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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
No domingo, uma hora antes da nossa oração de adoração paroquial, o telefone tocou. Era uma Família de Caná, pedindo-me orações insistentes e imediatas. Sabiam que eu, o Francisco e a Clarinha iríamos estar em oração nessa noite, como todos os domingos, e queriam que batêssemos à porta do céu. Assegurei-os da nossa oração de intercessão, que é também de acção de graças por esta família, capaz de se manter fiel ao Senhor no meio das mais tenebrosas tempestades da vida.
Durante a oração, enquanto batia à porta do Coração de Jesus, lembrei-me de um episódio muito bonito da vida da beata Ana Maria Javouhey, de quem vos falei neste post:
Ana Maria era muito jovem, mas já se sentira chamada a espalhar a Boa Nova junto dos mais pobres e necessitados. No meio das maiores dificuldades, governava uma modesta casa e escola para orfãos, onde acorria cada vez maior número de crianças.
Um dia, ao entrar na despensa para orientar a preparação do jantar, Ana Maria deu-se conta de que não havia absolutamente nada para servir às crianças. Nem uma pequena alface... As suas companheiras sentiram a tentação de desistir. Porquê passar fome e sofrer tanto no serviço do Reino, quando podiam simplesmente regressar à casa paterna?
Mas Ana Maria nunca foi mulher de baixar os braços. Sem hesitar, saiu de casa e correu à igreja, onde entrou de rompante. Ela sabia Quem lhe podia valer! No meio das lágrimas, Ana Maria elevou a Deus a sua oração sincera: "Senhor, as crianças que vivem na minha casa não são minhas, mas Tuas. Vem em seu auxílio! Alimenta-as! Cuida delas! Elas pertencem-Te!" E depois, num gesto espontâneo e cheio de confiança, Ana Maria levantou-se, subiu os degraus do altar e bateu insistentemente à porta do sacrário: "Jesus, eu sei que Tu estás aí! Vem ajudar-nos!"
Quando regressou a casa, Ana Maria transbordava confiança. Convocando as crianças, disse-lhes que iriam rezar até à hora da refeição. As suas companheiras entreolhavam-se: refeição?
E foi nesse mesmo instante que bateram à porta: era o pai, o velho Javouhey, com uma carroça carregada de mantimentos da sua quinta. O pai de Ana Maria não conseguira ainda aceitar a vocação da filha e a sua saída de casa para viver uma vida tão difícil, e há algum tempo que não a via nem lhe falava. Que emoção! O Senhor servira-Se precisamente do pobre pai como instrumento da sua providência... Ana Maria transbordava de gratidão, enquanto a criançada se apressava a ajudar a preparar a tão esperada refeição.
(Clarinha, aos cinco anos, no papel de Ana Maria Javouhey, em oração diante do sacrário)
"Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á." (Lc 11, 9-10)
Jesus-Eucaristia aguarda a nossa visita com a impaciência do amado à espera da sua amada. Assim que começamos a rezar, Jesus cola os seus ouvidos à nossa boca, acolhendo cada palavra como uma pérola preciosíssima. Desejoso de poder satisfazer os mais profundos anseios da nossa alma, só não o fará se eles não forem o melhor para nós. Nós somos bem capazes de estar distraídos enquanto rezamos, mas Ele não...
É por isso que eu sei que esta família vai receber a graça de que tanto necessita. A vós, leitores deste blogue, peço uma pequena oração cheia de fé por estes amigos, agora mesmo, antes de fecharem esta página... Rezemos hoje intensamente uns pelos outros, e a bênção do Senhor cobrirá a Terra. Ámen!