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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Hora de oração familiar. Sentados diante do Canto de Oração, lemos em voz alta as leituras da missa diária.
- Hoje a primeira leitura é de S. Paulo, da sua segunda carta aos cristãos de Corinto - Digo.
Dando uma rápida vista de olhos ao texto, apercebo-me da sua complexidade. Decido então usar uma das estratégias que costumam ajudar a manter a atenção dos meninos:
- Eu vou ler o texto, e cada um vai memorizar a frase que lhe parecer mais importante ou mais bonita. De acordo?
- Sim! Começa, estamos atentos.
"Irmãos: Lembrai-vos disto: quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente. Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza, porque Deus ama aquele que dá com alegria. E Deus é poderoso para vos cumular de todas as graças, de modo que, tendo sempre e em tudo o necessário, vos fique ainda muito para toda a espécie de boas obras, como está escrito..." (2Cor 9, 6-11)
- Mãe, já me perdi! - Interrompe o David. - Tinha uma frase tão boa, e agora já não me lembro.
- Nem eu - Confessa a Clarinha. - Acho que tens de começar outra vez.
- Então fazemos assim: eu volto a ler, e quando escutarem a frase que acharem mais importante, dizem "Stop!"
- Ok!
- Ok!
- Ok!
- Ok!
"Irmãos: lembrai-vos disto: quem semeia pouco também colherá pouco e quem semeia abundantemente também colherá abundantemente..."
- Stop!
- Sim, Lúcia?
- O que é "abundantemente"?
- É muito.
- Então temos de semear muito!
- É isso mesmo, precisamos de semear muito se queremos colher muito. E o que é que precisamos de semear?
- Isso é fácil - atalha o David - Semear é espalhar a Palavra de Jesus.
- E como espalhamos nós a Palavra de Jesus?
- Com palavras e com obras - Explica o Francisco - É preciso falar de Deus, mas é sobretudo preciso fazer as obras de Deus.
- Bem, vou continuar a ler:
"Dê cada um segundo o impulso do seu coração, sem tristeza, porque Deus ama aquele que dá com alegria..."
- Stop!
- Stop!
- Ena, dois stop, David e Clarinha: o que vos diz esta Palavra?
- Eu gosto daquela coisa do coração - Diz o David - Mas, mamã, o que significa dar segundo o impulso do coração?
- Estava mesmo a pensar nisso - Diz o Francisco.
- Bem, eu penso que muitas vezes nós sentimos o impulso para dar, para sermos generosos, mas a razão diz-nos que não podemos, porque se dermos demais ficamos pobres, ou porque os outros não merecem, ou por milhares de outras coisas... Se escutarmos a voz do coração, seremos bem melhores!
- Eu gostei da frase da alegria - Diz a Clarinha - Precisamos de dar sem resmungar, não é mesmo?
- Sim, é isso! A primeira coisa que damos é a alegria, o sorriso pronto.
Nesse momento, o pai entra em casa. Excecionalmente, não estivera connosco durante a oração familiar.
- Dad, terás de dizer stop quando a mamã ler o texto para ti - Explica-lhe o David. - Vais ler outra vez, não vais, mãe?
- Talvez não seja preciso - Respondo, sorrindo - Se cada um de vocês disser ao papá a frase que escolheu, ele vai ficar a conhecer a leitura, e depois podemos continuar a rezar o salmo e o Evangelho.
- A minha é sobre sementes...
- E a minha sobre o coração!
- A minha é sobre alegria...
- A minha sobre boas obras!
- Querem repeti-las comigo?
"Quem semeia muito colherá muito."
"Dá segundo o impulso do teu coração."
"Dá sem tristeza, porque Deus ama aquele que dá com alegria."
- Até já sabemos de cor!
- É verdade, vamos decorando as Escrituras quase sem darmos por isso, como faziam Jesus, Maria, José, e todos os seus amigos.
A oração continua, e a semente da Palavra vai caindo, sulcando, ganhando raizes, dando flor e dando fruto...