora da oração e da catequese familiar diárias, e falávamos da guerra do mundo e da paz que Jesus quer trazer a todos os homens de boa vontade.

- Quem te disse que eram macieiras? Na Bíblia só fala em árvore de fruto!

- Vá, não gozes, responde-me!

Ficamos mais sérios. É preciso responder... Todos olham para mim, com muita curiosidade. Eu também estou curiosa, claro! Como posso eu falar de pecado original a uma criança de nove anos? Bem, pelo menos o dogma do pecado original é o dogma mais simples de comprovar. Basta olhar à nossa volta para entender que o pecado nos é anterior, que o pecado atinge todas as pessoas nas suas consequências como uma onda que, na praia, engole justos e injustos. Os atentados de Paris e as guerras do mundo inteiro estão aí como sinais evidentes do poder do mal.

 

- David - Começo - a origem do mal é um mistério muito grande, que ninguém pode explicar totalmente. Mas a grande notícia é que já conhecemos o fim da história! Vês a Bíblia? Eu já li o fim do livro. O fim do livro diz que a paz vai triunfar, que Jesus vai ser aclamado Rei por toda a Terra. O Advento não recorda apenas a vinda de Jesus, há dois mil anos atrás; é também a nossa preparação para a sua vinda em cada dia, na Igreja, e para a sua vinda no fim dos tempos, esses tempos que Deus já visitou e que nos promete serem felizes! A Bíblia, David, é um livro com um final feliz!

O David, que tem alguma tendência para o medo, parece mais descansado.

- Mas se não fosse a história das macieiras...

- Se não fosse o pecado de Adão e Eva, não teríamos tido a história maravilhosa de Maria e de Jesus. Logo no início da Bíblia, Deus promete-nos Maria e Jesus para que Eles possam vencer o mal na nossa vida. Ora lê:

 

"Farei reinar a inimizade entre ti (a serpente) e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mordê-la no calcanhar." (Gn 3, 15)

 

- Há uma oração muito antiga que diz: "Bendito o pecado de Adão, que nos mereceu um tão grande Redentor!" Sabes, David, se Deus não fosse capaz de fazer o bem triunfar, não teria permitido o mal! Deus é capaz de tirar o bem mesmo do que é mau. Da humanidade pecadora, Deus foi capaz de fazer surgir Maria, sem qualquer mancha de pecado...

- É por isso que dizemos que Maria é conseguida sem pecado?

- Lúcia, quantas vezes te dissemos que não é conseguida, mas concebida?

- Não é a mesma coisa?

- Não: concebida quer dizer que Maria foi formada totalmente pura já na barriga da sua mamã.

- Ah!

 

Luís e Zélia Martin, pais de santa Teresinha, recentemente canonizados em conjunto, rezavam diariamente em família diante de uma belíssima imagem de Nossa Senhora das Vitórias. A Imaculada Conceição é verdadeiramente a grande vitória do povo cristão, Aquela que nos oferece a vitória divina do bem sobre o mal. Num dia treze de maio, muito tempo antes de Fátima, esta imagem sorriu a Teresinha, curando-a milagrosamente da sua doença. Desde então tem sido venerada como a Virgem do Sorriso:

adoração-oração-rezar-reza-grupo-alençon-vida

 

Nossa Senhora do Sorriso.jpg

                  (imagens tiradas da net)

Lembrei-me do sorriso de Maria perante esta divertida catequese familiar que tivemos. Certamente que, no céu, escutando a nossa conversa sobre macieiras, Maria nos sorri e nos abraça com carinho, enquanto esmaga a seus pés o nosso pecado!

 No ano passado compus uma novena bíblica para prepararmos juntos o grande dia da Imaculada Conceição. Deverá começar hoje, dia 30 e terminar no dia 8. Querem voltar a fazê-la connosco? Aqui fica pois, com a promessa da nossa oração por todos vós nestes dias santos. E que a Senhora do Sorriso nos ajude a vencer sempre o mal com o bem, a guerra com a paz, o ódio com o amor! Novena da Imaculada Conceição.pdf

Esta semana ainda, fica prometido um post sobre o nosso Canto de Oração de Advento...

