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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Domingo de manhã. O Niall saiu para ir buscar pão (não, não houve tempo para panquecas!) e regressou muito feliz:
- Teresa, encontrei a resposta para a minha dúvida do outro dia!
- Que dúvida? - Perguntei-lhe, enquanto vestia a Sara, a única criança acordada. O Niall estava cheio de entusiasmo:
- Aquela dúvida sobre o perdão de Deus. Deus perdoa, mas será que esquece?
- Ah, já me lembro! Estávamos a falar na omnisciência de Deus, e como é possível para Deus, que sabe tudo, perdoar e esquecer mesmo a sério. E então, podes explicar-me como é que chegaste à resposta enquanto foste comprar pão? Terá sido o padeiro a tirar-te a dúvida?
- Não, foi a própria Palavra de Deus. Enquanto fui ao pão, liguei a Renascença e acertei mesmo em cheio: estavam a ler as leituras deste domingo. A primeira leitura é tão bela, tão bela, que senti arrepios ao escutá-la. Foi ela que me trouxe a resposta.
- E?
- Ora escuta... Prepara-te, porque é mesmo muito bonito. Vou tentar lembrar-me das palavras exatas:
"Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e a casa de Judá uma aliança nova. Hei-de imprimir a minha Lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas." (Jer 31, 31-34)
- Que maravilha, esta Palavra! Tens razão, Niall. Deus fala muito claramente aqui!
- Sim. Ele diz que o nosso pecado não só é totalmente perdoado, mas também que não mais será recordado. Deus esquece as nossas faltas, e não mais se lembra delas, depois de nos perdoar! Não devemos voltar a confessar faltas antigas já confessadas por medo de não termos sido perdoados, porque isso é uma ofensa ao perdão absoluto que o Senhor nos dá.
- Pois é. O amor de Deus supera a sua omnisciência... Espero não estar a dizer nenhum disparate teológico!
- Não estás. Todas as qualidades de Deus estão inseridas naquilo que Ele é: Amor. Fora do Amor absoluto que Ele é, Deus não é mais nada.
- Mas não é possível fazer uma confissão geral da nossa vida, em determinadas alturas, como por exemplo no Ano Santo?
- Claro que sim, por desejo profundo de colocar tudo diante da luz do Senhor. Dizia o Rei David: "Tenho sempre diante de mim o meu pecado..." (Sl 50) Mas não o devemos fazer por medo de não termos sido perdoados, isso nunca!
Os mais velhos acordaram entretanto, e todos juntos fomos tomar o pequeno-almoço.
- Meninos, tenho um desafio para vos fazer. - Disse o Niall, enquanto comíamos - Hoje, na missa, quero que estejam muito atentos à primeira leitura, porque ela vai trazer a resposta para uma pergunta que tinhamos feito uns aos outros no outro dia, durante a oração familiar.
- E qual é essa pergunta? Nós fazemos sempre tantas!
- Também vos desafio a descobrir a pergunta, Francisco.
Depois da missa, à hora do almoço, o Niall quis saber se todos tinham encontrado a resposta.
- Sim, encontrámos - Adiantou-se a Clarinha. - A pergunta era: Deus perdoa sempre, mas será que esquece? E a resposta é: sim, Deus esquece.
- Muito bem! O Papa Francisco tem toda a razão ao propor um Jubileu da Misericórdia para o ano que vem. Nós ainda entendemos muito mal o perdão de Deus!
- Vai ser maravilhoso viver um Ano Santo, experimentando na nossa vida este perdão absoluto, e redescobrindo o amor absoluto do Senhor!
- O Papa quer as igrejas abertas e muitas, muitas confissões. Vamos ver a misericórdia do Senhor a correr como um rio na sua Igreja, e uma nova primavera a desabrochar. Ah, que alegria...
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