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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Os meus filhos têm um lugar preferido. Chama-se "Nada". Pelo menos é o que se deduz, se escutarmos atentamente as suas orações. Ontem à noite, por exemplo, o David rezou assim:
"Obrigado, Jesus, porque hoje fui a Nada, brinquei o dia todo, e foi tão bom!"
E a Lúcia rezou assim:
"Obrigada, Jesus, que eu hoje fui a Nada e brinquei, brinquei, brinquei!"
E o António rezou assim:
"Obrigado, Jesus, que eu hoje fui a Nada! Nem escola, nem missa, só Nada!"
O Francisco e a Clarinha discursaram um pouco melhor sobre este grande e belo lugar, e rezaram assim:
"Obrigado, Jesus, porque hoje estivémos todo o dia em casa!"
Decidi tirar algumas fotos a este sítio encantador, chamado "Nada", e o resultado foi este:
- Que sorte que eu tenho hoje, mamã! Posso brincar o dia todo com as minhas cartas!
- Vamos brincar às mães e às filhas, Sara?
- Agora que aprendi a escorregar, tentem segurar-me se conseguirem!!!!!
- Mãe, os caracóis são animais de estimação?
- Acho que não, António.
- Então são animais selvagens? Como os leões?
- Acho que não, António.
- Afinal o que são?
- ????!!!!!!
- Que tal o carrinho de rolamentos, mãe?
Em "Nada" trabalha-se um pouquinho...
... e desarruma-se muito!
"Nada" parece ser um sitio fantástico para passar férias! Sem escola, sem TV, sem actividades extra-curriculares, sem jogos de computador, sem horários rígidos, com muitas horas livres para criar, para inventar, para brincar, "Nada" é um sítio perfeito.
Nem todos dispõem de tanto tempo, ou de tanto espaço, ou de tanta natureza. Mas quantas crianças gostariam de passar um domingo em "Nada", em vez de serem arrastadas para os centros comerciais! O excesso de estímulos visuais e auditivos do nosso mundo moderno faz-nos acreditar que precisamos de estar constantemente a oferecer aos nossos filhos experiências fabulosas, cheias de adrenalina ou saturadas de "cultura", para que eles sejam felizes. Levamo-los ao cinema, aos museus, aos parques temáticos, preenchemos-lhe o tempo todo com actividades extra-curriculares. Até nas escolas se criou a ideia de que precisamos desesperadamente de "motivar" os nossos alunos com imagens, vídeos e PowerPoints, ou eles deixarão de aprender. Esquecemo-nos de que a criatividade e o equilíbrio de um adulto se aperfeiçoam na serenidade; e que ao longo de milhões de anos, os seres humanos mais pequeninos sempre foram capazes de inventar as suas próprias brincadeiras!
Que bem nos faria recuperar o espírito do Sábado judeu - sem os fundamentalismos farisaicos -, que reunia a família no espaço da casa! Quantos sábados Jesus passou com Maria e José, brincando no quintal... O Novo Testamento foi "novo" logo pelo local onde Deus decidiu revelar-Se: não no Templo, não na montanha, não na sarça-ardente, mas na casa de Maria, na casa de Isabel, na casa de Nazaré. E Deus sentiu-Se tão feliz em casa, que só com trinta anos Jesus a deixou! Possam as nossas casas ser também o espaço onde Deus "habitou entre nós" (Jo 1, 14)...
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