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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Esta pergunta de S. Paulo, em tom de provocação, foi o lema da semana de oração pela unidade dos cristãos, este ano. Na verdade, desde o seu início que os cristãos tiveram de lutar contra a divisão. Os doze apóstolos não podiam ser mais diferentes uns dos outros! E como se não bastasse, pouco depois de Jesus ressuscitar veio juntar-se ao grupo "um de fora", alguém que não comera com Jesus, que não sofrera com Ele, que não testemunhara os seus milagres nem escutara as suas palavras: Paulo. As suas cartas e o livro dos Actos dos Apóstolos reflectem muitos dos conflitos que entretanto surgiram na Igreja por causa deste "intruso" escolhido pelo próprio Jesus!
No dia 25 de Janeiro, o papa afirmou aquilo que todos sabemos: "a divisão dos cristãos é um escândalo". E contudo, ela continua! Todos os anos temos uma semana de oração pela unidade. Quando a semana termina, regressamos às nossas vidas e às nossas divisões, e durante mais um ano inteirinho não voltamos a pensar no assunto... É de facto escandaloso.
Em Fátima, na semana passada, o Niall e eu participámos numa Eucaristia concelebrada por católicos, ortodoxos e anglicanos. E todos comungámos o mesmo Pão e bebemos do mesmo Cálice. Enquanto os teólogos vão debatendo as suas questões, a Igreja de Cristo tem de ir procurando viver a unidade no terreno. É preciso que o espírito se antecipe à letra, ou arriscamos esperar mais alguns milénios pela unidade pedida por Jesus.
Cá em casa, os frutos do ecumenismo são belos e doces: com a Família Duggar, uma família americana evangélica, aprendemos muitas coisas, entre elas, a contar histórias da Bíblia aos nossos filhos; com uma família metodista suiça, que conheci quando tinha quinze anos, aprendemos a cantar antes das refeições; com as igrejas pentecostais, aprendemos a louvar o Senhor cantando e dançando; com os ortodoxos, descobrimos ícones belíssimos, que veneramos e contemplamos...
A unidade não significa anulação da diversidade. Pelo contrário! É maravilhoso sermos todos tão diferentes e termos formas tão diferentes de rezar e evangelizar. Mas não pode haver unidade sem os dois grandes focos que permitiram a unidade dos cristãos no seu início:
- a Eucaristia, Corpo e Sangue de Jesus, que faz da Igreja uma mesma família, porque um único Corpo onde corre o mesmo sangue, e sangue divino;
- e Maria, a Mãe que congregava em oração os doze apóstolos. Maria, oferecida por Deus à Igreja como Mãe, para que a Igreja seja família e não um partido ou uma ONG. Maria que em Fátima, na sua Casa, congregou cristãos de confissões tão diversas, todos de terço na mão!
"A Deus nada é impossível" (Gen 18, 14; Lc 1, 37), repete-nos a Bíblia...