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Irmãos

por Teresa Power, em 30.04.14

Outro dia encontrei o David a chorar, num canto do quarto. Quis saber porquê.

- O Frankie não me ensina nenhum truque de magia! Nem um! Ele sabe tantos e quer todos para ele!

E o David chorava sem parar. Indiferente, o Francisco continuava a praticar a sua magia, com um baralho de cartas na mão.

- Não achas que podias ensinar um truque ao teu irmão? - Perguntei.

- Ele ainda é muito novo e as suas mãos são demasiado pequenas para manipular cartas - Foi a resposta.

Procurei distrair o David e convenci-o a ir jogar à bola lá para fora. À noite, conversei com o Niall. E finalmente, o Niall conversou com o Francisco. A sua conversa foi bastante curta:

- Sabes, Frankie, ainda hoje tenho raiva do meu irmão mais velho, o Donal - Disse o Niall.

- E porquê? - Quis saber o Francisco.

- Porque ele tocava guitarra maravilhosamente bem, e nunca, nunca teve tempo para me ensinar. Ainda me custa perdoar-lhe esta maldade da nossa infância! Eu pedi-lhe tantas vezes que me ensinasse, e ele nem parecia ouvir...

 

No dia seguinte, quando chegaram da escola, o Francisco e o David ficaram fechados no quarto. Meia hora mais tarde, o David apareceu radiante:

- Mamã, queres que te faça um truque de magia?

- Quero - Como devem calcular, eu assisto a espectáculos de magia diariamente, a gosto e a contragosto... - Quem te ensinou?

- Foi o Frankie. Olha só o que eu consigo fazer!

 

Quando ontem regressámos da escola, apanhei os dois assim:


 

E meia hora depois, encontrei o Francisco no pátio a ensinar o António a andar de bicicleta:

 

 

 

 

Ter irmãos é uma forma fantástica de combater o nosso egoísmo natural, obrigando-nos a deixar de pensar em nós várias vezes durante o dia. Os irmãos podem ser "chatos", mas fazem de nós pessoas mais generosas!

 

Há ainda outra coisa nesta história toda: fica confirmado que a melhor maneira de ensinar alguma coisa a alguém é através do testemunho! Mil palavras em forma de conselho que eu tivesse dito ao Francisco não teriam valido um décimo do testemunho de vida do Niall.

Se o cristianismo chegou até nós, não foi por causa de todas as coisas bonitas que se escreveram sobre Jesus ao longo da História, mas pelo testemunho de vida dos santos e pelo sangue derramado dos mártires. Na educação, como no cristianismo, vale o que S. João escreveu no Prólogo da sua primeira carta:

 

 "O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida - de facto, a Vida manifestou-se; nós vimo-la, dela damos testemunho e anunciamo-vos a Vida eterna que estava junto do Pai e que se manifestou a nós - o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos" (1Jo 1-3)

 

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publicado às 08:53




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