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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Na sexta-feira dia dez de abril, fui falar aos pais do Centro Comunitário da Paróquia de S. Pedro de Aradas, em Aveiro. Aos três anos, o Francisco frequentou aquele infantário, antes de optarmos pelo Colégio Nossa Senhora da Assunção, e eu nunca esquecerei o carinho e a dedicação com que foi acolhido ali. Assim, era grande a minha vontade de rever o espaço e as pessoas que, na altura, tanto me marcaram.
Antes de sair de casa, perguntei ao Francisco e à Clarinha se algum deles me queria acompanhar. Ambos se ofereceram. Fiquei feliz! Na viagem de meia hora, como costume, rezámos o terço. Depois conversámos.
- Gosto tanto de te ouvir falar - disse a Clarinha. - Mesmo que já saiba o que vais dizer.
- Não te parece longo demais? - Perguntei. Afinal, os meus ensinamentos costumam demorar três quartos de hora.
- Não. Como dás muitos exemplos e fazes rir no meio, o tempo passa depressa!
A Clarinha confirmou aquilo que eu penso há muito tempo. Os adolescentes e os jovens têm uma capacidade muito superior àquela que nós lhes atribuímos para escutar, em silêncio, ensinamentos sobre a fé. Não precisamos de reduzir os dias de encontros e retiros juvenis a uma sequência de atividades lúdicas, como infelizmente tanto acontece.
- Francisco, parece-me que já estás suficientemente crescido para dares o teu testemunho - Sugeri. - Vais ser um jovem crismado dentro de quinze dias! Achas que, depois de eu falar, podias testemunhar um bocadinho?
O Francisco ficou calado. Não insisti. Alguns minutos depois, respondeu-me:
- Sim, posso dar o meu testemunho. Posso dizer, por exemplo, como a Palavra de Deus está sempre presente na minha mente, ao longo do dia, ajudando-me a relacionar os acontecimentos da vida com o que Jesus nos ensina. Também posso dizer como a oração surge espontaneamente na minha mente. Outro dia estava em cima do cavalo, a meio de um salto, e a perfeição daquele momento fez-me dizer simplesmente: "Obrigado, Jesus!"
- Fantástico, Frankie! É mesmo isso! Um testemunho lindo. Fica então combinado: depois de eu falar, antes de abrir o debate, tu dás o teu testemunho.
E assim foi. O salão do centro paroquial estava cheio de mães e alguns pais sedentos de Deus. A sua adesão simples às minhas palavras e a forma como se questionaram depois de nos escutar fizeram-me perceber o quão importante é esta procura do irmão nas periferias da Igreja. Poucos ali frequentavam os sacramentos com regularidade, mas todos estavam cheios de sede, e ainda não se tinham dado conta. Pareceu-me escutar a voz de Jesus, de braços estendidos:
"Quem tem sede, venha a Mim e beba. E do seu seio jorrarão rios de água viva."
(Jo 7, 37-38)
Quando acabei de falar, convidei, como combinado, o Francisco para dar o seu testemunho. Falou de ilusionismo, falou da oração sobre o cavalo, falou da oração de súplica que o Senhor sempre atende. No final, as pessoas romperam em aplausos. E eu senti-me orgulhosa do meu jovem crismando, capaz de testemunhar Jesus Ressuscitado como os Apóstolos no dia de Pentecostes. Depois, o Francisco cumprimentou as suas antigas educadoras, num momento muito bonito.
Antes de sairem, muitos compraram um ou dois volumes do meu livro Os Mistérios da Fé (também disponíveis online), como introdução à Bíblia, que alguns não possuem, e introdução à meditação católica, que muitos se decidiram ali mesmo começar a fazer.
Regressámos a casa muito felizes. O Senhor, que chama os pecadores e os transforma em pescadores de homens, nunca Se deixa vencer em generosidade, e recompensa-nos sempre a cem por um. O Francisco já está maduro na fé. No dia 26, terá completado a sua iniciação cristã com a receção do sacramento do crisma...