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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O David e a Lúcia foram passar parte da tarde de sábado a casa de uns amigos. É uma casa grande, situada numa magnífica quinta, cheia de terra, areia, árvores, casebres abandonados, torres habitadas por morcegos vampiros (pelo menos eles juram que sim), hortas, silvas, uma eira, e até uma capela em ruínas (já em fase de restauração), onde o David praticou alguns gestos de futuro padre (foi o que ele explicou), como abrir os braços com muita força. A casa é realmente grande, mas o seu tamanho é justificado: lá dentro vivem nove crianças! Quando os fui buscar, levei o António e a Sara, e por lá andaram todos a brincar juntos, enquanto nós, as mães, punhamos a conversa em dia, passeando atrás deles. Ao colo, a minha amiga levava a filha mais nova, uma bebé linda, com trissomia 21.
- Esta bebé é uma verdadeira bênção na nossa vida - dizia-me.
- E uma bênção para os amigos, que têm a oportunidade de conviver com uma criança diferente e de aprender a amá-la - Acrescentei.
Continuámos a caminhar. De vez em quando, a Sara queria colo. Os outros corriam ao longe, gritando de alegria. A minha amiga ainda tinha outra coisa a dizer:
- O que nós desejamos acima de tudo é que os nossos filhos alcancem o céu. E eu sei que esta linda bebé tem o céu assegurado. Isso enche-me de verdadeira alegria! Tomara poder dizer o mesmo para os outros oito! Além disso, desde que esta bebé nasceu deixei de pensar: "Daqui a uns anos acaba-se o trabalho com as crianças e posso ficar descansada no sofá a ver televisão!" O meu horizonte mudou, sei que provavelmente esse dia nunca chegará. E isso também é uma bênção de Deus! É que ficar sentada no sofá não traz santidade!
Encontrar verdadeira alegria na dor é privilégio (não exclusivo!) dos cristãos. A partir da cruz de Jesus, tudo faz sentido. O sofrimento deixou de ser o fim, para ser o início. A morte tornou-se porta da vida; a dor, porta da alegria.
Conheço muitas outras famílias com filhos diferentes, e sei que há quem leia este blogue sentado numa cadeira de rodas. Como eu gostaria de lhes anunciar esta felicidade que Jesus nos traz!
"Na verdade, Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Pelas suas chagas fomos curados!" (Is 53, 4-5)