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Livros

por Teresa Power, em 06.05.14

- Hoje foi dia de apresentação de livros na aula de Português.

- Sim, Clarinha? Apresentaste o Momo?

- Não houve tempo para todos apresentarem.

- Então estiveste com atenção às apresentações dos teus colegas? Andamos a precisar de livros, não é verdade?

- Vais ficar muito desiludida! Estive com atenção e não encontrei nada de que gostasse. As histórias que eles apresentaram eram todas tão tristes! Cheias de mortos, espíritos a falar, coisas assim. Não quero comprar nenhum daqueles livros!

 

Ler e contar histórias são duas actividades prioritárias na nossa casa. O Francisco, a Clarinha e o David passam horas a ler, geralmente depois do jantar, e os três mais novos nunca se deitam sem que lhes contemos uma história "com páginas".

Mas ultimamente andamos com um problema: por muitas livrarias que visitemos, não conseguimos encontrar tanta literatura juvenil quanta desejávamos. Eu explico: livros há muitos, e segundo parece, qualquer pessoa hoje em dia pode escrever um livro e publicá-lo. Mas livros que reúnam numa única história valores, beleza e um ou outro ingrediente essencial na literatura juvenil, como aventura, livros desses há poucos. Outro dia pus-me a olhar para a estante da Bertrand de livros juvenis: em quase todos os títulos havia referências a espíritos, mortes, sangue, fantasmas, vampiros, demónios, magia (não ilusionismo, entenda-se), suicídio, depressão, problemas psicológicos, drogas, desespero. Outros, pelo contrário, apresentam a vida ao estilo "banana" ou "light". Tantas histórias com finais tristes! Tantos livros para jovens em que a personagem principal se suicida! Tantos problemas complicados e enredos doentios! Há algumas, poucas, colecções sem este tipo de temas, mas essas já os meus filhos leram de fio a pavio. Eles querem mais! Onde encontrar?

Nos clássicos, claro! Nas colecções da minha juventude, de Ivanhoe ao Tom Sawyer, de Nárnia à Anne of Green Gables, de Roald Dahl à Agatha Christie, dos Cinco à Heidi. Também já leram...

 

E por falar em Heidi. O livro da Johanna Spyri é belíssimo, comovente, e profundamente religioso. A Heidi aprende a amar o Senhor com a avó da Clara, e na sua simplicidade infantil, ajuda o seu próprio avô a regressar à religião. Contando-lhe a história do Filho Pródigo, ela explica ao avô que Deus está sempre lá à sua espera, pronto a perdoar. O avô deixa correr as lágrimas, e no dia seguinte, domingo, veste-se a rigor e vai com a Heidi à igreja da aldeia... Li em voz alta a história (que foi agora recentemente reeditada em dois volumes) ao David, um capítulo a cada serão, ele encostado ao meu ombro com olhar pensativo. Adorou, e eu adorei.

Agora pensem em todos os filmes ou desenhos animados da Heidi que conhecem: alguma vez se deram conta deste elemento religioso? Não, nem podiam, pois ele foi escandalosamente roubado ao enredo da história! O cristianismo sofre um branqueamento vergonhoso em muitas adaptações da literatura ao cinema.

 

À medida que o cristianismo decresce, regressam as antigas religiões pagãs com roupagens modernas. Expulsamos os crucifixos, atraímos os demónios! A Nova Era - uma Era sem Deus mas cheia de "espiritualidade" - atravessa muita literatura juvenil e adulta, das aventuras aos romances, e sem nos darmos conta, vamos sendo contaminados pelo espírito do mundo, afastando-nos de Jesus. Queremos tanto que os nossos filhos leiam, que nem sempre damos a devida atenção ao de livros se vendem por aí...

 

Olhando aquela estante de livros, e sentindo a minha responsabilidade na educação das escolhas dos meus filhos, lembrei-me das palavras da Bíblia no Livro de Ben Sira:

 

"No início, Deus criou o homem e entregou-o ao seu próprio juízo. Se quiseres, observarás os mandamentos. Ser-lhes fiel é questão da tua boa vontade. Ele pôs diante de ti o fogo e a água; estende a mão para o que quiseres. Diante do homem estão a vida e a morte; o que ele escolher, isso lhe será dado." (Ben Sira 15, 14-17)

 

Que os meus filhos possam estender a mão para livros que enalteçam a vida, a alegria, a paz, a beleza, o bem, o amor...

 

 

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publicado às 07:02


12 comentários

De Teresa Power a 10.05.2014 às 09:29

Obrigada Marisa! Tenho adiado Louisa May Alcott (tenho muitos livros dela, todos em inglês, cá em casa), mas talvez a Clarinha já se interesse por eles. Boa sugestão! Little Women é maravilhoso. O Francisco é mais complicado, pois como rapaz aventureiro, só gosta de aventura, e essa, como referi, para além de algumas colecções que ele já ultrapassou (ele já não se entretém com livros simples como Uma Aventura) está hoje em dia muito misturada com violência e "trevas"... Bjs Teresa

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