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Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Hora de oração familiar.
- António! Sara! David! Depressa, vamos rezar!
Passos apressados no corredor.
- Francisco! Clara! Lúcia!
- Já vou!
- Já vou!
- Não é já vou, é vir mesmo! São horas!
Mais passos apressados no corredor.
- Dá-me o Barrica! - Grita de repente a Sara, procurando agarrar o pequeno boneco da mão do António.
- Não dou! É meu! Meu!
- Eu quero o Barrica! EU QUERO O BARRICA!
- É MEU!
Gritos. Mais gritos. Empurrões. A Sara está a chorar.
- Acabou-se! São horas de rezar!
A Sara sai da sala, a soluçar. Perante um ataque tão grande de mau génio, decidimos avançar com a oração, e começamos a cantar e a dançar o nosso louvor. Irritadíssima, reaparece:
- NÃO REZAM SEM A SARA!
Eu sabia que a Sara não perderia este momento por nada deste mundo. A hora de oração costuma ser uma das horas preferidas dos mais pequeninos por causa dos cantos e das danças, e certamente também por causa do carinho e da presença uns dos outros.
Decido então pegar-lhe ao colo, e a Sara acalma com a cabeça no meu ombro. Podemos continuar a oração. Depois de partilharmos em voz alta a nossa ação de graças, sentamo-nos para escutar o Evangelho, que nos conta a inquietante história do Jovem Rico:
"Aproximou-se de Jesus um jovem e disse-lhe: «Mestre, que hei de fazer de bom para alcançar a vida eterna?» Jesus respondeu-lhe: «Cumpre os mandamentos!» Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido todos os mandamentos; que me falta ainda?» Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.» Ao ouvir isto, o jovem retirou-se entristecido, porque possuía muitos bens." (Mt 19, 16-22)
- Que precisava o jovem rico de fazer para ser feliz? - Pergunto, perante o silêncio geral.
- Precisava de deixar tudo o que tinha.
- E ele foi capaz de tanto?
- Não, porque tinha muitas, muitas coisas!
- Pois era, o jovem rico tinha muitas coisas. Quando temos muitas coisas, é mais difícil deixá-las para trás!
- Mas ele ficou triste.
- Claro: é preciso coragem para se ser feliz! A coragem de fazer a vontade de Deus, ou seja, de realizar o sonho que Deus sonhou para cada um de nós. Deus só nos pede o que nos faz felizes!
- Mesmo quando custa?
- Custa sempre um bocadinho, mas a recompensa é a felicidade.
Silêncio. Depois, calmamente, o António levanta-se e diz:
- Vou buscar o Barrica para dar à Sara.
A isto eu chamo: escutar a Palavra e colocá-la em prática...