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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
-Meninos, nem imaginam a bela notícia que li hoje no blog da Olívia.
- O que é? É sobre a bebé Lúcia?
- Não, é sobre a Maria.
- A minha amiga?
- Sim, Lúcia, a tua amiga. Imagina tu! Este ano, a mãe está a dar-lhe a catequese em casa, porque na sua aldeia há poucas crianças e ela não tinha oportunidade de caminhar com um grupo. Outro dia, o senhor padre foi lá a casa e disse... Esta é a boa notícia: disse que a Maria estava muito bem preparada, e portanto podia fazer a sua primeira comunhão já no domingo de Páscoa. Não é lindo?
- Que maravilha! Ela deve estar muito feliz!
- Ah, o senhor padre reconheceu o trabalho da Olívia!
- Vai ser um domingo de Páscoa muito bonito!
- E tu, Lúcia? Não dizes nada?
Mas a Lúcia não diz nada. Aliás, de repente, e como acontece com alguma frequência, os seus olhos enchem-se de lágrimas.
- Que se passa? Não ficaste feliz pela Maria?
A Lúcia diz que sim com a cabeça.
- Então...
- Mãe - Desabafa finalmente - Por que é que eu não posso fazer a primeira comunhão também na Páscoa? Não estou tão preparada como a Maria?
A Lúcia senta-se ao meu colo e conversamos um bocadinho.
- Lúcia, tu vais fazer a tua primeira comunhão com o teu grupo de amigos. Não é maravilhoso? E tens dois catequistas tão bons! Vai ser uma festa muito bonita. Não fiques triste!
A Lúcia limpa os olhos com as costas da mão.
- Mas eu queria tanto receber Jesus... Queria ter Jesus no meu coração!
- Já falta pouco, Lúcia! Vais ver...
À noite, sentada ao computador, contei à Olívia a reação da Lúcia. E na quarta-feira passada, ao abrir a caixa do correio, tive uma surpresa.
- Lúcia, olha só o que chegou para ti! Uma carta! - Chamei, entusiasmada.
A Lúcia veio a correr. Com os olhos iluminados, pegou na carta, sentiu o seu peso, cheirou-a, revirou-a entre os dedos.
- É da Maria! - Disse, por fim.
- Não vais abrir?
- Vou. - Com gestos decididos, a Lúcia abriu a carta. Lá dentro, estava este lindo desenho:
O entusiasmo destas duas crianças perante Jesus-Eucaristia emocionou-me. Durante muito tempo, fiquei a pensar na forma relaxada, pouco entusiasmada, frequentemente indiferente com que recebemos Jesus em cada missa. Quando foi que os nossos corações se tornaram dormentes, frios, de pedra? Quando foi que perdemos a fé límpida que o batismo nos deu? Por que permitimos nós que a rotina mate o amor? Teremos realmente fome? Teremos realmente sede? Recordei-me da promessa de Deus, ecoando desde os confins da Bíblia:
"Tirarei do teu peito o coração de pedra e dar-te-ei um coração de carne..." (Ez 11, 19)
Senhor, cumpre hoje de novo a tua promessa, a promessa de transformares os nossos corações de pedra em corações de carne, corações capazes de sentir fome, capazes de sentir sede, capazes de sofrer a tua ausência, capazes de Te desejar loucamente, capazes de pulsar apenas por Ti... Ámen!