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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
A Serra da Peneda-Gerês é um verdadeiro paraíso, mas um paraíso de difícil acesso. Senão vejamos:
Para chegarmos a casa, precisávamos de subir uma calçada estreita, onde o carro, para passar, ficava a cerca de meio milímetro da parede e outro meio do abismo... A pé era bem mais fácil!
No primeiro dia em que acordámos na casinha de férias, decidimos ir tomar banho na barragem de Vilarinho das Furnas. A barragem ficava à distância exata de um terço, de carro, num percurso de montanha digno da Heidi:
Ao chegarmos perto da barragem, vimos a água a brilhar lá em baixo, azul e tranquila, e procurámos na estrada sinais indicativos de praia fluvial. Nem um... Percorremos a estrada para cima e para baixo, para trás e para a frente, mas não conseguíamos encontrar forma de descer até àquela água tão bonita. A nossa vista da estrada era assim:
- Se calhar não é possível descer até lá abaixo...
- Claro que é! Não vim até ao Gerês para ficar a ver paisagem. Vamos encontrar um caminho!
- Sim, dois adultos sozinhos conseguem encontrar um caminho, mas... Temos crianças pequeninas e dois cães cansadíssimos!
- De facto, não se vê ninguém dentro de água...Parece um espelho! Não há barquinhos, não há traços de creme solar... Não há lixo, não há confusão... Será que não dá mesmo para descer?
A conversa prolongava-se no carro, e nem sinais de escadas, caminhos ou pontes até à água. Quase uma hora depois, encontrámos um pequeno trilho por entre as árvores... É agora! Ajudando-nos uns aos outros, conseguimos descer... E repetimos a proeza todas as manhãs!
O nosso esforço foi bem recompensado. Não vos parece? Uma "praia privada" deste tamanho...
À tarde, descíamos até ao rio, que saltava de pedra em pedra lá em baixo, no vale junto da "nossa" casa. Havia uma pequena placa a indicar "Praia Fluvial", mas nunca vimos ninguém nesta "Praia". A razão não é difícil de descobrir: para a alcançar, era preciso estar disposto a fazer uma grande caminhada, sempre a descer - e no regresso, sempre a subir!
Neste belíssimo caminho, e como em qualquer estrada que se preze, nem sequer faltava... uma rotunda :)
Também esta aventura tinha um final feliz:
A regressar da barragem ou do rio, cansados e bem dispostos, recordávamos, a rir, a passagem do Evangelho:
"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!"
(Mt 7, 13-14)
Na verdade, se estas nossas praias fluviais estivessem bem sinalizadas, com acessos fáceis e bares carregados de música e cerveja, deixariam de ser paradisíacas... E nós, que somos amantes da natureza, do silêncio e da tranquilidade, não perderíamos tempo com elas! Os parques naturais só se mantêm "naturais" assim. Se queremos o paraíso, temos de estar dispostos a trilhar o caminho que poucos encontram, estreito, pedregoso, difícil, cansativo e pouco popular... Ah, mas vale bem a pena!
- Mãe, já pensaste numa coisa?
- Em quê, Clarinha?
- Se isto é tão bonito, como será o Céu?
- ...