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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
No domingo (ou na quinta-feira anterior, noutros países, tal como acontecia cá até há dois anos atrás), a Igreja celebrou a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo. Este mistério da Presença de Jesus no Pão e no Vinho consagrados já tinha sido celebrado na quinta-feira santa, naturalmente; mas nesse dia santíssimo, a nossa meditação centrou-se na instituição do sacramento, que antecipa a morte de Jesus na cruz. No domingo, a celebração do Corpo de Deus - o Corpo de Jesus, oferecido todo, até ao fim - centra-se na festa, na alegria, no louvor, na ação de graças.
A tradição diz que, neste dia, a Igreja deve sair à rua em solenes procissões. É preciso afirmar publicamente que acreditamos na Presença Real de Jesus entre nós, no sacramento da Eucaristia. Não será constrangedora esta caminhada de fé? Não será demasiado forte, para quem não é católico ou - e isto acontece cada vez mais - mesmo sendo, não acredita no milagre da Eucaristia? Sim, é. É preciso passar pela vergonha da nossa fé, pela humilhação de acreditar em algo tão pouco intelectual, tão pouco politicamente correto, tão desprezível aos olhos do mundo. Como pode aquele pedaço de pão ser Corpo de Deus? Como pode Deus abaixar-se tanto? A Eucaristia é e será sempre uma pedra de escândalo, como escandalosa foi a morte de Jesus numa cruz, Rei que morre como escravo. Na verdade, de todos os dons que Deus nos faz, este é o maior: o dom do seu amor entregue até ao fim.
Aqui em Anadia, o domingo foi um dia particularmente quente, e às seis horas da tarde só apetecia tomar um duche frio... No entanto, às seis horas da tarde começava a procissão, com a presença de todas as paróquias das redondezas. Não podíamos faltar! Embora não tenhamos ido todos, porque os mais pequeninos estavam mesmo muito rabugentos e cansados com o calor, e a caminhada ao sol ainda seria longa, fomos alguns.
O sol brilhava no céu, o suor escorria dos nossos rostos, mas diante de nós caminhava Jesus, o nosso verdadeiro Sol, o Senhor, o Rei, o Amigo, o Esposo:
- Vês, David, ali debaixo vai o Senhor, no ostensório... Vês a hóstia consagrada? Não percas Jesus de vista...
- Eu sei que é Jesus. Sei muito bem! E estou a olhar para Ele, sempre que me lembro!
- Isso, David. Não O percas de vista...
No chão, pétalas de rosas... As rosas desfolhadas da nossa fraqueza, do nosso pecado, da nossa falta de fé. E o Senhor tudo recolhe com carinho, contente com a nossa humildade.
- Não O percas de vista, Clarinha... Francisco, estás a tirar fotografias?
- Sim, mãe, e vou meditando também. É difícil concentrar-me neste calor, mas vou meditando!
Os altifalantes espalham pela cidade as palavras de Jesus: Pai Nosso...
E o eco devolve-as, depois de tocarem os corações: Que estais nos céus...
Quem está acostumado a visitar o sacrário e a perder-se alguns minutos em contemplação diante de Jesus-Eucaristia, sabe bem como Ele é fonte fresca nos dias de maior deserto interior.
"Quem tem sede, venha a Mim e beba! Quem crê em Mim, como diz a Escritura, do seu seio correrão rios de água viva!" (Jo 7, 37-38)
Não O percas de vista...
Jesus, que eu fixe em Ti o meu olhar e proclame sem medo que sim, que estás presente na Eucaristia, que estás presente e com poder, que ninguém Te vence em humildade, que só Tu para Te baixares até à poeira do chão e levantares o pecador, que o teu amor é suficiente para saciar a nossa fome e a nossa sede, e que um dia, inundará a Terra!
Ámen.
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