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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Hora de oração familiar. Junto ao Canto de Oração, lemos as leituras da missa do dia.
"E por que atentas tu no argueiro que está no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu olho, não atentando tu mesmo na trave que está no teu olho? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão." (Lucas 6:41,42)
Ainda não acabei de ler, e já as perguntas chovem:
- O que é um argueiro?
- E uma trave?
- Um argueiro é uma coisa pequenina, um grão de poeira, e uma trave é uma coisa grande - Explica o Francisco, solícito.
- Não percebi o que Jesus disse então...
- Quem quer explicar?
A Clarinha aventura-se:
- Quer dizer que, antes de apontarmos os erros dos outros, temos de corrigir os nossos.
- Mas - Intervém o David com ar importante - os pais passam a vida a fazer isso mesmo! Eles zangam-se quando fazemos as coisas erradas, mas eles também fazem coisas más!
O Niall e eu trocamos um sorriso cúmplice. O tema que o David trouxe à nossa discussão não nos é absolutamente nada estranho. Quantas e quantas vezes conversamos entre nós sobre as oportunidades de crescimento que os filhos nos proporcionam!
- David - respondo - Tens toda a razão! Os pais não têm o direito de dizer aos filhos para não gritar, se eles gritam por todo o lado; ou de lhes dizer que não se deve mentir, se eles lhes mentem; ou de os mandar rezar, se não rezam; ou de os obrigar a estudar, se eles fogem às suas obrigações de trabalho!
- Nós sabemos disso - Acrescenta o Niall - E podes ter a certeza, David, que ter seis filhos é uma escola de santidade magnífica! Por vossa causa, para vos podermos educar corretamente, nós sentimo-nos desafiados a corrigir os nossos defeitos.
Já depois de os deitarmos, o Niall e eu continuámos a nossa conversa:
- Já pensaste em tudo o que aprendemos graças aos filhos? - Perguntou-me ele.
- Oh, sim! Lembras-te do caos da nossa casa só com um filho? Da nossa insegurança, da nossa incapacidade em atender a várias frentes ao mesmo tempo...
- Nessa altura, também discutíamos por tanta coisa sem importância!
- E perdíamos tanto tempo com futilidades! Ter todos estes filhos obrigou-nos a selecionar muito bem as nossas atividades, leituras, conversas, passatempos...
- Mas talvez o mais importante tenha sido a nossa relação com Deus.
- Sim, foram os nossos filhos que nos desafiaram a construir um Canto de Oração cada vez mais bonito, e sobretudo, foi para os educar na fé que a nossa oração familiar se transformou na rotina maravilhosa que é hoje.
- É verdade... São as suas perguntas, as suas dúvidas, a sua curiosidade que nos lançam na procura das respostas!
- E são eles que, nos dias de maior agitação, nos desafiam: então hoje não rezamos?
- Deus tem formas diferentes de ajudar as pessoas a alcançar a santidade. O sofrimento é uma escola magnífica, o serviço dos outros é outra, a vida sacerdotal ou consagrada outra. A nossa escola é uma família numerosa, que todos os dias nos desinstala, que nos obriga a interromper os nossos trabalhos e o nosso descanso vezes sem fim, que nem sequer nos permite rezar em paz!
- Ninguém se santifica sentado num sofá...
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