Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Quintas-feiras, os meus quinze minutos de oração são passados na igreja da Moita, perto da minha escola, onde o Santíssimo está exposto o dia inteiro. Ontem não foi exceção.
Cheguei à igreja cansada, com uma mala cheia de testes por corrigir, no intervalo entre uma aula e uma reunião. Vinha cheia de pressa, desejosa de aproveitar bem este tempo privilegiado diante do meu Senhor.
Entretanto, no banco da frente, duas pessoas passavam o turno: a senhora de cabelos brancos levantou-se, benzeu-se com água benta e saiu da igreja, enquanto o senhor também idoso se ajoelhou no seu lugar, apoiou a cabeça entre as mãos e ficou imóvel, a rezar. Que bonito, pensei... Fez-me lembrar a passagem de turno das guardas de honra dos monumentos nacionais. Com que solenidade os membros do exército executam a sua tarefa! Mas haverá maior honra do que guardar o Senhor sacramentado? Haverá monumento nacional que iguale em honra o mais tosco dos altares do Senhor? Sorri diante desta "guarda de honra" humilde e pobre, na simplicidade da igreja paroquial. Senti-me também eu como um "soldado de Cristo", por breves momentos contratado para este cargo maravilhoso de vigilante... No íntimo do meu coração assomaram as palavras do salmo 131:
"A minha alma anseia pelo Senhor,
mais do que a sentinela pela aurora..."
Olhei para o relógio: só me restava cerca de um minuto de oração, ou corria o risco de chegar atrasada à reunião. Um minuto! Levantei os olhos e disse a Jesus tudo o que Lhe queria dizer, muito depressa, para não faltar nada. Depois, também eu me benzi com a água abençoada, fiz uma genuflexão profunda e lenta e saí da igreja. De novo me assaltou a grandeza do milagre que acabava de acontecer: ali estava eu, simples mortal, com acesso direto e ilimitado à mais alta realeza do universo, com direito a dizer tudo o que quisesse ao Rei dos Reis, sem necessidade de marcação de audiências ou qualquer outra burocracia... Quem, senão o Senhor?
Ah, fazemos tão pouco uso dos nossos privilégios de Filhos de Deus...