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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Sabes, mamã, a minha melhor amiga é a Leonor. - Diz-me a Lúcia, enquanto a ajudo no banho. Geralmente, durante a hora do banho dos mais novos temos sempre conversas muito profundas.
- Ai sim? Nunca tinha ouvido falar na Leonor!
- Pois não. Ela é nova na escola.
- E já é a tua melhor amiga?
- Sim. Quando ela chegou à escola, ela veio ter comigo e perguntou: «Queres ser a minha melhor amiga?» Eu respondi: «Quero!» E agora somos as melhores amigas.
A conversa da Lúcia acordou em mim memórias queridas da infância. Recordo com nitidez a escolha de cada uma das minhas "melhores amigas", e todas elas foram feitas da mesma forma, pelo menos até aos meus dez, onze anos. Uma decisão. A minha primeira "melhor amiga" tinha os cabelos tão longos, tão longos (tão diferentes dos meus, curtinhos e rebeldes), que me lembrava uma princesa dos contos de fadas. Quem não queria ser amigo de uma princesa? A segunda era a minha vizinha de cima, pelo que dava muito jeito sermos melhores amigas, para aproveitarmos bem todo o tempo juntas. A terceira era a minha vizinha de baixo. Decisões tomadas instantaneamente, e alimentadas todos os dias com muita brincadeira.
O amor é sempre uma decisão. Na base de qualquer relação de amor ou amizade podem estar as mais variadas razões - incluindo a semelhança do amigo ou amado com um príncipe ou princesa de conto de fadas... - mas depois de feita a escolha, é preciso alimentá-la diariamente, através da decisão. Amar é agir, fazer, atuar; porque amar é um verbo, tal como Deus é Verbo - o Verbo feito carne (Jo 1, 14).
Custa, manter a fidelidade a um amor que se sente como passado? Custa, amar sempre, e amar quem não merece ser amado? Custa amar os colegas de trabalho menos simpáticos, os amigos que nos magoaram, os alunos insolentes, os vizinhos barulhentos? Custa alimentar a amizade com os amigos distantes, não esquecendo as datas importantes e oferecendo o nosso serviço? E no entanto, se não amarmos, nunca conheceremos a verdadeira alegria... Um ato de vontade, uma decisão, e uma oração: "Senhor, ajuda-me a amar! Senhor, dá-me a alegria de amar..."
Nos Evangelhos, este verbo "amar" está no imperativo:
"É este o meu mandamento: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei." (Jo 15, 12)