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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Francisco:
"Eu e a Clarinha nunca fazemos trabalhos em conjunto na escola. Primeiro porque temos dois anos e meio de diferença, mas essencialmente porque temos gostos e talentos muito diversos. No entanto, nas Jornadas Culturais do nosso colégio este ano, tivemos a oportunidade rara de trabalharmos em conjunto no mesmo projeto, cada um a fazer coisas completamente diferentes mas de tal modo que, sem um, o trabalho do outro não faria sentido: juntos e com mais uma colega do 9º ano, preparámos uma dança executada pelas duas, com efeitos especiais feitos por mim e projetados nelas. A inspiração veio de um vídeo do Youtube, que procurámos imitar e adaptar.
Fazer isto não foi fácil. Foi necessário uma sincronização perfeita (ou quase!) entre as bailarinas e o vídeo com os efeitos especiais. Isso foi possível filmando as bailarinas, contruindo os efeitos nesse vídeo, removendo o fundo e adicionando outro. Uma complicação! Eu tive de seguir as mãos das bailarinas com pontos a cada segundo do vídeo, o que deu uma trabalheira enorme. Só assim pude, por exemplo, unir as bailarinas com raios de luz.
Depois de dois dias a fazer o vídeo sem parar, chegou a vez da Clarinha e a amiga começarem a treinar os movimentos todos de modo a sincronizarem com o vídeo que foi feito sincronizado com elas (sim, eu também fiquei confuso!). Isso requereu prática, mais uns ajustes da minha parte, umas improvisações da parte delas, mas creio que no final tudo ficou bem, como podem avaliar pelo vídeo.
Foi muito interessante trabalhar em conjunto com a minha irmã. Primeiro porque podia ir consultando uma das bailarinas para ver se ela “aprovava” o meu trabalho, segundo porque ela podia ir vendo e imaginando na sua mente o que teria de fazer em palco, no dia das Jornadas, por último porque… bem, é minha irmã e é raro fazermos este tipo de trabalhos! Foi divertido, valeu a pena!"
Clarinha:
"Este ano participei de uma forma diferente nas Jornadas Culturais. Um grupo de professores desafiou-me a mim, a uma amiga e ao meu irmão a construir uma "dança das estrelas".
A primeira vez que experimentámos dançar com a projeção foi no ensaio geral, e por vezes não conseguimos fazer a dança sincronizadas com os efeitos especiais. Tivemos de encontrar estratégias, contar os passos, etc.
Depois de muito praticar com a minha colega, entrámos em palco. Foi engraçado como, sem ver, tínhamos de "agarrar as estrelas" sem nos enganarmos.
Quando terminámos a apresentação, saímos do palco e demos saltos de alegria por termos conseguido trabalhar em equipa e lançar estrelinhas!"
Foi preciso concentrar toda a sua atenção no outro, no trabalho do outro, nos movimentos do outro, no talento do outro...
Foi preciso ser generoso e oferecer o seu tempo livre...
Foi preciso ter fé para acreditar que os gestos e movimentos no ar, aparentemente vazios, lançaram estrelas no palco.
Alguns santos receberam de Deus dons especiais, permitindo-lhes ver a luz ou as trevas que iluminam ou escurecem o interior de cada pessoa. Deus ofereceu-lhes a oportunidade de ver os homens como Ele os vê. S. João, na sua primeira Carta, diz-nos:
"Deus é Luz e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas. Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário, se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros..." (1Jo 1, 5-7)
O Francisco, a Matilde e a Clarinha descobriram que estavam unidos por fios de luz; e que, mesmo sem verem nem sentirem, podiam agarrar as estrelas.
Seremos nós capazes, ao cruzarmos todos os dias a nossa vida com a dos irmãos, ao rezarmos no silêncio de uma igreja vazia... de fazer a mesma descoberta?