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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Uma das coisas que gostamos de fazer nas férias, sobretudo com os mais velhos, é ver filmes de qualidade. Deitamos os mais novos, fazemos um chá quentinho, e ali ficamos, a lareira acesa e o ecrã da televisão a contar-nos histórias que valham a pena escutar.
Hoje, domingo da Sagrada Família, não resisto a sugerir-vos que vejam este filme natalício, a preto e branco, de Frank Capra (1946): "It's a Wonderful Life", em Portugal traduzido como "Do céu caiu uma estrela", e no Brasil "A felicidade não se compra". Vimo-lo sexta-feira à noite, e há muito tempo que não via um filme tão bonito... Vale bem a pena!
George Bailey tem um sonho que o persegue desde a infância: dar a volta ao mundo, enriquecer, gozar a vida, sair dos muros estreitos da sua cidadezinha e do escritório pequeno do negócio da sua família. Mas a cada oportunidade que a vida lhe dá de realizar o seu sonho, a mesma vida dá-lhe também a oportunidade de renunciar a ele para fazer o que deve ser feito... George vê os amigos partir para longe e realizar aquilo que seriam também os seus sonhos de estudos e viagens, enquanto ele permanece no lugar onde jurara nunca ficar. Fá-lo por dever, e fá-lo por amor. A seu lado, vai crescendo uma família belíssima...
Quando George, num momento de desespero na véspera de Natal, se julga um fracassado, um anjo vem em seu auxílio (o Francisco e a Clarinha riram à gargalhada com o anjo). "Quem me dera nunca ter nascido!" Suspira George. O anjo leva-o então a visitar a sua comunidade como ela teria sido se George nunca tivesse nascido. George vê, como num pesadelo, a tristeza que teriam conhecido aqueles que o seu amor salvara, o seu dinheiro ajudara, a sua renúncia alegrara.
De volta à sua vida, a tempo de celebrar o Natal com a sua linda família, George é um homem novo: afinal, ele sempre fora feliz, e não o soubera! Pela primeira vez, George toma consciência de tudo o que tem, e da felicidade que espalhou à sua volta ao renunciar precisamente à sua ilusão de felicidade. Porque a verdadeira felicidade não nasce da realização dos nossos sonhos, mas do cumprimento honesto e humilde do nosso dever para com o próximo.
Qual o nosso maior desejo para os filhos? Hoje, a maior parte dos pais responde: "Que sejam felizes". Há algumas décadas atrás, na altura de Frank Capra, a resposta mais comum seria: "Que tenham carácter" "Que cresçam responsáveis, honestos, bons." Nessa altura, havia a consciência de que a felicidade é uma recompensa, não um fim.
"Muitos de nós, apesar das nossas boas intenções, enfatizam demasiado, por formas subtis, a felicidade dos nossos filhos, dando muito pouca atenção à sua responsabilidade pelas outras pessoas. Ao tornarmos as crianças menos morais, também as tornamos, ironicamente, menos felizes." (Richard Weissbourd, "Os Pais que Desejamos Ser")
Jesus foi tão claro, no Evangelho!
"Quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de Mim, há-de salvá-la." (Mt 16, 25)
A meta de um cristão é o céu. Para o alcançarmos, precisamos muitas vezes de renunciar àquilo que julgamos ser a nossa felicidade... Cuidar de uma família pode impedir-nos de alcançar os nossos objectivos profissionais, acolher um pai ou uma mãe idosos pode roubar-nos o tempo livre, a honestidade pode fazer-nos empobrecer, ter muitos filhos pode impedir-nos de viajar ou fazer férias. Mas então, só então, seremos verdadeiramente felizes. Porque Deus nunca Se deixa vencer em generosidade!
PS - Se ainda não sabem do Retiro de Natal, leiam aí na coluna lateral direita! Vamos, não percam tempo...
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