Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Somos uma família católica, abençoada com seis filhos na Terra e um no Céu. Procuramos viver a fé com simplicidade e generosidade. Queremos partilhar com outras famílias a alegria de sermos Igreja Doméstica na grande família da Igreja Católica.
Numa noite da semana passada, como já vinha a acontecer demasiadas vezes, o António portou-se muito mal durante os dez minutos da oração familiar. Enquanto cantávamos e rezávamos, ele voava para o sofá e de lá mergulhava na carpete, corria atrás dos gatinhos, metia-se com a Sara e brincava com carrinhos no chão. Perdendo a paciência, puxei-o por um braço e fi-lo sentar no banquinho de cortiça, onde muito contrafeito, o António permaneceu nos poucos segundos que faltavam para acabarmos a oração.
Depois, já na cama, foram horas de conversar.
- António, já tens quatro anos, por isso a partir de agora tens que te portar bem a rezar. Nenhum menino de quatro anos se porta assim!
- Ai não?
- Não.
- Mas eu ainda não gosto de sopa quente, mesmo com quatro anos.
- Agora não estamos a falar da sopa, esse é outro assunto também bastante complicado. Uma coisa de cada vez! Agora estamos a falar da oração.
O António hesitou por um instante. Depois continuou:
- Eu bem tento!
- Então tens de tentar melhor.
- MAS EU NÃO CONSIIIIIIIGO!
A confissão do António acertou-me como um soco na cara. Quantas vezes eu me esforço por ser melhor mãe, melhor esposa, melhor filha, melhor professora, melhor cristã, e simplesmente esbarro com a minha impotência? Quantas vezes prometo a mim mesma: "Agora vou mudar", e instantes depois, repito as mesmas faltas e caio nos mesmos defeitos e vícios?
Uma das minhas palavras preferidas de S. Paulo - preferida porque tão humana, tão verdadeira, tão humilde - é esta:
"Eu não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Que homem miserável eu sou!" (Rm 7, 19.24)
Decidi assim ajudar o António a vencer o seu pequeno defeito. Procurei na Net uma imagem para colorir com um menino em oração, imprimi uma página com várias cópias da imagem e coloquei-a em destaque no Canto de Oração. Depois combinei com o António: cada vez que ele se portar devidamente durante o tempo de oração familiar, poderá colorir uma das imagens. Quando a página estiver cheia, festejaremos e, com fita-cola, colocaremos a página na cortina do nosso Canto de Oração, em acção de graças ao Senhor.
Ele adorou a ideia e deu logo uma sugestão para a "festa":
- Podemos ir lá fora de noite com as lanternas acesas!
Pois...
A ideia resultou maravilhosamente. Todas as noites, antes de rezarmos, relembro ao António o nosso compromisso. Ele olha com orgulho para a sua folha já meio pintada e porta-se à altura durante todo o tempo da oração. No final, munido de lápis de cor, pinta mais um menino a rezar. Já falta pouco para a nossa "festa"!
Olhando para a felicidade do António, decidi fazer uma página também para mim e trazê-la no bolso. Em vez de imagens, escrevi nela a palavra de Deus que me convida a vencer o meu maior defeito. Como o António, anoto as vitórias: de cada vez que consigo agir positivamente sobre esse defeito, coloco um pequeno traço à frente...