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Cansados, mas santos!

por Teresa Power, em 26.11.14

- Niall, acabei de ler uma história fascinante de um casal de santos.

- É do novo livro?

- Sim, do livro que os nossos amigos nos enviaram por correio: Esposos e Santos. Posso contar-te?

- Agora? Não pode ser depois de eu lavar a louça?

- Não. Depois de lavares a louça tens de ir limpar a garagem, que os gatos portaram-se mal, e arrumar os brinquedos do jardim, que esta noite vai chover. E eu tenho de ir passar a ferro e fazer um teste para o nono ano.

- Bem, então conta lá!

IMG_6722.JPG

Giovanni Gheddo e Rosetta Franzi, que se casaram em 1928, viveram uma vida comum, de esposos e pais, em Itália. Rosetta morreu de parto com 32 anos, deixando três filhos pequeninos, e Giovanni morreu durante a Segunda Guerra Mundial, num acto de heroísmo caridoso, ao oferecer-se para tomar o lugar de um colega condenado.

Em tão pouco tempo de vida em conjunto - seis anos -, como puderam Giovanni e Rosetta alcançar a santidade, que lhes é reconhecida por todos quantos com eles conviveram?

Ambos pertenciam à Acção Católica e ambos trabalharam activamente na sua paróquia e na sua aldeia. O seu curto namoro foi vivido num clima de pureza e simplicidade invulgares. Depois de casarem, iam todos os dias juntos à primeira missa da manhã; e ao serão, rezavam o terço com os filhos e faziam a sua leitura espiritual. Os pobres e infelizes tinham lugar privilegiado nas suas atenções, e são muitas as histórias que as pessoas da aldeia contam sobre isso!

 

- Niall, o que eu te queria dizer sobre este casal é... Bem, era uma nota de esperança para ti!

- Não te estou a entender.

- Bem, vou ler-te um bocadinho do texto, escrito pelo seu filho sacerdote:

 

"Giovanni, desenhador técnico, durante o dia trabalhava muito, visitando as quintas e as aldeias vizinhas de bicicleta, mas de manhã acordava-nos às cinco e meia para nos levar à primeira missa na paróquia, que era às seis. E às sete, começava o seu trabalho nas quintas. Nós, os dois mais velhos, ajudavamos à missa, e o Mário ficava com o pai no coro, atrás do altar. Uma recordação maravilhosa daquelas missas de madrugada é que eu fora incumbido pelo pai, se ele não aparecesse, de ir ao coro chamá-lo para a comunhão, pois às vezes, ele adormecia! Vinha imediatamente e, depois da missa, ia a sacristia, pedir desculpa ao sacerdote."

 

O Niall riu-se, e eu pisquei-lhe o olho.

- Vês, Teresa, não sou só eu que adormeço a rezar! - Disse-me, divertido.

Na verdade, de vez em quando o Niall adormece enquanto rezamos o terço em família, pois tal como Giovanni, também trabalha muitas horas e viaja muito. O cansaço, por vezes, é mais forte... A partir de agora, ele já sabe quem invocar quando todos o atacarmos por se deixar adormecer!

 

Com demasiada frequência, acusamos as circunstâncias da vida moderna de não nos permitirem uma oração familiar digna do nosso nome de cristãos. O trabalho, as viagens, os horários, as actividades dos filhos, o cansaço e o direito legítimo ao descanso, tudo nos parece desculpa suficiente para não procurarmos, criativamente, formas de nos aproximarmos de Deus em família. É por isso que nos faz bem conhecer os exemplos de santidade do passado mais recente, em que o amor maior tudo tornava possível! E mesmo que passemos pelo sono durante a oração, vencidos pelo cansaço, saibamos que

 

"aos seus amigos, Deus dá o pão até durante o sono..." (Sl 127/126)

 

 

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publicado às 06:32


12 comentários

De Bruxa Mimi a 26.11.2014 às 08:11

Há esperança para mim também, que facilmente adormeço enquanto rezo...

Obrigada, Teresa, por mais esta partilha!

E são sempre tão certeiras as citações - gosto tanto!

De Bruxa Mimi a 26.11.2014 às 08:13

Volto a comentar para dizer que, ao fechar a página, reparei que o título era "Cansados, mas santos!" e não "Casados, mas santos!", como primeiro "lera"... :-)

De Teresa Power a 26.11.2014 às 08:53

É verdade, Bruxa Mimi! Se fosse "casados" não podíamos colocar o "mas" de forma alguma, uma vez que o casamento é um caminho natural de santidade! Bjs e força na oração :)

De Bruxa Mimi a 26.11.2014 às 12:46

Eu sei disso, Teresa! Mas por vezes custa a crer - daí que seja tão bom conhecer exemplos de santos que foram casados! :-)

De Elsa Valverde a 26.11.2014 às 11:40

Na semana passada estive numa livraria onde tinham este livro à venda e fiquei curiosa. Acabei por não o comprar mas depois deste post não tenho dúvidas que tenho que voltar à livraria para comprá-lo.

De João Miranda Santos a 26.11.2014 às 11:44

Que boa notícia :)
Aqui em casa é muito complicado e muitas vezes a oração é intercalada com momentos em que dormitamos os dois.

De Sónia a 26.11.2014 às 13:40

Foi com muita alegria que ao pesquisar presépios na Internet encontrei este blogue que adorei :)
Nós somos uma familia católica que também está a dar pequeninos passos para encontrar Deus todos os dias.
Gostava de fazer parte das Familias de Caná, pois tenho a certeza que seria uma mais valia para nós...
Obrigada pela partilha inspiradora!

beijinhos
Sónia

De Teresa Power a 26.11.2014 às 13:48

Bem vinda, Sónia! Obrigada pela partilha também! Juntos, ajudamo-nos uns aos outros neste caminho de santidade, que é a família cristã. Pode ser Família de Caná a partir de hoje mesmo, se começar a viver - ou a esforçar-se por viver - as Cinco Pedrinhas de Maria! E quando tiverem oportunidade, podem fazer connosco um retiro Famílias de Caná. Espero em breve anunciar o próximo no blog, esteja atenta! Um grande abraço para todos, e ficamos unidos em oração e partilha! Ab Teresa

De Sónia a 26.11.2014 às 13:55

:) obrigada!

Pode ajudar-me a perceber as 5 pedrinhas de Maria?

beijinhos

De Teresa Power a 26.11.2014 às 14:06

Sónia, pode clicar na coluna lateral direita em Movimento Famílias de Caná, onde estão descritas. E pode, naturalmente, escrever-me para o mail pessoal, que vem no fundo de cada post (ntpower@sapo.pt) e falamos mais em pormenor! Bjs

De carla a 26.11.2014 às 21:54

Uau Niall , como eu te compreendo..... As minhas viagens são noturnas entre o quarto e a sala, diariamente, a cantar canções de embalar..... Deus percebe-nos. Tb deve passar pelo mesmo de vez em quando... 😊Carla

De Teresa A. a 26.11.2015 às 13:57

Fez-me lembrar os meus avós maternos!
A minha avó fazia questao de rezar o terco todas as noites, independentemente do cansaco, que era sempre muito, porque ambos eram agricultores e trabalhavam de sol a sol...
Quando eu estava em casa deles, era "obrigada" a rezar e via como sobretudo o meu avô adormecia logo na primeira dezena. A minha avó acordava-o, depois dormitava ela... eram tao giros!
Agora, depois da minha avó morrer em 2011, o meu avô faz questao de rezar todos os dias o terco.

Saudades!

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