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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Uma das coisas mais bonitas que têm acontecido neste blogue é a amizade. Ela nasce virtual, mas depois cresce, amadurece e torna-se real. Foi assim com o Serge, a Rute e os seus três pequeninos, que depois de nos "conhecerem" virtualmente no blog vieram fazer a experiência do retiro para Famílias de Caná. Entre nós nasceu uma belíssima amizade, que já não precisa do blogue para se alimentar. E é assim que vai acontecendo também com outros leitores, que esperamos encontrar em breve num próximo retiro para Famílias de Caná (fiquem atentos!).
De uma destas nossas grandes leitoras, chegou-me ontem aos comentários do blogue esta belíssima história. Foi retirada de um livro, que aqui indico como sugestão de prenda de Páscoa para filhos e afilhados: Parábolas sobre a Fé de Darlei Zanon (Editora Paulus Brasil 2005). É um pequeno livro com 23 parábolas e tópicos para meditação. Obrigada, Olívia, pela partilha!
As três árvores
Diversas coisas que acontecem na natureza parecem um acaso, mas podemos sempre tirar boas lições delas. O destino de algumas árvores, por exemplo.
Havia três árvores que sonhavam com o seu destino após serem cortadas e levadas da floresta. Uma delas a olhar para o céu, viu as estrelas e disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Faria tudo para isso acontecer.
A segunda árvore olhou para o riacho que corria ali perto e até podia senti-lo nas suas raízes e disse:
-Eu quero ser um grande navio. Quero transportar reis e rainhas nas suas demoradas viagens. Por fim a terceira árvore manifestou-se dizendo:
- Quero ser uma torre no alto da montanha. Quero crescer tanto que as pessoas ao ver-me, levantem os olhos e pensem em Deus.
Passados alguns anos a vida continuava normal e as árvores estavam sempre a pensar no futuro que as aguardava. Certo dia vieram alguns lenhadores e cortaram as três árvores ao mesmo tempo. - Chegou o dia! - pensaram.
Contudo, lenhadores e árvores não falam a mesma língua. Por isso não podiam saber qual o sonho de cada uma delas.
A primeira árvore foi usada para construir uma manjedoura de animais, coberta de feno. A segunda para um pequeno e simples barco de pesca, para carregar pescadores e peixes todos os dias. A terceira foi cortada e deixada de lado num depósito para usar no futuro. Com uma grande frustração desabafavam: - Como é que aconteceu uma coisa destas? Eu não sou nada, não tenho utilidade.
Dias depois, numa noite mais iluminada do que costume, com um ar de paz e alegria, uma jovem mulher pôs o seu bebé recém-nascido na manjedoura.
O maior tesouro do mundo estava depositado na simplicidade da manjedoura.
A segunda, depois de anos a levar pescadores pelo mar, acabou por transportar o Homem que usou o barco para uma série de milagres, que andou sobre as águas para o alcançar, que chamou os seus donos para seguirem os seus passos. Percebeu que transportou o Rei do Universo por diversas vezes.
A terceira árvore já se tinha esquecido do seu sonho. Tantas vezes abandonada, já não tinha esperança.
Todavia, um dia vieram alguns soldados e levaram-na para um monte. Ela estranhou a forma como fora pregada, em forma de cruz, mas esperou para ver o que acontecia. Trouxeram um Homem muito ferido, que mal conseguia andar e pregaram-no nela.
Soube que era um inocente condenado à morte, pela ganancia, pela incompreensão e pela dureza do coração. Como podia ser usada para condenar um inocente? Mas três dias depois sentiu uma grande alegria e realização. Soube que tinha servido como trono para o Salvador da Humanidade e que seria sempre lembrada como símbolo da Salvação.
Cada vez que alguém olha para ela sente a presença de Deus.
A Olívia disse que, na sua casa, se vai meditar nesta história num destes serões da semana santa. Vou contá-la hoje aos meus filhos também!
Como ilustração, deixo-vos uma fotografia que a Marina me enviou. A Marina e a sua família são também uma Família de Caná empenhada, e nesta quaresma arriscaram construir o crucifixo de molas de madeira que sugeri há uns tempos. Está ou não está bonito?