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Família Martin

por Teresa Power, em 20.03.15

- Niall, vem cá depressa ler o mail que recebi da Bruna!

- Da Bruna do Brasil?

- Sim. Ela enviou-me um link com uma grande novidade. Vem ver! Os pais de Santa Teresinha vão ser canonizados durante o Sínodo da Família!

- Uau! que maravilha! O primeiro casal canonizado em conjunto!

- Pois é. Zélia e Luís Martin foram beatificados pelo Papa Bento XVI em outubro de 2008, e agora vão ser canonizados, também em conjunto.

- E são um casal tão perto de nós no tempo! Casaram em em 1858, em França... Foi há cerca de 150 anos atrás! Tu não tens aí um livro sobre eles?

- Tenho. Quer dizer, emprestei-o à Olívia outro dia. Chama-se História de Uma Família. Mas não me faz grande falta, porque o conheço quase de cor!

IMG_20150319_223801 (1).jpg

 A família de Zélia e Luís tem sido uma inspiração para nós desde o início do nosso casamento e continuou a ser quando as Famílias de Caná nasceram. Vamos assim, com toda a certeza, adotá-los como nossos santos padroeiros, no dia da sua canonização!

Zélia e Luís tinham defeitos e problemas, como toda a gente. Mas acima de tudo, tinham uma fé imensa no amor do Senhor, e uma vontade enorme de serem santos. Eles sabiam que a santidade é obra de Deus nas nossas vidas, e que basta abrirmo-nos à graça, empenhando nesta tarefa toda a nossa vontade, para que Deus no-la ofereça.

Num tempo em que se escreviam muitas cartas, Zélia deixou-nos um enorme tesouro escrito sobre a vida espiritual da sua família. Na sua casa - como na casa das Famílias de Caná - rezava-se o terço e meditava-se na Palavra de Deus todos os dias. Na sua casa - como na casa das Famílias de Caná - havia um lugar de oração, encimado pela imagem de Nossa Senhora das Vitórias, a mesma imagem que um dia sorriu à futura Santa Teresinha, curando-a miraculosamente. Na sua casa - como na casa das Famílias de Caná - contavam-se histórias da Bíblia e histórias das vidas dos santos, visitava-se o Santíssimo nas diversas igrejas da cidade, servia-se o próximo com amor.

Zélia e Luís tiveram nove filhos, mas quatro morreram na primeira infância. Eles conheceram bem a dor! Com uma fé imensa, aceitaram prova após prova, sem nunca se revoltarem, plenamente convencidos do amor absoluto e infinito de Deus por eles. Depois destas quatro mortes, Zélia engravidou novamente. Tinha quarenta anos. Estaria louca? Todos a criticaram... Nove meses depois, nascia Santa Teresinha. Imagino a festa que Deus terá feito a Zélia e a Luís quando eles chegaram ao céu... Imagino Jesus a agradecer-lhes não terem recusado o dom que Santa Teresinha representou para a Igreja!

Quatro mortes, pensamos nós, seriam uma cruz suficiente para qualquer família. Mas não foi: quando Teresinha tinha quatro anos, Zélia faleceu com cancro da mama. Viúvo, Luís mudou-se com a família para Lisieux, onde viviam os cunhados, para que as filhas crescessem na companhia dos tios e das primas. Em Lisieux, as meninas conheceram o Carmelo, onde quatro das cinco irmãs se consagrariam totalmente a Deus.

Zélia e Luís tiveram uma vida difícil. Luís era relojoeiro, Zélia era costureira. E embora Zélia trabalhasse em casa, onde tinha uma pequena oficina com trabalhadoras contratadas por ela, o seu horário de trabalho era longo, prolongando-se por vezes até à meia-noite. Mesmo assim, às cinco da manhã, o casal saía de casa e dirigia-se à igreja mais próxima para participar na Eucaristia.

A sua vida familiar conta com alguns episódios bem divertidos, relatados por Teresinha na sua autobiografia e por Zélia nas suas cartas. Foram uma família alegre, que gostava de festas, de rir, de cantar, de passear no campo e de ir à pesca. As suas portas estavam abertas a todos os mendigos que passavam na rua, e os avós foram acolhidos na casa de Alençon no final das suas vidas, cuidados por Zélia e Luís até partirem para o céu. No jardim havia um baloiço onde as pequeninas brincavam. Teresinha e Celina, como os meus filhos, faziam tisanas de brincar com as ervinhas do jardim, para servir às bonecas e aos papás, e sujavam os vestidos na terra. Uma família feliz!

jardim 2.JPG

A santidade não é privilégio de alguns, mas vocação do ser humano. Disse Jesus:

 

"Sede perfeitos, como o vosso Pai que está nos Céus é perfeito."

(Mt 5, 48)

 

Que Luís e Zélia nos ajudem neste caminho de santidade familiar! Amen.

 

 

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publicado às 06:20


1 comentário

De Bruna Bastos a 31.03.2015 às 15:23

Teresa querida!
Que alegria ler esse post (fiquei toda feliz de terem atendido meu pedido, confesso :) )!
Ao conhecê-los eu sabia que havia algo em comum com a família Martin e a espiritualidade Teresiana... Deus une os filhinhos dEle de uma forma linda!
Nós aqui, em nossa casa, também admiramos tanto esse casal santo, sua forma de conduzir seus filhos, seus pequenos sacrifícios (e grandes também), sua confiança toda ela depositada no Céu... A amizade entre as irmãs, amizade santa. Me lembro quando Teresinha se questiona do porquê de algumas almas possuírem grandes dons e outras não, e sua irmã mais velha a ter dado o exemplo do dedal e do copo, que mesmo de tamanhos diferentes, comportando muita ou pouca água, ainda sim poderiam ambos estarem cheios... Quanta doçura e Sabedoria do Céu nesta casa! Pedimos já que Louis e Zélie Martin roguem a Deus por nossa família, pela família Power e por todas as famílias do Brasil e do mundo todo!

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