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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Há duas semanas atrás, lemos todos os dias ao serão um verdadeiro poema, dos bons, dos grandes, dos que fazem borbulhas na pele e suster a respiração. Falo da primeira leitura da missa diária, retirada do Livro de Job. Ora escutem só um dos trechos que lemos:
“O Senhor falou a Job do meio da tempestade: «Porventura alguma vez na vida deste ordens à manhã e marcaste à aurora o seu lugar, para que ela agarre as extremidades da terra e dela sacuda os malfeitores? Deste ordens à terra para ela se moldar como a argila debaixo do sinete e tingir-se como um vestido, recusando a luz aos malfeitores e quebrando a força do braço erguido? Acaso desceste às nascentes do mar e andaste pelo fundo do abismo? Foram-te abertas as portas da morte e viste os portões do país das trevas? Abrangeste com o olhar a extensão do mundo? Fala!»” (Job 38, 1.12-21)
Na universidade, há vinte anos atrás, tive uma professora de Estudos Literários que não era crente. No primeiro dia de aulas, contudo, ela recebeu-nos assim:
- Quero dizer-vos desde já que há um livro de leitura obrigatória por todos os que desejam estudar literatura. Sem o conhecimento deste livro, não serão capazes de entender profundamente a literatura ocidental, seja ela qual for. Não entenderão Goethe, Shakespeare, Camões, Júlio Dinis, Saramago. Serão analfabetos literários. Este livro é a Bíblia.
Nunca mais esqueci aquelas palavras. Na verdade, a Bíblia marca toda a nossa cultura, toda a nossa arte, toda a nossa herança ocidental. Podemos fazer leis para a proibir, podemos retirar as referências à religião cristã das constituições de todos os países europeus, mas não podemos retirar a influência profunda e marcante da Palavra de Deus na vida de todos nós. E se isto é verdade para os não crentes, quanto mais será verdade para os crentes!
Ao escutar a leitura do Livro de Job, imaginei como seria uma escola onde, de vez em quando, a par de tantos outros textos, os textos bíblicos fossem trabalhados… Onde se aprendessem algumas histórias do povo judeu, como se aprendem as histórias dos deuses gregos ou do romantismo alemão… Onde se analisasse a poesia dos salmos como se analisa a dos poemas antigos… Não precisava de ser na escola católica, claro, porque como bem nos explicou a minha professora, a Bíblia é património mundial; mas pelo menos na escola católica…
PS - Ontem, no seu blog, a Marisa escreveu um post sobre o seu plano bíblico anual e desafiou-nos a acompanhá-la! Vão até lá e aproveitem o desafio :)