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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
O David nasceu três meses depois da morte do Tomás. Nasceu com baixo peso, zangado com o mundo e um bocadinho triste, pois acompanhara a doença do irmão desde as doze semanas de vida, dentro de mim... Instintivamente, percebi que só havia uma maneira de o ajudar a recuperar do seu pequeno trauma, e de me ajudar a mim também: trazê-lo o dia inteiro encostado ao meu peito. Encomendei online um "pano" típico da América Latina, aprendi a usá-lo e "enfiei" o David dentro dele. E assim passávamos o dia!
Com o David no pano, eu cozinhava, aspirava, dava banhos, rezava, escrevia no computador, passeava à beira-mar...
Descobri que não havia melhor remédio para acalmar um choro, para recuperar o peso, para devolver a alegria. No pano, o David foi crescendo...
A nossa experiência com o pano foi tão deliciosa, e deu tantos frutos, que decidi repetir com todos os manos mais novos do David. A Lúcia escutou muitas histórias no pano...
A última bebé com sorte foi a Sara:
Escrevi alguns capítulos de Os Mistérios da Fé com ela assim!
Reparem na foto que eu tirei um dia, ao chegar a casa com os mais velhos, depois de ter deixado o Niall sozinho com a Lúcia recém-nascida e o David com dois anos:
Ele explicou-me que, perante o choro insistente da Lúcia, decidiu experimentar a minha técnica... E resultou! Depois começou o David a chorar com sono e...
Há um ditado africano que diz assim: "As costas da mãe são o remédio do bebé." No meu caso, não terão sido as costas, mas o peito. Escutando o bater do meu coração, os meus bebés acalmavam de imediato. E eu ficava tão reconfortada! Se há coisas de que já tenho saudades, é de trazer um bebé no pano. Recordei-me desta sensação única no outro dia - e por isso escrevo sobre ela agora - ao emprestar o pano a uma amiga, para que também a sua bebé pudesse usufruir deste colo tão especial.
Mas eu não estou a escrever este post apenas para partilhar alguns dos momentos mais intensos da minha experiência materna. Estou a falar do Coração de Jesus! Imaginem todas as consequências práticas da nossa vida se decidíssemos caminhar por ela assim, bem encostados contra o peito do Senhor!
Um dos salmos mais belos que os judeus cantavam nas subidas, a caminho de Jerusalém, é o salmo 130/131. Diz assim:
"Senhor, o meu coração não é orgulhoso
e os meus olhos não são arrogantes.
Não me envolvo com coisas grandiosas
nem maravilhosas demais para mim.
De fato, acalmei e tranquilizei a minha alma.
Sou como uma criança
recém-amamentada por sua mãe;
a minha alma é como essa criança.
Põe a tua esperança no Senhor, ó Israel,
desde agora e para sempre!"
Pois é... Deixarmo-nos pegar ao colo por Deus, deixarmos que Ele nos aperte contra o seu Coração (quantas vezes fugimos deste abraço?)...
Querermos tudo o que Ele quiser, ir aonde Ele nos levar... Não correr atrás de grandezas (ou de dinheiro, ou de fama, ou de sucesso!)...
Secar as nossas lágrimas no "pano" do seu amor, dispormo-nos a escutar o bater do seu Coração, de ouvidos bem atentos...
A isto, eu chamo Paz!
E já agora... Enviem fotos dos vossos Sagrados Corações!