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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Quase todas as noites, antes dos meninos se deitarem, vamos ao jardim ver o céu estrelado. O ar ameno, a brisa suave, o silêncio da noite apenas interrompido pelo leve cantar de algum grilo, tudo parece acalmar o nosso interior e preparar-nos para o descanso da noite.
Estrelas. O céu coberto de estrelas. Primeiro, o olhar, ainda ofuscado com as luzes da casa, mal as distingue. Mas pouco a pouco, habituando-se à escuridão, os olhos aprendem a definir os seus contornos e a identificar constelações.
- Onde é a Ursa Maior? Sabes, Francisco?
- Olha, não vês ali? Isso, aquelas estrelas formam a cauda...
- E onde está o T?
- O T?
- Não conhecem a história? O pai de Santa Teresinha, S. Luís, costumava passear com a menina à luz das estrelas, aos domingos à noite. Num desses belos passeios, Teresinha descobriu no céu aquela constelação ali... Vêem? Forma um T! E disse: "Papá, papá, o meu nome está escrito no céu!"
- E acertou!
- Pois acertou. O nome de todos nós está escrito no céu, no Coração de Deus...
- Olha, mamã, uma estrela cadente! Passou no céu tão depressa!
- Onde?
- Onde? Bolas, não vi!
- Olha outra!
- Agora vi!
- Sabem uma história que vi outro dia num dos canais de ciência que costumo ver na net?
- Conta, Frankie!
- Há uns anos atrás, houve um apagão total em Nova Iorque. Durante várias horas, não houve uma única luz. Por fim, quando a luz regressou, muitas pessoas telefonaram para as televisões a anunciar que tinham visto estranhas luzes e cores no céu...
- Quer dizer que há pessoas que não sabem o que são estrelas?
- Elas sabiam que há estrelas, e já tinham provavelmente visto estrelas, mas não tinham nunca visto a Via Láctea tal como se vê quando não há luz alguma. Tu também ainda não viste! As imagens mostram cores, formas, luzes brilhantes no céu escuro, para além das próprias estrelas... Deve ser impressionante! Mas para isso é preciso que esteja tudo, tudo escuro.
Enquanto os meus filhos conversavam sobre estrelas, contemplando o céu nocturno, fiquei a pensar no apagão de Nova Iorque, e desejei interiormente também eu poder experimentar, no mais profundo do meu ser, um apagão assim de vez em quando... As nossas luzes materiais, mundanas, terrenas, brilham tão intensamente, que raramente temos oportunidade de contemplar a verdadeira Luz.
O Advento está aí. Nas montras, na televisão, na publicidade, na música, nas escolas, nos cafés, nas ruas, as luzes do mundo brilham sem cessar. Se os magos vivessem aqui e agora, seriam capazes de encontrar no céu a estrela que os conduziu ao Presépio?
Advento é tempo de olhar para o céu em busca da estrela. Mas não vale a pena levantar os olhos na noite antes de apagar todas as luzes da casa...
"Ao verem a estrela, sentiram imensa alegria. E entrando na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e prostrando-se, adoraram-n'O" (Mt 2, 10)