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Batei e abrir-se-vos-á

por Teresa Power, em 18.11.14

No domingo, uma hora antes da nossa oração de adoração paroquial, o telefone tocou. Era uma Família de Caná, pedindo-me orações insistentes e imediatas. Sabiam que eu, o Francisco e a Clarinha iríamos estar em oração nessa noite, como todos os domingos, e queriam que batêssemos à porta do céu. Assegurei-os da nossa oração de intercessão, que é também de acção de graças por esta família, capaz de se manter fiel ao Senhor no meio das mais tenebrosas tempestades da vida.

 

Durante a oração, enquanto batia à porta do Coração de Jesus, lembrei-me de um episódio muito bonito da vida da beata Ana Maria Javouhey, de quem vos falei neste post:

 

Ana Maria era muito jovem, mas já se sentira chamada a espalhar a Boa Nova junto dos mais pobres e necessitados. No meio das maiores dificuldades, governava uma modesta casa e escola para orfãos, onde acorria cada vez maior número de crianças.

Um dia, ao entrar na despensa para orientar a preparação do jantar, Ana Maria deu-se conta de que não havia absolutamente nada para servir às crianças. Nem uma pequena alface... As suas companheiras sentiram a tentação de desistir. Porquê passar fome e sofrer tanto no serviço do Reino, quando podiam simplesmente regressar à casa paterna?

Mas Ana Maria nunca foi mulher de baixar os braços. Sem hesitar, saiu de casa e correu à igreja, onde entrou de rompante. Ela sabia Quem lhe podia valer! No meio das lágrimas, Ana Maria elevou a Deus a sua oração sincera: "Senhor, as crianças que vivem na minha casa não são minhas, mas Tuas. Vem em seu auxílio! Alimenta-as! Cuida delas! Elas pertencem-Te!" E depois, num gesto espontâneo e cheio de confiança, Ana Maria levantou-se, subiu os degraus do altar e bateu insistentemente à porta do sacrário: "Jesus, eu sei que Tu estás aí! Vem ajudar-nos!"

Quando regressou a casa, Ana Maria transbordava confiança. Convocando as crianças, disse-lhes que iriam rezar até à hora da refeição. As suas companheiras entreolhavam-se: refeição?

E foi nesse mesmo instante que bateram à porta: era o pai, o velho Javouhey, com uma carroça carregada de mantimentos da sua quinta. O pai de Ana Maria não conseguira ainda aceitar a vocação da filha e a sua saída de casa para viver uma vida tão difícil, e há algum tempo que não a via nem lhe falava. Que emoção! O Senhor servira-Se precisamente do pobre pai como instrumento da sua providência... Ana Maria transbordava de gratidão, enquanto a criançada se apressava a ajudar a preparar a tão esperada refeição.

clarinha Ana Maria.jpg

 (Clarinha, aos cinco anos, no papel de Ana Maria Javouhey, em oração diante do sacrário)

 

"Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á." (Lc 11, 9-10)

 

Jesus-Eucaristia aguarda a nossa visita com a impaciência do amado à espera da sua amada. Assim que começamos a rezar, Jesus cola os seus ouvidos à nossa boca, acolhendo cada palavra como uma pérola preciosíssima. Desejoso de poder satisfazer os mais profundos anseios da nossa alma, só não o fará se eles não forem o melhor para nós.  Nós somos bem capazes de estar distraídos enquanto rezamos, mas Ele não...

 

É por isso que eu sei que esta família vai receber a graça de que tanto necessita. A vós, leitores deste blogue, peço uma pequena oração cheia de fé por estes amigos, agora mesmo, antes de fecharem esta página... Rezemos hoje intensamente uns pelos outros, e a bênção do Senhor cobrirá a Terra. Ámen!

adoração 1.JPG

 

 

 

 

 

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publicado às 06:58


7 comentários

De Lurdes a 18.11.2014 às 08:28

Ámen!

De Olívia a 18.11.2014 às 08:38

Feito!
Rezarei também durante o dia, para que o Espírito Santo dê animo a essa família na sua provação.
Que Deus os ajude
Olívia

De Ana Raquel a 18.11.2014 às 10:26

a forma como a vossa família vive a fé, é de facto um exemplo! obrigado por nos ensinarem tanto.
Ana Raquel

De Anónimo a 18.11.2014 às 10:57

Já rezei. Tenho muitas dúvidas de fé, mas acredito no poder da oração e em como ela nos faz sentir irmãos, filhos do mesmo Deus.
"Pedi desculpa à mãe pela demora e disse-lhe que podia ter pedido a outro médico para ver o filho. Ao que ela me respondeu: "Não se preocupe, Doutora! Eu preferi que o meu filho fosse visto por si. Eu percebi que foi chamada a uma situação complicada e fiquei por aqui a rezar pelo menino lá de cima. Pedi muito a Deus por ele e por si. O meu que esperava o tempo que fosse preciso, mas que se salvasse o menino! Ele ficou bem?"

- Ficou, sim, obrigada por ter rezado por nós...

A sério que ainda estou comovida... "

http://beijo-de-mulata.blogspot.pt/2014/11/as-melhores-do-servico-de-urgencia-para.html#comment-form

De Teresa Power a 18.11.2014 às 12:18

Deus não olha às nossas dúvidas, apenas ao nosso amor! Bem-haja pela oração. Tenho acompanhado o Beijo de Mulata... Que belo testemunho! Talvez um dia nos encontremos nas Famílias de Caná :)
Ab e rezemos juntos!

De Nathalie Ribeiro a 18.11.2014 às 14:08

Certamente que rezarei! Que Deus abençoe a vocês e a essa família.

Abraço a todos!

De Rute Almeida a 18.11.2014 às 14:27

Não tenhamos vergonha de pedir aos outros que intercedam por nós nas suas orações. Antes pelo contrário, só nos sentiremos família se assim for... pois, na verdade só entraremos no coração de Deus se estivermos unidos. Hoje, rezo também por todas as famílias de Caná, para que perseverem na oração, para que não desanimem com as suas fraquezas e acima de tudo que tenham em vista que os sacrifícios aqui na terra nada são comparados com a felicidade eterna que o Senhor nos reserva. Desejo a santidade para todos vós! Desejo um dia, vos encontrar a todos, na eternidade. Lembrem-se de rezar também por mim e pela minha família... obrigada e um beijo apertado a todos

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