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publicado às 06:00


5 comentários

De Patrícia C. a 30.11.2015 às 10:44

Olá Teresa,

Por acaso já algum tempo que ando para vir aqui (ou ao mail, mas aqui talvez outros leitores possam também conversar sobre isto) falar sobre "o mal", ou "a guerra", na sequência dos atentados em Paris. Tenho pensado muito sobre isto, sobre o(s) mal(es) do mundo, sobre como pessoas "como nós" podem cometer actos tão bárbaros e cruéis, aparentemente de forma gratuita (eu sou daquelas pessoas que não acredita que o façam em nome de um Deus). Onde se perdeu a humanidade delas? Se Deus é amor, então o que se passa com estas pessoas?

E, principalmente, qual pode ser a nossa resposta, admitindo que somos pessoas "do bem" (espero que não seja demasiado presunçoso o que estou a dizer, mas de facto considero-me uma pessoa "de bem", no sentido em que, penso eu, não faço deliberadamente mal às outras pessoas)? Parece-me que só se pode combater "o mal" reforçando o nosso bem, reforçando o Bem em geral, reforçando o amor, reforçando a compaixão, reforçando, no fundo, a nossa humanidade.

Diz no seu post, que o pecado (será que posso fazer equivaler pecado a "mal"?) nos é anterior e que todos nós somos seus "herdeiros" de alguma forma. Faz-me todo o sentido tanto no "geral" como no "particular" desta questão específica (do ISIS). Com macieira ou sem macieira ( a nossa família é Pereira, espero que não fosse uma pêra ;) ), nascemos "nele", imersos nele de alguma forma. Apesar do tal final feliz da Bíblia, custa a crer que efectivamente, como humanidade e em vida, caminhemos para uma era de amor, para aquilo que refere como o reinado de Jesus.

Como é que a Teresa enquadra estas questões na sua prática (individual ou familiar) quotidiana?

Peço desculpa pelo grande comentário, mas de facto tem sido uma reflexão que me tem acompanhado nos ultimos tempos e que gostava de partilhar. Obrigada!

Um beijinhos para todos!

De Teresa Power a 01.12.2015 às 13:48

Olá Patrícia! A questão do mal e do pecado é tão complexa, tão misteriosa, que tudo o que eu sei sobre ela é o que escrevi neste e noutros posts (penso que encontra outros relacionados com a semana santa do ano passado, se bem me recordo). Como enquadrar isto na nossa vida? Como enquadrou Jesus? Ofereceu o rosto a quem Lhe batia, ofereceu as costas, os pés, as mãos, o coração, e morreu na cruz. Jesus não explicou nada, apenas assumiu o mal na sua vida, para o transformar em bem, através do ato de amor mais profundo da história. O nosso bem, os nossos atos de amor, terão sempre mais poder do que todo o mal unido do mundo. Cada gesto de amor pode salvar, e de facto salva o mundo! Voltaremos a falar nisto em breve, quando falar da nossa preparação deste advento :) Bjs

De Bruxa Mimi a 30.11.2015 às 18:10

Segue-se comentário mais ou menos parvo: por que razão gostarei eu tanto de ouvir as palavras trocadas (como "conseguida" em vez de "concebida") das crianças, tanto minhas como dos outros?

De Teresa A. a 01.12.2015 às 13:08

Bruxa Mimi, nao está sózinha.
Eu também gosto imenso, tanto das dos "meus" como das dos "outros".

E entao quando eles inventam expressoes?
A minha sobrinha, quando era pequenita, viu a chaminé de uma central termoelectrica a deitar "fumo" e disse que era uma fábrica de nuvens. Achei o máximo!

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