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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
- Francisco e Clarinha, que tal se concorressem aos Jovens Inspiradores? Acabo de receber um mail da APFN. Parece-me que têm ambos o perfil adequado!
- Que disparate! - Responde-me o Francisco, encolhendo os ombros - Que tenho eu de inspirador? Não faço nada de especial, mãe.
- Nem eu! - Continua a Clarinha.
- Tudo depende do que entenderem por inspirador - Explico - Ser inspirador é mais uma forma de estar na vida do que qualquer outra coisa. Não se trata de um concurso de talentos!
Silêncio.
- Por exemplo, a forma como ambos ocupam os tempos livres é sem dúvida inspiradora para a juventude. Vocês não perdem um minuto do dia com futilidades! Ambos têm passatempos muito interessantes. A Clarinha pode falar das prendas que faz para oferecer às amigas com a sua máquina de costura. E o Francisco pode falar do tempo que gasta a aprender ilusionismo, e de como depois faz render o seu talento animando festas de anos e encontros de famílias.
- Já estou a entender - Diz a Clarinha, muito séria - Acho que também pode ser inspirador o facto de eu gostar de tomar conta dos manos e fazer bolos para os seus lanches...
- Claro! E porque não falar da tua perseverança na ginástica? Sorrindo através do esforço...
- Bem, eu levei a moda do "cubo mágico" para o colégio, há alguns anos atrás...
- Sim, Francisco, e continuas a ser modelo de jovem para muitos dos meninos que lá andam, aliando o estudo sério ao divertimento de qualidade. Isso é ser inspirador!
- Fala do teu guindaste hidráulico! E do teu canal, claro!
Sorrio:
- Bem, aqui têm o link do concurso. Agora fica nas vossas mãos!
Na quarta-feira passada, o Francisco e a Clarinha souberam que tinham ambos sido selecionados para a grande final do concurso Jovens Inspiradores. Que bela surpresa, para quem concorrera sem muita esperança! Agora era preciso ir a Lisboa para as entrevistas e para uma tarde festiva, no sábado. O Niall, naturalmente, ofereceu-se para os levar. Aproveitariam também para visitar uns amigos, que os acompanhariam na grande final.
As entrevistas foram momentos muito engraçados para ambos. O Francisco teve ocasião de resolver o cubo de Rubik diante do júri, e a Clarinha mostrou orgulhosamente a mochila feita por ela.
- Francisco, sendo o mais velho de uma família numerosa, deves estar um pouco cansado de cuidar de crianças... Quantos filhos queres ter? - Perguntou o júri, já no final.
- Os que vierem - Foi a resposta pronta.
A da Clarinha não foi muito diferente:
- Muitos!
Por fim, gargalhadas descontraídas perante a pergunta do costume:
- Não ver televisão, não ter Facebook e não ter telemóvel não te faz sentir mal junto dos amigos?
Entretanto, em casa, eu e os quatro mais novos aguardamos notícias com o telemóvel na mão. A tarde vai passando, com muita chuva, e os meninos estão impacientes:
- Quando chega o pai?
- Quero o mano!
- Hoje a Clarinha não brinca comigo?
O telemóvel vibra. É um sms a chegar. Abro, e leio em voz alta:
"O FRANCISCO GANHOU!"
(fotografia na página do Facebook da APFN)
Tento falar com o Niall ao telemóvel, mas ele está ocupado a bater palmas e a escutar as amáveis palavras dos promotores do concurso.
- Mamã, o júri disse que eu também devia ter ganho o prémio, mas só podia ganhar um, pois concorremos ambos no mesmo grupo dos catorze aos dezassete - Conta-me à noite a Clarinha, muito feliz - E disse também que toda a nossa família está de parabéns, porque para educar dois jovens assim é preciso que a família seja toda ela inspiradora. Ficas contente?
Fico, sim, fico contente... Penso na Carta de S. Paulo ao seu querido Timóteo:
"Permanece firme naquilo que aprendeste e de que adquiriste a certeza, bem ciente de quem o aprendeste. Desde a infância conheces a Sagrada Escritura, que te pode instruir, em ordem à salvação pela fé em Cristo Jesus." (2Tm 3, 14-15)
Mas que prémio foi esse que o Francisco recebeu?
- Recebi um computador Touchscreen, fantástico! Mas como eu já tenho um ótimo computador, este fica para a Clarinha. Ela estava a precisar de um... - Explica-me o Francisco, com simplicidade.
Sorrio, agora com muito mais orgulho. Fico a pensar no que significa ser inspirador... A própria forma de se receber um prémio pode ser inspiradora! Afinal, foram mesmo ambos os vencedores... São nove horas da noite, e os meus seis filhos estão reunidos em torno de uma caixa de cartão. A Clarinha abre-a, muito feliz, e retira de lá o seu computador, novinho em folha. Todos querem ver como funciona. O Francisco vai ajudar a instalar o que for necessário. As exclamações de alegria são muitas e barulhentas...