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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Mãe, tenho de levar bolachas ou fruta para a partilha - Diz-me o António, vestindo a bata para ir para a escola.
- Sim, António, levas. Lúcia, veste o casaco! Clarinha, por favor, lava-me a cara da Sara, que está cheia de ranho! Francisco, despacha-te!
- Mãe, assina depressa este teste...
- Agora? Não tiveste o dia todo ontem?
- Alguém mexeu no meu saco de Educação Física?
- Por favor, meninos, vamos chegar atrasados! Já são quase oito e um quarto! Corram, para o carro!
- O vidro do carro está congelado. Eu vou ligar a chaleira para aquecer água.
- Obrigada, Francisco. Vamos, entrem no carro!
Chegamos ao colégio em cima da hora das aulas dos mais velhos. Os do primeiro ciclo têm mais um quarto de hora de recreio, para grande alegria deles. Resta-me tirar os dois mais novos do carro e entrar na Escolinha. Com um sorriso, o António e a Sara cumprimentam a Irmã na portaria e as educadoras que vão chegando também.
De repente, o António desata a chorar:
- Não trouxe as bolachas!
Na verdade, a pressa e a confusão da manhã fizera-me esquecer.
- Não faz mal, António, trazes amanhã!
Mas o meu filho está inconsolável. E inconsolável fica, depois de lhe dar um beijo, depois da auxiliar lhe dar um abraço, depois dos amiguinhos o puxarem para brincar com eles.
A hora da partilha, na escolinha, é uma hora muito importante: a meio da manhã, todos os meninos têm um pequeno lanche, geralmente composto de uma peça de fruta e uma bolacha. Ao contrário das outras refeições, este lanche matinal é oferecido pelos pais. Como? De vez em quando, sem ordem fixa, os pais mandam pelos meninos um pacote de bolachas ou um cesto de fruta. Quando, no lanche da manhã, os meninos vêem a sua fruta e as suas bolachas a serem distribuídas, sentem um orgulho especial. Afinal, os autores da partilha são eles!
O António não estava a chorar por ir ficar sem lanche, claro, pois naturalmente iria ter direito a ele. Estava a chorar, porque naquele dia não iria dar, mas apenas receber. E como disse Jesus:
"Há mais alegria em dar do que em receber." (At 20, 35)
Hoje, o António vai chegar à escola com um grande cesto de quivis. E como hoje é também o dia do seu quinto aniversário, para além dos quivis, o António levará um belo bolo, feito pela nossa fada madrinha, que como o António, também gosta de dar! Já estou a adivinhar o seu sorriso de pura felicidade, primeiro ao cumprimentar a Irmã, depois ao cumprimentar as educadoras e auxiliares, e finalmente, durante a manhã, ao distribuir os quivis pelos seus amigos... Quando, à tarde, lhe cantarem os parabéns e lhe fizerem uma festa, o António já terá experimentado a outra festa, a festa da partilha. Parabéns duplamente, querido filho!