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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Conta mais coisas do teu passeio, António - Pedi, enquanto nos sentávamos à mesa para jantar.
- O comboio anda muito depressa mas não faz "pouca-terra".
- Ai não?
- Não, nem "UUUUU". Não faz nada. Só anda.
- E almoçaste bem?
- Sim. As Irmãs foram ter connosco ao Portugal dos Pequenitos e levaram o almoço. Mas foi só almoço, não foi jantar.
- Claro! - Atalhou o David - Tu nunca jantas nos passeios, nem na escola!
- Ai janto sim.
- Não jantas nada!
- Janto!
- Não jantas, António! Ninguém janta na escola! - Continuou o David.
- EU JANTO!!!!
- A nossa doce e suave família num agradável momento de partilha - Comentou o Francisco ironicamente, entre duas garfadas.
- Mamã, diz ao António que não se janta na escola.
- Deixa lá, David. Que importa isso?
- Importa sim! Porque é mentira! Porque ele tem de aprender!
- EU SEMPRE JANTO NA ESCOLA!
- NÃO JANTAS!
- E os momentos agradáveis não cessam de se repetir cá em casa - Continuou o Francisco - Ai como é agradável um jantar em família!
- António, pára de gritar. E tu, David, pára de arreliar o António. Não importa que o António esteja errado. Isso é o que menos interessa aqui.
- Ai é? E como é que ele vai aprender?
- Ele vai aprender quando for importante aprender. Agora, o importante é ser amigo. Não vês que o António vem cansado do passeio da escola e está cheio de sono? Não o irrites!
- Mas que ele não janta na escola, não janta.
- JANTO!!!
- NÃO JANTAS!
Quando finalmente se fez algum silêncio em volta da mesa, fiquei a pensar em como é importante aprender a calar sobre coisas triviais, mesmo quando temos razão; e como é difícil calar sobre coisas triviais, quando temos razão! Calamo-nos mais facilmente sobre coisas realmente graves, e ficamos mudos quando atacam os valores maiores em que acreditamos; mas insistimos e tornamos a insistir em casa, junto da mulher ou do marido, junto dos irmãos ou dos amigos, forçando a nossa opinião sobre coisas triviais. Quantas discussões familiares se evitariam, se em vez de nos especializarmos na arte da argumentação, nos especializássemos na arte do amor... É que amar o próximo é sempre, sempre mais importante do que ter razão.
"Começar uma briga é desencadear uma enxurrada: desiste antes que se exaspere a disputa!"(Pro 17, 14)