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Galinhas no choco

por Teresa Power, em 30.06.14

O nosso jardim rebenta de vida nova! Como contei aqui, temos três novos gatinhos:

 

 

E no galinheiro, saltitam e esgravatam cinco novos pintaínhos! Ontem, quando nasceram, ninguém saía de junto do galinheiro... Aqui ficam 20 segundos de animação:

 

 

Os meninos não se cansam de brincar com os gatinhos e de contemplar os pintaínhos! Os meninos, e não só: eu e o Niall divertimo-nos imenso a admirar estes pequenos milagres da natureza, e damos por nós parados diante do galinheiro, com um sorriso nos lábios, enquanto a mãe galinha ajuda os seus pequeninos a encontrar alimento.

 

Contemplar a vida nascente é sempre já uma forma de rezar. Tudo na natureza nos fala de Deus e nos conduz a Deus, se a soubermos ler! Jesus também estava acostumado a ver galinhas com os seus pintaínhos, e muito provavelmente cresceu, como os meus filhos, a escutar o seu cacarejo constante. Imagino Nossa Senhora, com Jesus Menino pela mão, mostrando-lhe as galinhas e falando-lhe de Deus, como eu procuro também fazer aos meus filhos... Tenho a certeza de que muitas das parábolas de Jesus surgiram na sua mente como recordações das palavras sábias e extremamente simples da sua mãe!

Um dia, ao entrar em Jerusalém para a sua derradeira visita, Jesus chorou sobre a cidade e lembrou-se destas imagens da sua infância:

 

"Quantas vezes, Jerusalém, Eu quis juntar os teus fihos como a galinha junta a sua ninhada debaixo das asas, e tu não quiseste!" (Lc 13, 34)

 

A imagem de um Deus Amor que nos reune com carinho sob as suas "asas" atravessa toda a Bíblia. Mas ontem, diante daquela galinha feliz com os seus pintaínhos, foi uma outra imagem que me veio à mente:

Sabem que para nascerem estas lindas bolinhas de penas foi preciso que a galinha estivesse três longas semanas sentada sobre os seus ovos, sem se mexer? Bem, eu só descobri isto quando vim viver para o campo... Eu sabia, vá lá, que as galinhas precisam de chocar os ovos, mas não sabia que precisavam de estar tão quietas sobre eles durante tanto tempo! De dois em dois dias deixam o choco para comer e esticar um pouco as pernas, mas não se demoram mais de cinco minutos, pois se o fizerem, os pintaínhos morrem dentro do ovo! Os meus filhos ficam sempre muito admirados a olhar para as galinhas chocas: como é que elas conseguem?

- Não se admirem assim tanto! - Expliquei-lhes eu então - Para o Francisco nascer, eu também tive de ficar, não apenas três semanas, mas cinco longos meses de cama!

Pois é... A minha primeira gravidez terminuou num aborto espontâneo, com toda a dor psicológica que isso acarreta. Sim, sofri muito então, sem imaginar que havia de sofrer ainda muito mais, anos mais tarde, com a morte do Tomás! Ainda bem que não conhecemos o futuro... Quando engravidei novamente, tive algumas perdas de sangue e contracções constantes. O obstetra recomendou-me repouso absoluto, e eu obedeci, cheia de medo de perder o meu bebé. Fui uma bela "galinha choca", muito quietinha durante um verão inteiro! Enquanto os meus amigos iam à praia, eu ficava ali, na cama... Depois, claro, veio a recompensa, e que recompensa!

 

Sei que não sou a única mamã a quem recomendam repouso absoluto durante a gravidez. Sei que não sou a única mamã a enfrentar perdas, a ver os seus sonhos desmoronarem-se, a sofrer derrotas... Sei que há mamãs aí desse lado a lerem este blogue deitadas na cama, para que os seus bebés possam nascer! Nada é em vão. Deus dá sentido a todas as nossas dores, e nem sequer precisamos de esperar pela vida futura para experimentarmos a sua recompensa... A felicidade está ao alcance da mão!

Hoje, como Maria de Nazaré e o seu Menino, contemplo as galinhas no meu galinheiro e penso em Deus. Hoje penso também  em todas as mamãs que aguardam, um pouco impacientes, a chegada dos seus bebés. Que ninguém se ofenda com a comparação... Se o próprio Deus Se comparou, na Bíblia, a uma galinha reunindo os seus pintaínhos! É para essas mamãs este post.

 

 

 

 

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publicado às 07:51


3 comentários

De Catarina Silva a 30.06.2014 às 15:04

Teresa, este post fez-me sorrir ao recordar o que se passou tantas e tantas vezes comigo. Ao longo da vida tenho ajudado a nascer centenas de animais e de todas as vezes fico maravilhada com este milagre da vida. Por mais que compreenda todo o processo da fecundação, divisão celular, etc. etc..., até ao nascimento, continuo a olhar para uma cria e a perguntar a mim mesma como é que podem existir pessoas que não acreditam em Deus - basta observarem o milagre da vida!!
Durante toda a minha infância e adolescência, senti-me sempre muito mais próxima de Deus quando estava em contacto com a natureza do que noutro lado qualquer, até mesmo na missa (que Deus me perdoe, porque já estou, com certeza, a pecar!).
Com o passar dos anos fui-me encontrando com Deus noutros locais: na igreja, nas palavras e gestos de algumas pessoas, em certos livros e agora neste blog...
Se observarmos com atenção as crianças percebemos como elas são muito mais próximas de Deus do que nós, adultos. Elas deixam-se tocar facilmente pelos milagres da natureza, e ficam encantadas e eufóricas de alegria.
Por isso, a todas as mães que por qualquer motivo estão a fazer sacrifícios enormes pelo nascimento dos seus filhos, por favor não desesperem, para que também vocês possam assistir ao grande milagre da VIDA: aquela que Deus permitiu que gerassem.

De Olívia a 01.07.2014 às 12:35

A história das vossas galinhas fez-me recordar um texto que li onde se falava dos ovos da Páscoa, uma tradição muito enraizada nas nossas crianças... mas porque é que alguém se lembrou de dar ovos na Páscoa?

Um dia encontrei a resposta!!!

Então não esteve Jesus no sepulcro de pedra fechado? Como se estivesse dentro de um ovo, no escuro e no silêncio... durante três dias (e não 3 semanas como as galinhas...) e no grande Dia o "ovo" quebrou-se e de lá saiu vida nova!!! A Vida Eterna, Cristo Ressuscitado!!!

Sempre que vejo os os pintainhos pequeninos que acabaram de sair do seu ovo recordo-me da Páscoa!!!




De Teresa Power a 01.07.2014 às 13:45

Eu também não fazia ideia da origem dos ovos de Páscoa. Bela história para contar às crianças! Obrigada!!! Ab Teresa

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