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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- David, hoje vais ter um encontro nos Salesianos. Tens aqui o lanche para partilhares com os teus amigos.
- Achas que os meus amigos vão estar lá?
- Alguns, seguramente! E será uma grande oportunidade para fazeres novos amigos. Vamos, que já são horas!
O David saiu para o seu encontro de crianças e pré-adolescentes, entusiasmado e cheio de expetativa. Ainda eu lhe dizia adeus à porta, e já a Clarinha perguntava:
- Mãe, vens comigo esta noite ao concerto-oração? Gostava tanto que fosses tu a acompanhar-me!
Conhecem as músicas da Claudine Pinheiro? Se ainda não, procurem no Youtube algumas, para escutar, porque vale mesmo a pena! A Claudine é leitora deste blogue quase desde o primeiro momento. Já nos encontrámos algumas vezes, não só nos encontros do E-vangelizar, mas também para fazer um belíssimo piquenique, no verão passado. Recordo com saudade os belos momentos que partilhámos no "nosso" lago no Caramulo. Sábado à noite, a Claudine teve mais um momento divino da sua magnífica missão de evangelização através da música. Por mail, convidou-nos a estar presentes, visto ser apenas a trinta quilómetros da nossa casa.
- Vens comigo, mãe? - A Clarinha mal podia esperar pelo concerto.
- Claro que vou. Anda, ajuda-me a arrumar esta casa!
O David regressou a casa ao fim da tarde, feliz, suado, transbordante de alegria.
- Estivemos na barriga da baleia, mãe!
- Da baleia? Qual baleia?
- Aquela que engoliu Jonas! Nem imaginas: o ginásio era a barriga da baleia, e para entrarmos tínhamos de passar pelos seus dentes, a sua boca aberta, bem desenhada na porta. Foi tão giro! E brincámos nos insufláveis. E vimos um filme. E rezámos, cantámos e fizemos muitas coisas!
- Muitas coisas?
- Muitas. Olha, havia uma pizza gigante para comer! Deliciosa! E trago presentes. Livros, postais...
Pouco depois, a Clarinha e eu saíamos para o concerto, rezando juntas o terço na meia hora de viagem. Foi a nossa vez de ficarmos deliciadas, coração cheio, lágrimas nos olhos. A Claudine não canta só com a voz maravilhosa que Deus lhe deu: canta com o sorriso, com os olhos, com os braços abertos, amplos, estendidos, com os gestos, com o coração. E o Miguel toca guitarra com a alma toda a sair-lhe pelos dedos. Não há palavras para descrever tamanha beleza! A pequena igreja paroquial de Valmaior estava cheia, e os aplausos foram sinceros e sentidos.
Domingo de manhã foi dia de primeira comunhão, na nossa paróquia. Vestidos brancos, coroas de flores, velas acesas, crianças. Crianças expectantes, de sorrisos nervosos, de olhar límpido. Jesus que vem e que desce a cada coração pela primeira vez. Ah, o primeiro beijo... A igreja está cheia, os adultos fazem algum barulho e há certamente muita dispersão da atenção. Mas nos corações infantis daqueles meninos e daquelas meninas, o Amado foi recebido num silêncio que nada nem ninguém conseguiu perturbar.
Depois do almoço, o grupo de discernimento vocacional Monte Horeb, de Barcelos, veio a nossa casa. A Paula conheceu-nos a partir deste blogue também quase desde o início, e desde então já nos encontrámos várias vezes, incluindo num retiro Famílias de Caná, em Castelo de Neiva. Como orientadora deste grupo, quis oferecer aos jovens a oportunidade de conhecer o dia-a-dia e a vida de fé de uma família católica, como exemplo possível de vocação matrimonial. Que grande festa foi o nosso encontro! Conversámos a tarde inteira, lanchámos em abundância, cantámos, vimos a magia do Francisco, brincámos com os novos gatinhos e, por fim, rezámos, ao ritmo natural que tem a oração familiar na nossa casa.
Caiu a noite... Já deitada, enquanto faço o meu exame de consciência, revejo os acontecimentos e a festa deste fim-de-semana: o encontro catequético do David, o concerto-oração com a Claudine, a missa festiva, os jovens do Monte Horeb... Encontros paroquiais, encontros de famílias, encontros virtuais que, pouco a pouco, se tornam reais e acontecem em Igreja...
Comunidade. Ser cristão é sempre, sempre, ser comunidade. Somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e vivemos este sentido trinitário, comunitário, desde o primeiro instante de Igreja. Ninguém é cristão sozinho, porque em Jesus, todos formamos um único corpo, o Corpo Místico, onde todos nos tornamos membros uns dos outros.
Nestes dias pascais, a Igreja tem como leitura favorita os Atos dos Apóstolos, recheados de histórias e aventuras comunitárias. Aí lemos que, apesar de todos os problemas e pecados das primeiras comunidades - tão semelhantes aos problemas e pecados das nossas, e das de todos os tempos - os primeiros cristãos eram já imagem e semelhança deste Deus Trinitário, este Deus-Comunidade:
"A multidão dos que tinham abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia, mas entre eles tudo era comum. Com grande poder, os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e uma grande graça operava em todos eles." (At 4, 32-33)
Que o Senhor nos ajude a fazer, cada vez mais, comunidade, uns com os outros, em Igreja, nas nossas casas, nas nossas paróquias, nos nossos movimentos, na Internet... Ámen!